Agora que você já sabe que sou eu de verdade, acho que também merece saber a história mencionada sobre a garota que eu teoricamente matei há 2 anos. Juliane Straight: era a garota mais escrota que eu conhecia, foi a líder de torcida gostosa e namorava o atleta popular, o clichê ambulante. Fez bullying comigo desde que eu me entendo por gente, mas algo que eu não sabia sobre Juliane é que ela fazia isso pelos motivos quase iguais aos meus, porém Juli, como era conhecida, ao invés de ter perdido os pais ela os abandonou em uma cidadezinha de interior por, teoricamente de novo, ter vergonha já que eles são bem mais velhos que os pais de seus amigos. O resultado? A culpa disso a consumia e ninguém mais sabia. Então eu e a garota vivíamos em pé de guerra, trocando farpas e trotes pesados uma com a outra. Mas eu, querendo ou não, era mais inteligente e menos inocente que Juliane. Impressionante, eu sei. Mas até agora você deve estar achando que foram por causas dessas intrigas que Straight se matou, na verdade, isso é o que eles querem que você acredite.
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Quem realmente fez ela matar-se foram suas "amiguinhas", que mesmo sabendo da história dela, a julgavam como ninguém, bem mais e de uma forma completamente mais horrível do que a minha. Mas o detalhe é que ninguém sabia disso. Então quando Juliane morreu, suas amiguinhas espalharam para todos que ela tinha deixado uma carta para elas dizendo que a culpa era minha. A verdade? Juli deixou a carta para mim, já que de alguma forma, entre as nossas ofensas, ela enxergava que nós tínhamos dores parecidas. E nesta carta ela conta tudo isso para mim, e ainda da mais detalhes. Irei contá-los a você, já que é meu mais novo melhor amigo. Anne, Stacie, Jenna e Alex eram as "melhores amigas" de Juliane desde que elas tinham 5 anos de idade, foram elas que praticamente obrigaram a garota a abandonar os pais na pequena cidade interiorana, com direito a ameaças. Elas diziam que isso deixa Juli menos descolada, e elas não queriam ser vistas com alguém assim e então seriam obrigadas a causar o sofrimento da menina. O bullying comigo? Também foi obrigatório, pelo fato de eu ser órfã.
E mesmo sabendo disso tudo um tipo de culpa me corrói por ter deixado-a e preferir julgar do que ajudar.
