Capítulo 32

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Estávamos os quatro sentados em um banco de madeira comendo algodão doce e observando as pessoas caminharem para fora do parque lentamente. 

— Vocês acham que ainda dá tempo de ir em algum brinquedo? — Ravena perguntou e colocou um grande pedaço de algodão doce na boca. — Eu queria ir naquelas cabines que parece um balão.

— Acho que se você correr dá tempo — James respondeu e observei Ravena ficar em pé em um pulo. 

— Vocês vem? — ela questionou. 

— Não, acho esses brinquedos muito sem graça — falei e ela mostrou a língua pra mim. 

— Eu vou com você — Kate falou ao ficar em pé. — A gente se ver daqui a pouco na festa. Vocês vão né? 

— Vamos — James respondeu e franzi os olhos na sua direção enquanto Kate e Ravena abriam um sorriso de satisfação. 

— Ótimo, não deixa ela te fazer mudar de ideia. Ela é escorregadia e você parece aqueles cachorrinhos adestrados que fazem tudo que o dono manda. 

— O que? Isso é um absurdo — James falou com indignação e elas apenas deram risada antes de se afastar. 

Fiquei em pé também e dei a mão para James para o ajudar a se levantar e nós começamos a caminhar para fora do parque. 

Agora que a maioria das pessoas havia ido embora, eu conseguia escutar a música que saia pelas caixas de som espalhadas pelo parque.

— Posso fazer uma pergunta? — eu falei de repente e James virou a cabeça para me encarar e apenas balançou a cabeça em confirmação. — Você e a Ayla já tiveram algo? 

James desviou os olhos e suspirou antes de falar. 

— Eu e Ayla crescemos juntos porque nossas famílias são amigas, sei que ela é mimada e um pouco egocêntrica, mas não é má pessoa — tínhamos parado de andar e agora estávamos encarando o mar a nossa frente enquanto um vento frio batia em nossos rostos. — Ela tinha uma paixonite por mim, mas eu sempre a vi como uma irmã — ele parou de falar por um instante mas eu sabia que ele ainda não tinha terminado. — Mas nas férias, um pouco antes das aulas voltarem, nós acabamos nos beijando em uma festa e mais algumas vezes depois disso. Eu achava que ela tinha superado a paixão que sentia por mim e que para ela era apenas algo casual e sem importância também, mas acabei com tudo quando percebi que não era bem assim e que ela estava muito envolvida emocionalmente. Eu não retribuia seus sentimentos e não seria justo continuar com ela. 

— Por isso vocês estavam afastados esse ano — eu falei baixinho enquanto observava as ondas. 

— É, ela não aceitou muito bem quando terminei e achei que me afastar era o melhor para que ela pudesse superar. 

Fiquei calada enquanto digeria aquelas informações e analisava como me sentia sobre elas e acho que James percebeu pois virou o corpo de frente para o meu e colocou a mão no meu queixo, fazendo com que olhasse em seus olhos. 

— Isso incomoda você? 

— Não — respondi com calma e fui sincera. — Nós não tínhamos nada, não tem porque me incomodar.

James abriu um pequeno sorriso e deu um beijo delicado nos meus lábios antes de se afastar, mas seu rosto ficou sério de repente.

— Algum problema? 

— Não — ele respondeu rápido demais para que fosse verdade. Ergui uma sobrancelha em questionamento. — É que eu fiquei pensando nisso a noite inteira e eu queria saber se você falou alguma coisa de nós para seu pai, pra ele ter falado aquilo quando estávamos saindo. 

A garota do suéter vermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora