Capítulo II

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    Depois de ouvir a voz, os jogadores ficaram em choque, até que Chris quebrou o silencio — Quem é você? Onde você está? — após isso, começa a olhar em volta, procurando de onde tinha vindo a voz.

    Simon, pensando em onde a garrafa havia apontado, com medo, decide olhar para cima mas também não tinha nada.

    — "Vão ficar me procurando ou vamos jogar?" — disse o Mestre em um tom irônico.

    Eles ficaram em silêncio novamente, agora tinham certeza que seus cérebros não haviam somente pregado uma peça neles, era real. Realmente tem alguém, ou algo, falando com eles.

    O mais inteligente do grupo, e o único que não estava quase molhando as calças, pergunta enquanto olha para onde a garrafa apontou — Quem ou o que é você?

    "Eu? Bom, também não sei, mas pode me chamar de autor, mestre, ser malig..." — em uma pausa para pensar, ele volta corrigindo o que disse — "...não, ser maligno não, podem me chamar de mestre."

    — Tá bom, mestre. Nós somos... — Simon é interrompido pelo mestre.

    "Não precisa, eu conheço vocês muito bem, sempre vejo vocês jogando. Mas dessa vez eu mexi uns pauzinhos para poder participar..."

    Todos se entreolharam e se voltaram para cima de novo.

    Felipe tomou a voz dessa vez — Mas porque deveríamos jogar com você e não sair correndo procurar um Exorcista ou os Caça Fantasmas?

    Eu...quer dizer, o mestre, se utilizando de argumentos patéticos e de uma história triste que ataca no sentimentalismo, convenceu o grupo de manter segredo sobre ele e ainda querer jogar.

    Com todos preparados para fazer seus personagens e pensar em uma história, notaram que ainda não sabiam o tema que iriam usar. Voltaram a questionar o mestre.

    "Verdade, eu não falei qual seria...vamos jogar o mais convencional do RPG de mesa? O que acham?"

    A garota de cabelo pintado foi a primeira a reclamar do tema — Sério? D&D de novo? Não quero não.

    Chris concordou com ela, se levantando rápido e afirmando com a cabeça. O mestre, ouvindo as reclamações, já sabia de uma forma de convence-los.

    "Amy, minha cara Amy, vou ter que te lembrar da vez que você se empolgou em apostas, não tinha dinheiro para pagar a dívida e teve que terminar o jogo sem nenhum item ou roupa? É por isso que você não quer jogar?"

    Ela ficou vermelha na hora, era a coisa mais humilhante pela qual ela já tinha passado em todos os jogos que tiveram — Tá, tá, só não fica lembrando disso!

    "Chris? Preciso falar algo?" — disse o mestre em um tom irônico, debochando do brutamontes.

    O desordeiro rapidamente concordou e voltou a se sentar, não queria ter que relembrar as suas péssimas cantadas que tentava dar em qualquer NPC que encontrava. São realmente deploráveis. Com todos de acordo, estava na hora de fazer os personagens.

    As regras eram simples, cada um rolava seis vezes um dado de seis lados para conseguir seus atributos que seriam divididos nas arvores de status. Cada um, pode escolher uma classe, que dará um equipamento inicial e 12 pontos de status distribuídos com base no estilo que cada classe usa. Os pontos de status podem ser distribuídos em seis atributos, vida, força, sorte, agilidade, inteligência e conhecimento.

    Amy escolheu a classe guerreira, é uma classe balanceada de curto alcance e normalmente usa maças, lanças, espadas e escudos, que tem foco em vida, estamina e força. Sua série de dados foi: 6, 6, 2, 1, 1, 1. Com 17 pontos, após distribuí-los ficaram:

Vida: 9
Força: 9
Sorte: 3
Agilidade: 4
Inteligência: 2
Conhecimento: 2

    Simon escolheu a classe mago, uma classe que utiliza magias e tem pouca eficiência em combates a curto alcance. Sua série de dados foi: 6, 6, 6, 5, 3, 2. Com 28 pontos, após distribuí-los:

Vida: 6
Força: 3
Sorte: 8
Agilidade: 5
Inteligência: 9
Conhecimento: 9

    Felipe com a classe de bardo, um musicista que ajuda os outros jogadores dando suporte, melhorias nos aliados e enfraquecendo os inimigos usando música, pode ser corpo a corpo ou longo alcance. Sua série de dados foi: 6, 5, 4, 4, 4, 3. Com 26 pontos, sendo o mais ambicioso, decidiu colocar os pontos na sorte, seus status distribuídos:

Vida: 6
Força: 5
Sorte: 10
Agilidade: 4
Inteligência: 6
Conhecimento: 7

    E, por fim, Chris escolheu a classe bárbaro, uma classe que tem foco em dano, e luta no estilo de corpo a corpo, normalmente faz a linha de frente. Com alguns altos e baixos, seus dados foram: 6, 5, 3, 2, 2, 1. Tendo 19 pontos, os distribuiu assim:

Vida: 5
Força: 10
Sorte: 3
Agilidade: 8
Inteligência: 2
Conhecimento: 3

    Agora que acabamos com a parte técnica, com cada jogador pronto, e uma aventura pela frente, o mestre dá as suas últimas palavras antes do jogo.

    "Meus caros, vocês serão basicamente pessoas em um mundo onde a humanidade e o Rei Demônio estavam em guerra, agora, perdendo a guerra, o Demônio se encontra com somente o seu castelo sob domínio, vão e se divirtam. Nesse jogo vocês terão uma experiência única, como se ele fosse real. Boa sorte!"

    Sem dar tempo para respostas todos desmaiam na mesa, o jogo começou. O que será que aguarda os nossos aventureiros?

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