𝑇ℎ𝑒 𝑆𝑒𝑐𝑟𝑒𝑡 𝐺𝑖𝑟𝑙-𝑵𝒐𝒂𝒓𝒕

Capítulo 4

Noah e eu já estávamos em meu quarto na metade do trabalho. Até que ele me pergunta:

- Então Sininho, a gente ainda não se conhece direito...

- Sininho? Que intimidade toda é essa?

- Me conte sobre você. - pediu, ignorando minha pergunta.

- Bom, eu tenho 17 anos como você. Gosto de música, mas dança é minha verdadeira paixão. No tempo livre eu assisto alguma série ou leio um livro, prefiro as mesmas do que filmes, por durar mais tempo. Meu tipo favorito de música é pop, gosto muito de musicais, mas nunca fui a um. E acho muito bonito os olhos verdes e castanhos.

- Então você gosta dos meus olhos verdes?

- Sim - admito, e vejo-o abrindo um pequeno sorriso.

- Não vai perguntar sobre mim? - pergunta

- Não, não quero saber.

- Vai ouvir do mesmo jeito. - fala e reviro meus olhos.

- Eu também amo música e não curto dança. Tenho uma irmã que se chama Linsey, meu irmão Nico, meu pai Marco e minha mãe Wendy. Nunca fui e nem tenho vontade de ir a um musical, nunca peguei em um livro, a não ser os que a escola mandam. Ás vezes componho algumas músicas, mas nada profissional. E meu tipo de olho favorito é o azul, iguais ao seu. - fala e bate com a ponta de seu dedo em meu nariz.

- As únicas partes que não sabia eram os olhos azuis, e que você compõe.

- Você pode até me conhecer Deinert, mas ainda posso ser uma caixa de surpresas.

Depois de um tempo, finalizamos o trabalho e vimos que não estava tão tarde. Então resolvemos passar o resto do dia juntos.

- O que você acha de Parque do Inferno? - pergunta Noah da sala já que eu estava na cozinha pegando a pipoca.

Estamos tentando escolher um filme mas Noah só escolhe filme ruim ou de terror, e eu odeio terror.

- Ah não, esse é de terror.

- Que saco Sina, você não gosta de nada.

- Claro que eu gosto, só que eu odeio terror - falo sentando ao lado de Noah com a pipoca

- Então escolhe você o filme.

- Que tal Um Lugar Silencioso?

- Mas você disse que não gosta de terror.

- Isso não é terror, e sim suspense.

Ele apenas revira os olhos e eu clico no filme.

◈

(Autora: para quem ainda não assistiu esse filme, tem um pequeno spoiler na cena seguinte. hihu)

Noah Urrea

- Ah mano, vai cagar o cara morreu por ela e ela foi ingrata a vida toda!

- Sina você tá chorando? - perguntei rindo, vendo suas lágrimas de tristeza e acho que um pouco de raiva.

- Claro! O pai daquela ingrata da Regan morreu só para salvar ela, e ela reclamou o filme todo porque ele não conseguia arrumar os aparelhos auditivos dela!

- O que vamos fazer agora? - perguntei.

- Sei lá, você quer...

- Sinaaa! - é interrompida por um menininho pequeno, que chega abraçando-a.

- Oi meu amor, - da um beijo em sua testa- como foi a escola?

- Muito legal, hoje a gente comeu pizza no intervalo, brincamos com massinha e aprendemos o alfabeto. E...quem é ele? - pergunta quando percebe a minha ilustre presença.

- Ah, sim. Esse é o Noah, um amigo da escola.

Ela disse amigo.

- E cadê o Liam? - pergunta para o menino.

- Me deixou aqui e foi para a casa da Gabi - reponde.

- Entendi, vai tomar banho que já faço nosso jantar tá bom?

- Okay.

- Quem é ele? - perguntei, assim que o vi subindo.

- Meu filho.

- O QUÊ? - perguntei e a vi cair na gargalhada.

- Sua cara...fo...foi...impagável - fala ainda rindo.

- Ele é meu irmão Peter, tem 6 anos. - completa.

Não sei se fico aliviado ou assustado.

- Então, vai querer ficar para o jantar ou...

- Eu fico, - a interrompo - sua companhia não é tão ruim assim.

- Minha companhia é a melhor que você tem meu amor.

Bom, ela não tá errada.

- Vou subir para dar um banho no Peter, tudo bem?

- Claro.

◈

- Peter assim você vai ganhar de mim de novo! - digo

Peter e eu estamos em seu quarto brincando com seus carrinhos enquanto Sina faz o jantar. Parecemos uma família.

- Essa é a graça tio Noah.

- Ei! Eu não sou tão velho para você me chamar de tio.

- Então você quer que eu o chame como? De pamonha? - rio com seu comentário

- Não, me chama de Noah.

- Hm... prefiro pamonha.

Ficamos um tempo brincando quando Sina chega nos chamando para jantar.

- Parece que alguém caprichou, foi só por que eu 'tô aqui né? Pode falar. - digo vendo o macarrão carbonara que estava posto na mesa.

- Cala boca e come, senhor convencido. - diz sorrindo.

- O apelido dele não é senhor convencido. É  pamonha! - diz o pequeno.

- Pamonha? - pergunta se sentando junto a nós a mesa.

- É como ele me chama agora.

◈

- Ele gosta de você.

- Ele quem? - pergunto a Sina que estava falando comigo na porta de sua casa.

- Peter. Ele é uma criança tímida, demora para pegar intimidade com a maioria das pessoas. E com você foi diferente. - diz sorrindo e acabo sorrindo junto.

- Peter parece ser uma criança alegre.

- E ele é. Quer que eu te leve para sua casa?

- Não precisa Sininho, a minha é pela vizinhança. Obrigado pelo dia, foi incrível.

- Digo o mesmo. - diz sorrindo, um sorriso lindo inclusive.

- Até amanhã. - digo dando um beijo em sua bochecha.

- Até Urrea. - devolve o beijo.

Agora estou voltando para casa com um sorrisinho bobo.

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Me diz que não foi só eu que ficou brava quando aconteceu a cena lá do Lugar Silencioso, mas eu não cheguei a chorar.

Maevee💕