Paralelo - Tobihina

Pesadelo

O cenário desolador, os pés afundando no solo barrento, úmido pelo rio de sangue, corpos mutilados que deixa o ar pútrido um gosto metálico na boca acompanhado de uma densa nuvem de poeira fétida levando irritação aos olhos já cansados pelo uso excessivo, a respiração entrecortada deixando o som sombrio do desespero diante do medo da morte eminente.

A fim de fugir da grande raiz viva que nos cerca, a lua banhada em vermelho mostrando o frio olhar Uchiha sobre cada um de nós da Aliança Shinobi, agora a sombra do que foi um sonho de paz, os farrapos vivos do que foram ninjas vigorosos, que correm em desespero porque mesmo depois de todos terem lutados com tudo de si, mesmo que meu Nii-san tenha se sacrificado para me proteger e ao Naruto, não fomos capazes de deter Madara, não fomos capazes de aplacar seu ódio e vontades deturpadas de nos prender em um mundo de ilusões, enfim ele conseguiu o que queria, prender todos em seu Tsukuyomi Infinito.

E o desespero que eu sentia tomando conta de cada célula do meu corpo, olhando para traz amigos e família sendo envolvidos no casulo de ilusões, minha mente nublada trazendo memorias recentes e passadas se misturando ao turbilhão de confusão que meu corpo exausto e ofegante se encontra, sem perceber onde meus pés me levavam corro trôpega pelo solo hostil e acabo próxima ao que sobrou do corpo do Tobirama Senju.

Abismada por perceber a consciência no quase morto, mutilado pelo sadismo imposto a ele por Madara, me pedindo de maneira hostil para ajudá-lo através de selos aprendidos apressadamente para que de maneira veloz nos aproximamos dos ninjas que estavam envolvidos sobre o Susanoo arroxeado um pouco mais adiante. Sendo recepcionados por olhares incrédulos dos ocupantes da imponente armadura e logo puxados para dentro da massa roxa pelas mãos firmes de Naruto.

Horas ou minutos indecifráveis passados dentro da proteção enigmática, pude observar cada um dos seus ocupantes, ainda atormentada pelos gritos de pavor que se calavam pouco a pouco mais ao longe, e o sentimento de alivio por ainda respirar acompanhado de pesar pelos companheiros perdidos, não passavam despercebidos sobre o olhar austero do Uchiha menor, exaustos de Sakura e os lamentos na ires clara de Naruto que levaram minha mente atordoada a horas antes, onde eu perdia meu primo ao mesmo tempo que a esperança de vitória nos alcançava, e agora sob essas circunstancias o tempo parece ingrato fazendo a fatídica lembrança se tornar vaga, dentro da minha mente esgotada que observava tudo atônita ao lado do quase morto.

***

Mas até mesmo o inimigo é traído por quem ele menos esperava, Zetsus Negro, esse que revela a verdadeira intenção do jutsu imposto por Madara Uchiha e está absorvendo o chakra de todos aqueles que foram pegos pelo jutsu misterioso, quanto mais chakra ele absorve maior ele fica. O Grande Uchiha que visivelmente fo-rá usado e agora era descartado como uma kunai sem corte. O Nidaime Hokage Tobirama-sama não disfarça o olhar de desprezo em direção ao homem, que foi seu rival até depois da morte.

Eu direciono meu olhar para baixo compadecida pelo que sobrou do Homem, que foi um dos mais hábeis hokages da vila oculta da folha, observando as feições pálidas desfalecidas pelo jutso proibido, o cabelo antes branco agora desgrenhados e amarronzados pela sujeira e sangue encrustados, o objeto preto enigmático ainda cravado em sua fonte, os braços e pernas lhe faltado, e sou de novo arrastada para a realidade com a voz estridente do Naruto enquanto o Susanoo a nossa volta se desmontava provavelmente vendo que não mais seriamos afetados pelos efeitos do Jutso lançado por Madara que reunia uma grande concentração de Chakra sem controle por seus movimentos.

- Esse chakra é mais forte que o do Dez Caudas!

- Vamos parar isso agora! - Sasuke tomou a frente e forma uma lança com a mão direita em sua extensão raios crepitando por toda ela -Chidori Eisou. Gritou enquanto corria para atacar seu oponente, mas sem sucesso sendo atacados pelos cabelos descontrolados de Madara que lutava para controlar a imensidão de chakra que absorvia.