Prólogo

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Dizem que quando uma borboleta bate suas asas ela tem o poder de criar um tufão no lado oposto do planeta. Isso significaria que tudo está conectado, e que cada ação consequentemente gera uma reação.

Ele vê uma borboleta passando diante de seus olhos, e como se estivesse enfeitiçado, vai ao seu encontro. A borboleta era grande, e quando batia suas pesadas asas fazia vento nas folhas dos arbustos ao seu redor. Ele percebe que a borboleta vai de encontro há floresta, a parte proibida da floresta, desde pequeno foi ensinado a de maneira alguma entrar naquele lado.

O lugar era grotesco, não era encantador como o restante da longa reserva que rodeava a pequena cidade, era cinza, e praticamente nada nascia ali, como exceções de arbustos de espinhos gigantes que perfuravam só de olhar.

A borboleta dava vida ao lugar, ali, parecia um ser divino, majestosa com seu tamanho bizarramente lindo. Ele percebeu que a borboleta pousou em uma pedra que havia caído de uma casa velha, caída aos pedaços. Flores e vinhas começaram a brotar no lugar em que a borboleta pousou, parecia impossível aquilo. Uma aveludada rosa nasceu, era vermelho vinho, parecia um tapete antigo, daqueles de castelo, ao tentar apanhar a rosa, ele se cortou nos espinhos, e dali começou a jorrar sangue, tanto sangue, e de repente tudo começou a girar a ficar preto, mas de alguma forma a borboleta pousou em seu dedo, e tudo ficou tranquilo, a ferida cicatrizou em questão de segundos.

Depois da cura mágica a borboleta saiu voando e ele percebeu que tinha se perdido, mas um grito estridente começou a ecoar pela floresta, um grito agonizante, conforme ia chegando mais perto do barulho ele pode ver a silhueta de um homem alto, com cabelos escuros, parado a frente de um cervo que tinha sua barriga totalmente aberta, com órgãos totalmente a mostra, ele reconhecia aquele homem e chamou por seu nome:

- Lev? Levi é você?

Por minutos o homem continuou encarando o cervo, que aquela altura já estava morto. Levi se virou pra ele, estava ensanguentado e com uma expressão de horror, expressão de quem chorava já horas.

-Você me prometeu, tudo foi uma mentira.

-Lev? Eu não entendo! O que houve?

Tudo foi muito rápido, e quando ele percebeu Levi estava em cima dele com as mãos em seu pescoço, pensou que merecia aquilo, não sabia porque, mas sabia que a morte era única maneira de aliviar a sua dor e todo seu sofrimento que não tinha fim há anos. Levi apertava cada vez mais forte, e sem tentar ele foi vendo o mundo perder cor, foi vendo tudo ir embora da maneira mais calma possível, mas estava em paz, estava bem, pronto pra ir embora.

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