Capítulo VIII

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   Ao lado da cidade onde eles estavam, em uma vila, um homem alto e forte controla um cavalo e uma carroça, quando um garoto de cabelo vermelho põe a cabeça para o lado de fora e fala com o condutor.

   Com um tom de voz impaciente e arrogante — Falta muito para chegarmos até à escola? Quero mostrar o meu achado para o professor.

   — Não, jovem mestre, faltam apenas 4 vilas e chegaremos em Lótus — Jale, o criado, responde calmamente o garoto e continua a guiar o cavalo.

   Depois de algumas horas, eles chegam até a escola de magia em Lótus. Um castelo enorme, completo em detalhes, janelas arqueadas, telhado triangular azul, e o mais fascinante de tudo, um cristal que emana energia, sobrevoando toda a escola. Na portaria, o guarda se impede que eles entrem, logo o garoto tira o rosto para fora e mostra um brasão, o porteiro logo se levanta e abre o portão, em desespero.

    A carroça se dirige até um prédio ao lado da escola, o dormitório dos professores, David levanta a mão e aparece uma varinha, ele conjura um feitiço e chama pelo seu mestre — Mestre! Cheguei com o que você me pediu!

   Um adulto sai do prédio com papeis e pergaminho, todo desajeitado, vindo em direção a carroça — Onde está ele!? — seu aluno pede para que o criado pegue e o traga.

   Quem ele traz é Simon.

   — Eu estava certo! O garoto é um Mason!

   Simon começa a recobrar a consciência — Mason...? Meu sobrenome é Sanches... — ele se levanta e percebe que está com fome. O pupilo e o mestre se entreolham e começam a rir, mas levam o garoto até o refeitório da escola.

   É uma quantidade enorme de comida de todos os tipos, Simon observa que tudo é feito através de magias, se aproximando da cozinha, ele vê que para fazer as refeições os cozinheiros recitam um feitiço e as coisas se fazem sozinhas, magia é algo bem conveniente nesse mundo.

   O pequeno mago se senta em uma das mesas e logo um dos garçons corre para atendê-lo. Simon pede seu prato favorito, arroz com strogonoff de frango, mas o garçom fica meio confuso e sem saber de que prato se tratava, e pede para que o cliente olhe o cardápio enquanto o estende. O cardápio só conta com pratos e iguarias das quais ele nunca tinha visto, como a que estava marcada como o favorito da casa, sopa de escaux.

   — O que diabos é sopa de escaux?? O que é um escaux? — Questiona indignadamente para o garoto que o sequestrou.

   Inspirando o ar, ele começa a se preparar para responder a resposta, como se fosse algo de enorme importância — Primeiro, se pronuncia "escauqui" e ele é um animal raríssimo que habita as terras mais longínquas em direção ao sul que o homem já esteve, tem um gosto um tanto glacial...

   — Espera...se é algo extremamente raro, por que nós os comemos e não os preservamos? — Indagou o pequeno ruivo para o outro não tão pequeno ruivo.

   Prontamente David aponta para o rosto de Simon e responde — Eu sabia que você iria perguntar isso! Então eu já deixei um magiword pronto para te mostrar como nós fazemos isso sem ser de uma forma ilegal! — apontando a sua varinha para o nada, surge uma espécie de tela e começa a sair uma luz da ponta do graveto que ele segurava, como se fosse um projetor. Os três se sentam no chão para assistir e depois de se preparar para apresentar ele joga a varinha na mão do nosso pequeno mago que está comendo um pequeno animal azulado e faz uma apresentação extremamente chata e longa.

   A apresentação foi realmente chata, então para poupar vocês que estão lendo a história e pra não ter que escrever dois capítulos inteiros sobre uma apresentação, vou fazer um resumo: Ele explicou como eles usam magia para replicar e nutrir seres vivos pouco desenvolvidos através de círculos alquímicos e cálculos mágicos, de como era uma forma diferente de fazer magia, que talvez fosse assim que os antigos realizavam encantamentos e magias, já que as bases para os círculos foram encontrados em uma caverna de altíssimo nível pelos defensores do rei em uma missão de reconhecimento há três anos. Ele também pareceu ter um apego ao mago do grupo, Samuel Mazon, acho isso porque tiveram quase quatro páginas só falando dele, mas não consegui ter certeza...agora voltemos para a história como se a apresentação já tivesse terminado.

   Já com um pouco de baba escorrendo da boca, o jovem professor levanta em um susto percebendo que já estava atrasado para a sua aula. Enquanto isso os garotos ficaram olhando ele em desespero correndo de um lado para o outro sem saber ao certo onde ficava a sala em que deveria estar, então seu aluno levanta a varinha e conjura um feitiço simples que cria uma bolinha de luz e ele a segue, Simon acha que ela deve leva-lo até onde precisa ir.

   — Não sei o que ele faria sem mim...

   Simon riu levemente — Como vocês se conheceram?

   — Isso foi a cerca de um ano, eu acho... — ele parou um pouco para pensar antes de responder — ...eu era de uma cidade pobre ao leste daqui, mas sem explicação nenhuma eu acabei nascendo com o cabelo ruivo e assim a noticia se espalhou lentamente até que chegou aos ouvidos dele, Robert veio até a minha cidade para me trazer até a escola e assim ele virou meu tutor aqui na escola, a mesma coisa com você.

   — Então também teve um sequestro na sua vez?

   — É claro que não — zombou do garoto novo — ele ofereceu uma estabilidade para a minha família enquanto eu estudava aqui e que eu poderia retornar assim que fosse um mago de verdade. Você foi sequestrado porque estava correndo um grande risco que não deixou tempo para negociações.

   — Perigo? Mas que tipo de perigo? Meus amigos estavam lá, eles também estão seguros?

   — Seus amigos estão bem, o perigo do qual eu falei só afeta magos, eles estão bem enquanto não tiverem algum fio ruivo na cabeça.

   — E por que ser ruivo é um problema?

   — Ora bolas. De que mundo você veio? É um conhecimento básico que todo ruivo é um mago e vice-versa...pessoas comuns conseguem fazer coisas parecidas, mas não conseguem fazer uma bola de fogo surgir do nada como nós podemos — disse o garoto enquanto olhava para a sua mão e formava uma faísca — ainda não estou muito bom nisso, mas eu posso fazer — ele coloca a mão atrás da cabeça e dá uma risadinha.

   Um cheiro de queimado surge de repente, é o cabelo dele, acontece que David não parou de produzir a faísca ao por a mão na cabeça e percebendo sua cabeça esquentando — Ah não! De novo não! — ele começa a bater a mão na cabeça, ainda sem desativar a magia. Logo o seu cabelo estava pegando fogo por completo — Simon! Simon! Conjure água sobre a minha cabeça, rápido!

   — Mas eu não sei fazer isso!

   — Então faz o que eu vou te dizer — ele parece extremamente tranquilo para alguém que está com o cabelo pegando fogo, como se aquilo fosse algo recorrente — pegue o seu cajado, faça um circulo com a ponta no ar e fale "conjurar: água".

   Assim que Simon o fez, um círculo mágico se formou e uma enorme quantidade de água saiu dele, fazendo David voar para longe, mas de cabelo seco.

   Uma tela apareceu em sua frente:

   "Nova habilidade aprendida 'gêiser'"

   Passando a mão na tela para tirá-la de sua frente ele arranca até o ex-menino em chamas para tentar ajudar.

   — Nossa...acho que você tem uma grande aptidão com água...nunca fui jogado tão longe por uma magia tão simples...mas mesmo depois disso, eu sinto minhas forças renovadas, que interessante.

   — Desculpa, não queria te jogar longe...

   — Nah, de boa. Mas agora vamos pra aula, qual a sua idade?

   — Eu tenho 16, estou no segundo ano do ensino médio.

   — Olha, eu não sei o que é isso, mas não funciona assim não — ele ri — aqui, de acordo com a sua idade, você é designado para uma classe e então se você for muito bom ou muito ruim a diretoria te rebaixa ou te eleva até encontrar onde você deve estar e aprender. E como sugere, a sua sala é a 16, fica naquele corredor virando à esquerda, boa sorte! — Ele se vira e corre para o outro lado.

   — Ei, qual a sua idade e sala?

  — 15 anos, sala 20 — ele da uma risadinha e continua correndo pelo o corredor, o que era proibido.

   E assim os dois se despedem e Simon vai para a sua sala.

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⏰ Última atualização: Sep 29, 2020 ⏰

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