Capítulo 45 - Que comecem os jogos!

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Kate

— ¿Qué estabas diciendo? — Ian questionou sustentando o olhar de Heitor me apertando em um meio abraço com seu jeito leve, diferente do olhar álgido do professor que estudava cada centímetro do braço em meu ombro.

Não podia negar, uma parte de mim questionava o que se passava na cabeça de Heitor. Certamente minha presença ali era desconfortante, mas a conversa com Cami me trouxe clareza e agora estava decidida, ainda mais depois da fofoca feita por Bea na noite de ontem. Não deixaria que me abalasse. Ia curtir o último acampamento, como uma adolescente normal.

— Tenho certeza que deixei claro que ninguém deveria sair do ônibus.

Seus olhos verdes se destacavam em seu rosto rígido, era possível notar que a barba havia sido aparada recentemente dando a ele um ar jovial em meio aos seus fios de cabelo mais longos que o comum. Tão bonito com aquele casaco escuro, todavia não era justo, nunca houve sequer um segundo que não o achasse belo e isso era cruel com minhas emoções teimosos.

— Não se preocupe! — respondi por Ian o puxando comigo para dentro do ônibus. — Não temos pretensão nenhuma de ficar aqui do lado de fora.

Subi os degraus desviando do professor, ao mesmo tempo em que o colombiano me ajudava com a bolsa. Encarei a fileira de assentos com adolescente comemorando a chegada da única pessoa que impedia que a viagem começasse.

Não corei, entrei na onda avistando meus amigos e indo em direção a eles. Baguncei o cabelo crespo de Matt que comemorava dramaticamente ao lado de Bea, que levou as mãos aos céus em um deboche sacudindo seu cabelo ruivo. Izzy já acomodada ao lado de Fê, sorriam com as zoeiras em relação ao meu atraso. Vic estava no fundão, com a galera da sua turma já começando com a bagunça. Sabia que Beka iria, porém sua turma era de outro ônibus.

Rafa um pouco a frente, só era possível vê-lo devido sua alta estatura. O garoto de cabelos claros me encarou com um sorriso no rosto, que se desfez de repente antes mesmo que pudesse retribuir, não entendi.

— Guardei especialmente para você. — Joey deu leves tapas no assento azul.

Me joguei ao seu lado o cumprimentando com um abraço apertado. Ian sentou-se no aceito a frente, ao lado da Ana e antes mesmo de se acomodar o garoto virou me fitando por cima do banco.

Tú! — apontou do nada me encarando com suas sobrancelhas grossas e seu cabelo pendendo bagunçado na testa. — És la única que no se derrete por ele.

Sebastian não precisou especificar, todos entenderam que referia-se a Heitor. Ana virou em câmera lenta, olhando primeiro seu amigo intrometido de camisa florida com os primeiros botões aberto dando seu ar desleixado. Por fim seus olhos arregalados paralisaram em mim, em uma feição de quem estava prestes a me puxar e sair correndo dali.

— ¿Y por qué te importa? — respondi imitando seu sotaque puxado e sensual, dando de ombros por final.

Pareceu ter sido o suficiente. Ana observou Ian voltar aos poucos para o seu lugar, tirando a visão de mim desconfiado com a resposta. Sabia que podia imaginar mil e uma coisas, que nunca pensaria em algo como a verdade.

A movimentação do ônibus fez com que os jovens voltassem a agitação, animados por finalmente iniciarmos nossa viagem. Enquanto eu, mesmo com a motivação de aproveitar me rendi ao cansaço devido ao longo dia de trabalho que tive, por sorte Vitor não foi para o escritório hoje e os dias sem ele costumavam ser menos estressantes, mesmo assim cansativo. Até agora tentava compreender a promoção que recebi.

Meu Romance ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora