KATE
Desde que saí daquela quadra com Hope eu estava decidida a ir atrás de Ravena e resolver as coisas entre nós.
As aulas tinham se arrastado durante todo o dia e eu não tinha conseguido prestar atenção em nenhuma delas, apenas pensando no que dizer quando encontrasse a garota que tinha se infiltrado no meu coração de maneira tão sutil que eu sequer percebi quando aconteceu.
Mas era simplesmente impossível conhecer alguém como Ravena e não se apaixonar. Ela era tão forte e incrível, era engraçada e esperta e a risada dela era definitivamente o som mais lindo que eu já tinha escutado.
Não consigo dizer - ou sequer lembrar - quando me apaixonei por ela. Mas lembro com exatidão do momento em que quis beijá-la pela primeira vez. Nós estávamos na minha casa assistindo Curtindo A Vida Adoidado e ela estava com os olhos fixos na tela da televisão, totalmente concentrada e no momento em que ela sorriu, eu soube que estava ferrada.
Lembro que levantei do tapete em que estávamos sentadas tão rápido que acabei derrubando toda a pipoca pelo chão e lembro dela perguntar qual era o problema e eu gaguejar alguma coisa sobre precisar ir ao banheiro. Lembro de encarar meu reflexo no espelho e me recusar a acreditar que a possibilidade de beijar Ravena no chão da minha sala tinha passado pela minha cabeça, era loucura demais.
Eu já tinha aceitado minha sexualidade anos atrás, então sentir atração por um garota não era nenhuma novidade para mim, não me assustava. Mas eu sabia que podia assustar ela, até onde eu sabia ela era hetero, tinha acabado de sair de um relacionamento de merda e cacete, nós éramos amigas, ela estava triste e quebrada, a última coisa que ela precisava era de uma amiga a beijando e trazendo ainda mais confusão para sua vida, então construí grossas barreiras ao redor do meu coração e não me permiti mais pensar sobre isso.
Mas pra ser totalmente sincera, depois disso ela simplesmente me conquistou cada vez mais, se infiltrando pelas barreiras que eu havia construído ao redor do meu coração, arrancando tijolo por tijolo até que ela simplesmente tivesse reivindicado o lugar apenas para si.
Eu caminhava pelos corredores sem prestar muita atenção nas pessoas ao meu redor, minha cabeça tentando organizar tudo que eu queria dizer, tentando achar as palavras certas para fazer com que ela entendesse como eu me sentia e o quanto ela era importante. Porém quando a encontrei no vestiário, encarando alguma coisa dentro do pequeno armário que guardávamos nossas coisas quando íamos treinar, as palavras simplesmente sumiram da minha mente.
Meus pés ficaram paralisados, o medo tomou conta do meu corpo e na minha cabeça ficava repetindo a cena do nosso beijo em um looping infinito. Eu sabia que ela nunca tinha se envolvido com nenhuma mulher antes, eu sabia que isso era novo para ela e tinha medo que ela acabasse fugindo.
Observei ela fechar o armário e seu olhar pousar sobre mim, parecendo levemente surpreso em me ver. Mas a surpresa rapidamente sumiu e foi substituída por uma emoção que eu não conseguia decifrar e ela caminhou até mim lentamente, cada passo que ela dava meu coração batia ainda mais rápido dentro do meu peito.
— Oi — ela falou ao parar a apenas alguns centímetros de distância. — Eu ia te procurar hoje depois do treino.
Engoli o nó na minha garganta e abri a boca para responder, mas nada saiu e ela se aproximou mais um pouco, até que seu corpo pequeno tivesse a centímetros de distância e eu pudesse ver com perfeição cada detalhe do seu rosto. Um raro sorriso cheio de ironia se espalhou pelos seus lábios rosados e meu coração disparou dentro do peito.
— Então eu finalmente consegui deixar você sem palavras? — ela questionou ao levar as mãos ao meus ombros e percebi que elas tremiam levemente. Mas continuei parada, deixei que ela guiasse essa situação da maneira que se sentisse mais confortável. — Acho que eu gosto disso.
Surpresa me dominou quando ela levou os lábios até os meus. Suas mãos na minha nuca me puxando para mais perto e sua língua pedindo permissão para explorar minha boca. Me recuperei da surpresa rapidamente e envolvi minhas mãos ao redor da cintura dela, trazendo seu corpo para mais perto do meu e um pequeno gemido escapou do fundo da minha garganta quando seu corpo se encaixou perfeitamente ao meu. Como se tivéssemos sido moldadas uma para outra. Esse pensamento fez com que eu a segurasse com mais força e ela enroscou as mãos no meu cabelo, os segurando com o força o suficiente para doer um pouco, mas a sensação era agradável.
Quando ela me beijou dentro daquela cabine dias atrás, tinha sido um beijo desesperado e rápido, como se ela não tivesse certeza do que estava fazendo, mas agora era diferente. Ela me beijava com calma e certeza, sua língua brincando com a minha e me fazendo desejar que tivéssemos em um lugar mais reservado.
Ela afastou o corpo do meu quando ficamos sem fôlego e gostei de ver o pequeno sorriso no seu rosto pálido e bonito. Ela entrelaçou seus dedos nos meus e apoiou a testa na minha, sua respiração ofegante ao dizer:
— Eu estou assustada pra cacete — sua voz era apenas um sussurro e apertei seus dedos com mais forças nos meus. — Eu nunca tinha sentido atração por uma garota antes, mas ... — seu olhar subiu até encontrar o meu e prendi a respiração. — Mas o que eu sinto por você, eu nunca senti por ninguém e isso, esse sentimento que sinto por você, isso não me assusta.
Senti as lágrimas encherem meus olhos e forcei as palavras a saírem da minha boca:
— Eu sei que pode ser assustador, mas vou tá aqui e nós vamos lidar com isso juntas ok? — ela apenas balançou a cabeça em confirmação e a envolvi em um abraço apertado.
Escutamos passos se aproximando, então peguei sua mão e a puxei para fora dali, sem me importar que fôssemos perder o treino e que Ayla provavelmente iria querer nos matar por isso. Nesse momento eu não estava me importando com muita coisa. Pois eu sabia que tínhamos muita coisa pra conversar, sabia que seria difícil, mas também sabia que eram poucas as coisas que eu não faria pela garota que agora segurava minha mão com força e me seguia para fora da escola com um sorriso no rosto.
Espero que vocês tenham gostado pq eu AMEI escrever esses extras!
Indica o livro pra alguém e ajude essa autora na panfletagem hihi
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Se cuidem, bebam água e até logo
bjs
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A garota do suéter vermelho
RomanceHope Clifford passou por anos difíceis onde lutou para superar traumas e fantasmas do passado. Mas agora ela está bem e pronta para fazer do seu último ano na escola, um ano diferente da calmaria e monotonia da qual estava acostumada. Porém quando...