Encontro - parte 2

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O dia se arrastou lento para a Hyuuga, que perdida em pensamentos repousava no pequeno quarto em que Hashirama Senju a deixou, e de certa forma o cômodo de paredes bege e aspectos tradicionais lhe acalmava trazendo lembranças de sua própria casa, mas o medo eminente de que poderia falhar de algum modo lhe atormentava.

A Hyuuga se martirizava enquanto lembrava do acesso de raiva que teve enquanto falava toda a verdade aos irmãos que em sua época foram os ninjas mais formidáveis que já se teve notícia.

Afundou-se lentamente no futon macio deixando de lado o lápis que prendia o cabelo em um coque já desfeito, e pesarosa sobre o que estaria por vir, sem a certeza de quanto tempo ainda lhe restava naquela época que não era sua. — preciso me conter, se quero que as coisas deem certo. Entoou para si mesma antes de cair em um sono profundo e agitado.

as lembranças da guerra, gritos e explosões, trazendo uma dor visceral pela perda de seus amigos.

o riso serelepe de sua irmã Hanabi, enquanto pedia que treinasse com ela jutsus de shurikens.

os olhos azuis do ninja que ela sempre admirou, em fúria e medo por seus companheiros.

as costas de seu primo Neji, perfurada por estacas pretas enquanto dava a vida para salvá-la.

riso de escarnio de Madara aterrorizando todo o mundo Shinobi.

o sharingan vermelho, brilhando na lua em sangue.

Senju Tobirama destruído em meio a lama, depositando suas últimas esperanças nela.

e o vortse do tempo a querendo sugar de sua vida.

Acordou ofegante, suor e lagrimas caindo sem cessar, molhando o cabelo grudado no rosto, a respiração pesada, enquanto tentava voltar a si depois do sonho perturbador, percebeu então ser amparada pelo Nidaime, as mãos grandes do homem apoiando seus ombros, enquanto proferia qualquer coisa que a moça não conseguia entender, só via seus lábios se movendo, os olhos avermelhados destacando na pele clara, o cabelo branco bagunçado, e em um gesto de ternura a abraçou.

***

Depois que obtemos a resposta positiva de Madara, tracei uma estratégia de ataque com meus homens, iriamos em paz, mas preparados para guerra.

Não vi a garota Hinata durante todo dia, porém não á conseguia tirar da cabeça, minha concentração falhava, a medida que os olhos de cor tão exótica invadiam minha mente, pedi a Yoshiaki que investigasse se há nas redondezas um clã com tais características.

Os poderes que ela demonstrou ter se assemelham aos dos Uchiha, —olhos poderosos—, não sei bem como funcionam mas tenho que descobrir. — não que me fascinam, mas é pela segurança de meu clã. Dizia para si mesmo, tentando convencer-se de que aquela menina escondia muito mais do que disserá.

A noite já se fazia presente, e a ansiedade pelo encontro na manhã seguinte com seu inimigo não deixavam com que Tobirama pregasse os olhos, a fresta da janela aberta deixando o cômodo se iluminar pela lua tão semelhante aos olhos da menina que lhe tirava o sono, fazendo-o remexer-se na cama de um lado para o outro, instável com seus próprios sentimentos. —recomponha-se homem. Bradava em sua mente confusa. Enquanto os olhos da garota e seu estado de choque lhe invadiam a mente, foi então que ouviu um resmungar agudo, e por um instante pensou ter perdido a sanidade, mas percebeu que o som vinha do quarto vizinho, levantou-se colocando uma camisa de linho larga, para esconder a nudez do seu tronco, e arrastando a fusama, que àquela hora da madrugada causava um ranger alto que percorria toda a casa vazia, teve a visão da menina se debatendo entre os lenções, o cabelo comprido desgrenhado sobre a face clara, e as mãos fechadas em punho enquanto resmungava coisas desconexas.

Paralelo - TobihinaOnde histórias criam vida. Descubra agora