Kate
"Errar é humano, mas também é humano perdoar. Perdoar é próprio de almas generosas."
Quem enunciou isso foi Platão, fico pensando em como ele chegou a essa conclusão, no nível de paz de espírito que se encontrava para essa aceitação. Nossas almas sobrecarregadas de mágoas ou egoísmo plenos, dificilmente se deixam refletir sobre o perdão comparando-o com a tolice, como se perdoar fosse se rebaixar.
Claramente minha mãe compartilhava do pensamento de Platão, talvez por tantas vezes que ouviu meu pai repetir esta mesma frase ou pelas idas e vindas da igreja, onde o padre sempre pregava a palavra do senhor reforçando a graça do perdão.
Na conversa que tivemos semanas atrás ela plantou uma sementinha em mim, semente esta que permanecia me incomodando já há algum tempo. Seria eu, capaz de perdoar?
Ainda na primeira noite do acampamento...
— Quantos mais showzinhos daquele pretende fazer? — meu coração saltou um passo com a voz que surgiu atrás de mim.
Dei de cara com Heitor, voltei em sua direção em passos firmes demonstrando minha irritação e apontei o dedo para o seu rosto sem me importar com a agressividade do ato.
— Você me suspendeu! Isso foi baixo.
— Estava me provocando. — afirmou com convicção. — Agora vai sair beijando qualquer um?
— Talvez. — deixei meu olhar desviar antes de o encarar com mais profundidade. — Que eu saiba, você me chama de Vênus e não de Hera.
Um tanto impaciente virou-se de costas dando alguns passos em meio a rua de paralelepípedo vazia ao me ouvir, suas mãos esfregaram seu queixo quadrado com força. Soltou o ar como se houvesse um peso no tórax que atrapalhasse a passagem do mesmo, parecia tentar se acalmar.
— Você consegue me tirar do eixo. Porra! — seus olhos verdes um pouco distante voltaram a me fitar, estudando cada centímetro do meu rosto. Havia uma expressão furiosa ainda estampada em sua cara, o que me fez recuar dois passos quando tornou se aproximar. — Justo aquele put...
— Acho que você está confundido. — interrompi antes que finalizasse sua ofensa quebrando o espaço que sobrou entre nós, ergui minha cabeça o encarando de perto. — Quem anda frequentando sua cama não sou eu. Então não sei porque está tão incomodado.
A forma como olhou pra mim, trouxe o resto de certeza que aquele boato era verdadeiro.
— Não é o que você está pensando. — seus olhos não desviaram.
— Então você a Paula não está trepando?
Bea mandou um áudio de quase dois minutos no grupo de whatsApp sobre a fofoca que ouviu uma professora contar para a mãe. Entre uma figurinha do Tony Stark com olhos revirados enviado por Ian, um áudio resposta da Izzy e um comentário sarcástico de Matt resolvi me abster do assunto, assim como fez Ana e Joey. Forçando-me a não me abalar com a fofoca e com o fato de Heitor já estar transando com outra pessoa, que nem era a Susan.
— Não mais. — teve a audácia de pronunciar tais palavras olhando diretamente em meus olhos, como se estivesse tomando cuidado com o tom que eram ditas. — Não foi nada sério, nada que tenha significado algo de verdade.
— Ela sabe disso ou vai fazer como fez comigo? — respondi mais rápido que pretendia, como se já estivesse engatilhada pela a dor que não planejei sentir.
— Isso foi diferente! Não se compare. Não faça isso. — suas mãos tocaram meu braço causando um arrepio involuntário, porque o simples toque de Heitor trazia uma carga energética ao meu corpo. — Pedi para que me encontrasse, que queria conversar com você.
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Meu Romance Proibido
Romance[+16] Era para ser apenas uma noite de ano novo, mas o destino tem planos controversos e questionáveis. Em plena noite mais agitada de todas Kate queria se libertar, viver, SER JOVEM! Porque ela queria sentir essa compulsão por arriscar, suprir seu...