verdades

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para ajudar na leitura " representam pensamentos

*** representa a quebra de perspectiva contada por Tobirama ou Hinata

Dei espaço para que a desconhecida pudesse passar, confesso que sua beleza me paralisou por um instante, a yukata simples caíram bem na mulher que parecia uma boneca, os olhos misteriosos claríssimos, a boca naturalmente rosada só não tanto quanto as bochechas, o cabelo escuro como a noite preso em um coque frouxo, "encantadora" demorei-me mais do que devia observando a mulher pequena a minha frente, e então o pigarrear de Yoshiaki as minhas costas me trouxe a realidade

— Tobirama-sama, seu irmão solicita sua presença.

"Excelente hora" pensei antes de dar meia volta, a mulher me seguia de perto como uma sombra, sua baixa estatura a faziam sumir atrás de mim, mas sua beleza era facilmente notada por todos do clã, os soldados que descanavam sobre a calçada, não disfarçavam o olhar de predadores sobre a menina que se encolhia a cada passo dado, senti-me mal com aquilo, então a peguei pela cintura a puxando um pouco mais perto, o olhar severo direcionado aos bons homens em combate, mas de péssimos modos no descanso.

— Vamos logo Hinata, está chamando muita atenção. Falei firme, o olhar confuso da menina de quem não percebera, ou fingia não notar o quanto era atraente ao sexo oposto, enquanto a passos rápidos encaminhávamos até a casa principal onde se encontrava Hashirama, que direcionou seu olhar confuso para mim ao perceber a garota ao meu lado, mas os modos cavalheirescos e bondosos estampados em cada gesto do meu irmão, quando fazia uma reverência exagerada para a menina que parecia se divertir com o homem abobalhado e retribuiu docemente sem necessitar de apresentações, o que a torna cada vez mais uma incógnita.

— Hashirama-sama. Fez uma breve reverência ao passo que direcionou o olhar para um de nossos generais, e levantando os olhos claríssimos para mim, falou naturalmente

— Tobirama-sama, precisamos falar a sós. Por um instante a petulância velada me irritaram, mas logo pedi que o homem deixa-se nos, pois teria assuntos a tratar com meu irmão. Indiquei um futon com as mãos para que a menina se acomoda-se enquanto me posicionava atrás de Hashirama, que apenas observava tudo em silêncio.

***

Senti meu corpo formigar pelo toque inesperado e possessivo de Tobirama, me puxando junto a ele, como se eu fosse fugir ou algo assim, o constrangimento estampado na minha cara, as bochechas em brasa e o coração acelerado, agradeci mentalmente pelo caminho curto até a residência principal dos (Senju) que lembravam muito meu próprio clã, sóbrio e frio, adentramos a casa deixando as sandálias no Genkan, o corredor estreito da residência que levava ao escritório era silencioso, ouvi um burburinho quando já estava em frente a fusama, mas não consegui compreender, Tobirama arrastou a porta sem cerimônia, cumprimentou de maneira furtiva os que ocupavam o cômodo, foi então que eu vi o Shodai Hokage as feições bondosas, mas não disfarçavam as olheiras profundas atrás do cabelo preto liso caído sobre os ombros tão grandes quanto o meu, sua presença me acalmava, me cumprimentou cortês, ao passo que foi impossível conter o riso sobre o olhar do homem que fundou a minha vila, ou vai fundar, o pensamento confuso brincando em minha mente, em seguida notei o segundo ocupante do cômodo, um senhor de mais idade as rugas no rosto encobrindo a cicatriz grande que lhe cortavam a face dando um aspecto tenebroso, fiz uma curta reverência, mas não podia ser educada, não era a ele que eu devia explicações, pedi ao Nidaime que nos solicita-se privacidade, o que ele fez a contragosto, pelo torcer de nariz e o vinco que se tornava cada vez maior em sua testa. Ele me indicou um futon, mas eu não poderia me acomodar, estava muito nervosa para isso, minhas mãos suadas e tremulas, segurando firme os tecidos da yukata junto da fatídica fotografia que talvez me trouxe-se luz.

Paralelo - TobihinaOnde histórias criam vida. Descubra agora