Capítulo 20

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Lucy 

Fechei o último botão da blusa ao terminar de trocar o curativo entre meus seios, minha mãe guardou o kit de primeiros socorros. 

Coloquei a mão sobre meu peito sentindo meu coração bater normalmente, me lembrei daquela noite horrível.

— Mamãe — ela me olhou. — Naquela noite o doutor Mendez me disse algo que me intriga bastante. 

— Eu sabia que ele iria te dizer. — ela sentou na cama ao meu lado. — Ele tentou de todas as maneiras ficar comigo, me fez várias promessas... Mas eu amava o seu pai — ela acariciou meu rosto. 

— Então é verdade o que ele falou ? — perguntei

— Sim, Lucy seu pai pode parecer... duro as vezes, mas ele tem um bom coração. Se ele disse que quer conversar vamos sentar e conversar. — ela sorriu. — Seu pai quer realmente conversar com o Charles, ele quer deixar as coisas claras para todos... 

— Ele vai aceitar minha relação com o Charles ? — ela afirmou. 

— Ligue para o Charles converse com ele. 

— Esqueci de te contar, Charles me convidou para jantar essa noite com a sua família. 

— Que ótimo, já sabe o que irá vestir ? — neguei. — Vamos então procurar algo para você usar... 

Minha mãe se levantou animada, abriu meu closet e tirou várias peças de roupas.

(...) 

Cruzei os braços ao ver o monegasco me trazer uma latinha de cerveja, balancei a cabeça pegando a lata. 

— Só irei beber porquê estamos comemorando. — sorri. 

— Então Lucy, quer dizer que você estava doente. — Lorenzo perguntou.

— Isso... eu não contei nada porquê estava esperando a hora certa — expliquei.

— Sem problema maninha — senti uma alegria enorme ao ouvir Lorenzo me chamar de "maninha" 

— Maninha ? Puxa Lorenzo, agradeço o carinho que todos vocês tem por mim — segurei na mão dele e de Arthur. 

— Lucy não querendo ser intrometido, mas já sendo — Arthur abriu um sorriso enorme. — Mas com esse "probleminha" que você tinha, você não podia transar ? — soltei uma gargalhada.

Charles engasgou com a bebida e Lorenzo deu um tapa na cabeça de Arthur. 

— Não Arthur, eu não podia. — bebi um gole. — Eu não podia fazer nenhum esforço ou algo que fosse acelerar meu coração. 

— Mas e às corridas ? Quer dizer era um risco, afinal você podia se agitar — Lorenzo disse.

— Eu confiava demais no Charles e sabia que tudo iria correr bem, mais aquele dia... O dia que o Charles... que ele bateu, eu não sei explicar, entrei em desespero e acabei esquecendo totalmente de mim. Mas graças a isso eu descobri que os remédios que eu estava tomando estava me prejudicando. 

— Nada acontece por acaso... — Charles disse. 

Tomei mais um gole da bebida, Charles veio até mim e sentou ao meu lado, passou seu braço sobre meus ombros. 

— Podemos conversar após o jantar ? — Charles perguntou com uma expressão seria.

— Por mim tudo bem — ele assentiu e tomou mais um gole da cerveja. 

Me afastei deles indo até a cozinha onde Pascale estava fazendo a janta.

— Precisa de ajuda ? — larguei a latinha de cerveja na bancada. 

— Imagina querida, você é nossa convidada. — sorri para ela.

— Por favor eu insisto — tirei meu casaco e peguei um avental.

Peguei uma faca do faqueiro e comecei a cortar alguns legumes.

(...) 

Após nosso jantar, Charles e eu fomos para o jardim dos fundos, onde havia um balanço. 

O balanço era grande então cabia duas pessoas ali nele. 

Charles me entregou um papel dobrado, eu sabia do que se tratava. 

— Achei que não tivesse lido — peguei o papel. 

— Porquê escreveu ele ? — segurei na mão de Charles.

— Algo dentro de mim me disse que algo estava prestes a acontecer, não sei explicar... Eu achei que meu pai descubriria — olhei nos olhos de Charles. — Quero que fique com a carta... 

Charles assentiu e guardou novamente a carta em seu bolso. 

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