— Alô? — Atendo sem abrir os olhos. — Alô?! Sabe que horas são Deinert?
Abro os olhos e encaro a tela do celular. Oito e meia da manhã. Merda!
— Puta merda. — Sussurro e escuto Joalin reforçar. — Vai para casa e vem para escola, tem teste de matemática, Tchau!
E desligou. Sentir a respiração pesada de Noah perto da minha bochecha e encarei seu rosto próximo do meu. Eu estou tão fodida mas olha como ele parece um anjo dormindo? Tudo bem que eu nunca vi um anjo dormindo.
— Se continuar me encarando desse jeito eu te beijo. — Noah sussurra abrindo os olhos.
— Precisamos ir, Urrea. — Levantei rapidamente. — Estamos atrasados, tipo, muito mesmo.
— Porra. — Noah levantou tropeçando nos próprios pés me fazendo solta uma risada. — Ei!
— Desculpa, foi engraçado. — Limpo minha calça e pego o coberto do chão indo para o carro.
Noah me deixou em casa depois de discutirmos, como de costume, por ele não ter "acordado" totalmente.
— Posso saber onde a mocinha passou a noite? — Minha mãe, Alex, cruzou os braços sob o jaleco branco.
— Vou tomar banho! — Gritei enquanto subia as escadas.
— Onde você estava, docinho? — Minha outra mãe, Clara , fez carinho no meu cabelo.
— Eu preciso tomar banho, mãe. — Fiz careta e fui para meu quarto enquanto a mulher resmungava algo.
Respirei fundo e fui direto para o banheiro. O dia seria longo.
[...]
Entro na escola indo direto para meu armário pegando anotações importantes da aula de matemática, para fazer o teste. Fecho o armário e dou de cara com Liam, um idiota.
— Sina Deinert, caraca você está uma gata. — Liam desencosta do armário me olhando de cima a baixo. — Me diz como estão suas mães? Você se sente obrigada a ser lésbica também? Sabe que sua família é anormal né?
Respiro fundo.
— Eu realmente não sei qual é o seu preconceito com isso, e nem quero, Liam. — Respondo grossa. — Deixa minha família fora disso, seu imbecil.
— Qual é Sina! Você sabe lá no fundo que isso é estranho, sabe, ter duas mães. — Liam diz assim que viro de costas indo embora.
— Vai se foder! — Encaro os olhos castanhos do garoto por alguns segundos.
— Você é anormal também, Sina, você e suas mães. — Liam diz e eu sinto vontade de socar a cara dele.
— Ser anormal é legal, bem melhor que ser um babaca! — Noah se posiciona atrás de Liam que sorri irônico e vira para encarar o garoto que usava uma touca preta.
— Urrea, caralho você não acha legal ver duas mulheres se esfregando? — Liam passa o braço pelo pescoço de Noah que o empurra brutalmente.
— Cala a boca, Liam! — Noah diz com raiva e eu piscava algumas vezes totalmente abismada das coisas que Liam dizia.
— Boceta com boce..
Noah distribuiu socos pelo rosto do garoto que revida, e logo o corredor está cheio de adolescentes totalmente histéricos.
— Por favor parem. — Falo mas minha voz é inútil no meio daquela gritaria.
Noah sangrava e Liam também, agora ambos se socavam e rolavam pelo chão. Vejo Bailey correndo para tirar Noah de cima de Liam que parecia furioso. E então todos se calam. Puta merda.
── Noah Urrea, Sina Deinert e Liam Rowley, para minha sala. AGORA! — O homem asiático grita e eu engulo seco.
— Parabéns seus imbecis. — Resmungo para os dois garotos ensanguentados.
— Deveria me agradecer por ter batido nele, Sina. — Noah passa seu braço pelo o meu pescoço enquanto faz careta e aperta a barriga.
Passo minha mão pela sua cintura e ando até a diretoria.
— Deveria te agradecer por ter apanhado? — Pergunto sarcástica.
— Ele está bem pior. — Noah olha para trás encarando Liam raivoso.
— É claro que está. — Reviro os olhos e entramos na diretoria.
Contei tudo ao diretor sobre ocorrido e bom Noah e Liam iram ficar de suspensão. Mas Liam irá ter que limpar os instrumentos musicais da escola, não é o merecido mas quem sabe ele pense bastante a respeito.
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