Capítulo 15

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Postagem de quatro capítulos simultâneos, espero que gostem. 

Apenas peço que leiam tudo com atenção. 

Boa leitura. 

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Ricardo desceu as escadas da casa dos Giordani enquanto introduziu os braços nas mangas da jaqueta, do bolso da mesma alcançou seus óculos escuros e os colocou no rosto antes de alcançar o último degrau e observar os resquícios da festa durante toda a madrugada.

Havia pessoas adormecidas nos sofás e nas poltronas e pouco ou nenhum tecido cobrindo seus corpos, para um riquinho esnobe como Otávio, ele sabia deixar a nata de herdeiros nobres do estado bastante aquém do comportamento habitual esperado em seu meio. Parou por pouco não esbarrando na empregada que abaixou a cabeça e saiu contida em direção a cozinha com alguns panos dobrados em mãos.

Se apressou para a entrada sem esperar por um empregado para abrir a porta, passou pela mesma com alívio e buscou na entrada pelo esportivo de luxo de Lorenzo recostando ali. O cansaço cobrava seu preço e sua cabeça pulsava com a ressaca prolongada, mas precisaria ir para o escritório para uma reunião com um cliente antigo que não era do tipo de adiar os compromissos.

– Fugindo, pequeno Braga?

A voz de Otávio surgiu da entrada e o moreno respirou fundo buscando alento no fato que estava de saída quando observou o empresário de porte baixo se aproximando de onde ele estava. O Giordani sorriu para seu desconforto e estalou a língua negando com a cabeça com claro cinismo.

– Lhe deixo usar um dos meus quartos de hóspedes para se divertir com minhas convidadas e a retribuição que recebo é essa? Espero que da próxima me procure para agradecer, quem sabe tomar um café e me fazer companhia.

– Não achei que em uma casa cheia de convidados a minha presença faria falta.

– Ora, não se desvalorize, Ricardo. Afinal todos aqui são de famílias abastadas e não precisam de pequenos golpes para se manter, o que te torna diferente dos outros, não é mesmo? – enfiando as mãos morenas nos bolsos da bermuda cara, Otávio se aproximou. – Sua família não passa de um degrau para os mais ricos terem onde pisar, apenas fingem serem outra coisa.

– Amorzinho! – a voz feminina veio da porta e Otávio suspirou.

– Acho que minha quase namorada me encontrou.

– Deu esse tipo de festa com a sua namorada em casa? – fingiu surpresa.

– Cinismo, pequeno Braga? Esse jogo é bem divertido, não é mesmo? Pessoas como nós não temos relacionamentos, temos negócios rentáveis, assim como a princesinha Backar é para você. – o bico do empresário lhe pareceu ridículo. – As santas são troféus para nós mostrarmos ao mundo, é com essas pálidas criaturas que herdeiros como nós nos casamos. Virgens, recatadas e pouco interessantes, mas a nossa diversão está fora de casa.

Ricardo o observou rir despretensiosamente.

– Homens como eu não nos casamos com vadias como sua irmã do meio. – o provocou debochadamente.

– Veja lá como fala.

– Shh, pequeno Braga, não é uma ofensa. Eu disse para Samanta recentemente quando descobri o casinho dela com aquele Ruizinho de nada, eu sou um grande admirador desse jogo dela. Imagina que inteligente uma vadia como ela conseguir um idiota para mantê-la? Tudo bem que é um politicozinho de nada sem sobrenome de berço e grandes fortunas, mas já é mais que uma mulherzinha como ela conseguiria.

Série Os irmãos Backar - Amor por conveniência - livro 5Onde histórias criam vida. Descubra agora