Recomeços

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A Hyuuga entendia o receio do Nidaime, e gostava da presença do homem que com o tempo aprendeu a admirar ainda mais, e das raras vezes que ele esboçava um sorriso em sua direção faziam seu coração falhar em algumas batidas, a mulher não sabia explicar, mas nas duas semanas que se seguiram desde tenso encontro nas margens do rio, e agora, depois que se preparou com a ajuda do Senju para a cirurgia de Madara, sentia-se aquecida e agraciada pela presença do homem de cabelos platinados e olhar taciturno.

Sua sabedoria e paciência para com ela, que apesar de controlar bem o chakra, ainda tinha dificuldade em ninjutso médico, e aproveitou os esboços que o homem vinha fazendo para juntar aos ensinamentos que a mestra Tsunade lhe passou antes da guerra.

A Hyuuga usava tudo que sabia, enquanto ajudavam os enfermos na ala médica da família Senju, sua disciplina e resiliência na busca por conhecimento para não cometer erros com Madara, eram admiráveis, e a didática que Tobirama emanava, mesmo que muitas vezes ele se sentia o aluno e ela a mestra, a Hyuuga se encantou de tal maneira ao homem, que até se pegou desejando viver naquele mundo para sempre.

Onde suas habilidades eram admiradas, e não motivo de vergonha para um clã poderoso, e até mesmo alguns soldados timidamente a convidaram para treinar, mesmo que o Senju ou por um instinto protetor ou talvez ciúmes, ideia que passou de relance pela cabeça da moça, depois de uma conversa amigável com a senhora Yoki, que se mostrou uma mãe para a jovem e a ajudara no início de sua vida ali, e se acostumar com os hábitos de outra época.

As duas faziam biscoitos descontraídas, quando a mulher em meio a risadas falou com voz estridente que o Senju olhava para a garota com olhos diferentes — talvez tenhamos um casamento próximo— a anciã não acreditava na história descabida de futuro, pra ela a pobre menina bateu forte com a cabeça e estava naquela situação, enquanto a mulher protuberante fazia planos para casar seu senhor, a pobre Hyuuga engasgou-se tão severamente com o copo de agua que bebia, arrancando gargalhadas estridentes da mulher protuberante que chacoalhava o corpo todo junto com o riso fácil.

Desde então, a moça deixou de pensar no loiro que lhe arrancava suspiros desde a infância, e cada vez mais, pegava-se admirando escondida a beleza do ninja que um dia seria a sombra da folha. —Mas isso jamais poderia acontecer— repreendia seus pensamentos, ela sentia em seu íntimo que o tempo ali já estava acabando, os pesadelos cada vez mais recorrentes e reais, e a sensação de pressão sobre o peito lhe dominando nas horas mais inoportunas.

Sabia que a missão deveria ser cumprida o mais breve possível, aproveitava o tempo que tinha para convencer a todos que Madara deveria ser uma das sombras da folha, tinha em seu íntimo convicção de que se assim não fosse, os Uchiha poderiam se rebelar, passava horas conversando com Hashirama em seu escritório, que surpreendentemente entendia e apoiava a moça em tudo, e prometera convencer seu irmão mais carrancudo de que aquilo era a melhor escolha.

Já do lado Uchiha, o pós-operatório do líder do clã foi um sucesso, e Madara totalmente recuperado passou a confiar cada vez mais nas habilidades da moça gentil, que amigavelmente tentava lhe convencer de que muitos dos ensinamentos que foi carregado pelos Uchiha eram manipulações de um ser perverso, e explanava sobre a dor que ele poderia evitar se cedesse o orgulho e se juntasse ao Senju plenamente como companheiros.

Madara aceitou a intervenção da Hyuuga, a própria garota admirou-se pelo homem que antes lhe causava temor, mas o seu senso de humor muitas vezes escondido atrás da espessa franja ou seu ar de irmão severo para com o desagradável Izuna lhe tirava pequenas gargalhadas.

Enquanto passava algumas horas do seu dia, no pequeno vilarejo do outro lado do rio junto da família Uchiha, lidava bem com os homens na sua maioria fechados e carrancudos, , se encabulava muitas vezes quando o Madara lhe tocava a mão quando ia estender a xicara de chá, gostos pela bebida doce que compartilhavam.

Paralelo - TobihinaOnde histórias criam vida. Descubra agora