Capítulo 18

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Não revisado

Lucy 

Fiz uma careta ao notar que estava com um respirador em meu rosto, eu estava novamente em um hospital, estava passando por aquilo novamente. 

Notei também que havia alguém ao meu lado, era o Charles. 

Ele estava com a cabeça sobre a cama, seus cabelos estavam bagunçados como de costume, coloquei minha mão sobre o mesmo.

O monegasco inclinou a cabeça olhando para mim e sorriu fechando seus olhos, ele apertou os mesmos e abriu novamente. Ele me encarou por um tempo, piscou algumas vezes e se levantou. 

Tirei o respirador. 

— Te acordei — senti uma desconforto no peito. 

— Não! — o monegasco coçou os olhos. 

Charles estava com os olhos vermelhos e suas olheiras eram visíveis. 

 — Estou com sede — disse ao sentir minha garganta seca. 

— Vou pegar um copo de água — Charles saiu do quarto. 

Puxei a camisola hospitalar que usava para ver o que tanto estava me incomodando, havia um curativo entre os meus seios, questionei aquilo, tentei me lembrar do que havia acontecido. 

Olhei novamente para o curativo e fechei ao ouvir a porta se abrir. 

Charles me entregou o copo e logo ouvi a voz da minha mãe. 

Ela entrou no quarto e me observou a porta, enquanto meu bebia toda a água que havia no copo descartável. 

Esperei que ela viesse pulando em cima de mim como fez dá outra vez, mas ela apenas me beijou na besta e sentou na poltrona. 

Questionei novamente aquilo, olhei para Charles que apenas sorriu de lado. 

— Vão me dizer o que está acontecendo ? — perguntei. 

— Boa noite — um jovem que aparentava ter a mesma idade que Charles adentrou o quarto. 

Ele tinha lindos cabelos castanhos, era baixo e não tinha barba, seu rosto era liso e bem claro. 

— Lucy, eu sou o Dr. Bradley, sou amigo do Charles... — olhei para Charles que apenas assentiu. 

— Porquê tem um curativo entre meus seios ? — perguntei sentindo meu coração bater forte. 

— Lucy felizmente você tem um anjo da guarda aqui — disse ele batendo no ombro do Charles. — Charles me ligou dizendo que você estava a anos em uma fila de espera para conseguir um transplante, então eu procurei seu nome para saber sobre o seu caso, foi aí que eu descobri que na verdade você nunca entrou na fila para a doação... 

Neguei ao ouvir aquilo olhei para minha mãe que apenas abaixou a cabeça. 

— Quando surgiu uma oportunidade eu rapidamente liguei para o Charles para dar a notícia... — eu me lembrei da ligação que Charles havia recebido aquela noite. — Quando o Charles chegou com você aqui eu já estava com tudo pronto... 

— Por sorte Brad havia me ligado e conseguido o transplante, caso contrário você nem estaria mais aqui Lu... — Charles disse. 

Engoli em seco, estendi a mão para o tal Bradley, e o mesmo a segurou. 

— Eu agradeço aos dois — olhei para ele e para Charles. — Quando irei para casa ? — soltei a mão do doutor. 

Todos começaram a rir. 

— Um viva para a Lu... — minha mãe disse. 

— Está bem melhor de aparência, creio que amanhã já estará em casa...

— Ainda bem! Eu odeio hospital... — sorri. 

Minha mãe puxou a Pascale cochichando algo em seu ouvido, a mesma sorri, elas saíram do quarto. 

Bradley tossiu disfarçando que estava envergonhado. 

— Com licença — pediu ele saindo do quarto. 

— Acho que deixaram a gente sozinhos de propósito — disse ao Charles. 

Ele coçou a nuca, aproximou da cama e sentou. 

Me ajeitei na cama e também me sentei, Charles observou meus movimentos, ficando em silêncio. Abracei o monegasco, meu peito se encheu de alegria ao sentir o calor do seu corpo.

Fechei os olhos respirando o seu perfume, beijei seu ombro, abrindo os olhos. 

— Obrigada... Eu sei que já disse, serei grata a você o resto da vida... 

— Não precisa, ter sua companhia já me faz bem. 

Segurei o rosto do piloto puxando-o para um beijo.

(...) 

Apertei os olhos ao ver Charles parado do outro lado da rua, neguei sorrindo, em suas mãos havia uma rosa vermelha. 

Faz algumas horas que recebi alta do hospital, no tempo em que fiquei inconsciente foi fundamental para a minha recuperação. 

Desci a escada notando que minha mãe estava no sofá conversando com uma amiga.

— Lucy! Já em pé minha querida. — ela se levantou.

— Charles veio me ver, vou ficar no jardim dos fundos com ele... — ela afirmou. 

— Esse tal Charles é o seu namorado Lucynda ? — parei de andar. 

Me virei olhando para a Karen, amiga da minha mãe.

— Ouvi ele falar de você na última entrevista dele — ela sorriu gentilmente. 

— Ele disse ? — perguntei sentindo meu coração bater forte. 

— Sim, contarei para sua mãe e depois ela te conta... Não quero atrapalhar vocês dois. — concordei. 

Balancei a cabeça sorrindo, abri a porta já tendo a visão de Charles parado em frente ao portão. 

Percebi que Taylor estava conversando com Charles, o monegasco estava sério, mas sério que o comum. 

— Charles ? — abri o portão e puxei Charles 

Beijei ele e sorri, me afastei notando que ele também sorria. 

Fechei o portão, segurando o braço de Charles e caminhando com ele para a entrada do jardim. 

— O que você estava conversando com o Taylor ? — ele negou. 

— Taylor estava fazendo a pré-estreia do que o seu pai vai me dizer, tenho quase certeza de que o seu motorista me detesta — senti Charles pegar em minha mão. 

— O importante não é quem gosta e sim que Eu gosto de você... — sorri 

Após passarmos por um pequeno túnel de flores, caminhamos até chegarmos perto da pequena fonte, sentamos no banco de mandeira. 

— São peixes ? — perguntou o monegasco um tanto curioso. 

— Sim... — respondi sorrindo.

Charles colocou a mão dentro da água espantando os pequenos, mas que logo surgiram novamente cercando a mão do monegasco em segundos. 

— Fiquei sabendo que falou de mim em uma entrevista... — perguntei.

Charles me olhou sem saber o que iria dizer. 

Sorri do jeito sem graça que Charles havia ficado, ele até mesmo parecia bem constrangido.

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