O Coração de Gelo

O Império

     Assim o desejo de Tamashi se realizou, seus filhos formaram o mais poderoso reino entre os existentes, seja por poder de seu exército, até em seu conhecimento já que ele partia de lá e era passado para os demais povos que vinham da criação dos Dragões e da Fênix.

     Em estrutura, construíram casas simples de madeira e pedra, em suas lareiras o fogo crepitava e a fumaça subia pelas chaminés se dissipando no ar, os jardins continham as mais variadas plantas possíveis, suas ruas eram de pedras perfeitamente alinhadas com calçadas que abrigavam arvores frondosas, algumas frutíferas outras eram ótimos sombreiros, e ainda existia as que floresciam com o passar do tempo temperando a cidade com perfumes únicos.

     O castelo era imponente no alto de um monte, suas torres se projetavam para os céus ornando bandeiras de linho tingidas de preto e bordadas em ouro, possuía salões para festas com cúpulas que contavam a história dos Reis até ali, em suas paredes tapeçarias mostravam as criações dos Reis, cortinas vermelhas guardavam as enormes janelas de vidro, no teto flutuavam esferas de luz, e bolas de fogo aqueciam o lugar. No centro do castelo existia um jardim a céu aberto onde eram cultivadas flores de diversas espécies, um gramado verde vibrante servia de tapete para a cerejeira do jardim, ela era a única arvore ali, um caminho de pedrinhas brancas levava até um pequeno lago, ele era o espelho, o que era usado para ver as criaturas e os demais reinos de outros mundos. O castelo possuía também uma grande quantidade de quartos os quais eram decorados de uma forma única de acordo com cada hospede. A sala das refeições era ampla e bem arejada, lustres de cristais iluminavam a enorme mesa de sândalo vermelho perfeitamente entalhada, suas cadeiras acompanhavam o mesmo material e tinham seus encostos talhados com arabescos, a mesa era posta com porcelana branca, taças e talheres de prata polida, lenços de tecido enrolados com anéis de ouro eram postos sobre os pratos, e no centro da mesa sempre eram postas belas flores brancas. O castelo também tinha uma biblioteca onde não só os livros de Kuroi eram guardados, como também livros escritos por outros, nos mais variados temas e linguas, enormes prateleiras dividiam os corredores e seções de cada gênero, existia também rolos de pergaminhos que eram mais antigos que os livros, Kuroi enfeitiçou o lugar para que nenhum livro se deteriorasse com o tempo, no local existia gravado no chão o mapa dos Zhi e seus nomes e cores, mais tarde também se tornando um arquivo de informações manipulado com magia. A sala dos pilares também era ampla, seu chão era de piso negro e suas colunas eram de pedra, portas de ferro guardavam sua entrada, e boa parte da sala era vazia para receber os Domnis em suas plenárias, diferente de outros reinos, os Reis não tinham tronos, e sim pilares, o de Marfim branco e safiras era de Heiwa, Tamashi tinha um de ouro e rubis, e Kuroi um de opala negra e prata, logo atrás dos tronos o brasão dos três reis flutuava, seu material era de prata polida e ele servia como a mesa dos planos, podendo se moldar na forma de um mapa com relevos e vegetação, bem como construções e até mesmo os seres vivos em movimento – essa era mais uma das criações de Heiwa – assim os demais cômodos do castelos eram simples e práticos.

     Logo a economia iniciou em Gênesis, a primeira moeda sendo nomeada como Imperus, ela tinha suas variações de valor entre ouro, prata e cobre. Em um dos lados da moeda era gravado a face de Destino e em outro o brasão dos três Reis, porem as moedas não eram a única forma de pagamento que valia em Gênesis, existiam as trocas de itens, pedras preciosas e até mesmo animais. As trocas só podiam ser feitas com um mediador, o mesmo servia de balança para que nenhum dos lados acabasse perdendo, assim mantendo a troca justa.

     Os Reis como próprio título atribuía eram os que cuidavam da justiça no reino, e como eles já tinham seus pilares, os seus súditos lhes presentearam com coroas, cada uma feita especificamente para cada um deles.

     A de Heiwa era um arco de prata com ranhuras, a mesma poderia se dividir, Heiwa era elegante, então uma coroa que poderia se adaptar a várias ocasiões foi o correto a se fazer. Sua coroa era usada entre seus cabelos brancos ou como prendedor para o mesmo, de todos era a que menos se parecia com uma coroa, mas era perfeita para ele.