Capítulo 20

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Califórnia, Los Angeles. 1991.

Tudo parecia pequeno olhando-se pelo alto, para quem visualizava o mundo pequeno, se sentia superior, grande o bastante para alcançar Deus e seus anjos no chamado Paraíso Celestial*, talvez a pessoa se sinta um deus, ou apenas um demônio com senti...

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Tudo parecia pequeno olhando-se pelo alto, para quem visualizava o mundo pequeno, se sentia superior, grande o bastante para alcançar Deus e seus anjos no chamado Paraíso Celestial*, talvez a pessoa se sinta um deus, ou apenas um demônio com sentimentos de grandeza e controle. Estavam chegando em seu destino, notara isso por conta das luzes que lembrava a clubes de burlesque, entretanto, Jackson Campbell não estava indo para a esquelética e sombria Amsterdã pelos clubes, pelo contrario, estava indo atrás de mais pistas. O homem que se sentia um deus por algum motivo, estava seguindo as chamas do anti-cristo*. Seus lábios estavam cerrados, e suas sobrancelhas grossas unidas, seus pensamentos o levava para lugares onde até Deus se recusaria a ir, e onde a existência do Diabo era insignificante. A mulher ao seu lado estava adormecida, Leeann andava muito cansada e Jackson não pode deixar de notar isto, entretanto, sempre que perguntava se algo estava de errado com a saúde dela, a mexicana rapidamente mudava de assunto*.

O homem soltou um suspiro e fechou seus olhos, tentando descansar seus pensamentos que tanto gritava, era notável que em poucos dias na presidência da empresa o fez se tornar uma pessoa séria e até centrada, algo completamente diferente do rapaz espontâneo e explosivo que era, talvez o poder corrompe os que mais o deseja. As cenas que passaram em sua cabeça foi o que o fez viajar de um dia para o outro para o outro lado do mundo. Apos sair do apartamento de Mikkel, Jack recebeu uma ligação, era do detetive que havia contratado para ajudar nesse caso de suspeita, e tal homem, passou informações inesperadas. O dinheiro desviado da empresa foi usado pelo nome de Caon Campbell em uma transferência para uma conta particular na Holanda. Logo mais, o detetive com animação misteriosa, comentou que tinha o nome do dono da conta e o ultimo lugar em que ele estava.

— Seria apenas algum empresário estrangeiro? — perguntou Jackson assim quando obteve tais informações.

Do outro lado da linha, o detetive soltou uma risadinha baixa.

— Dann Berg pode ser dito como empresario, mas sua empresa e de comércio ilegal de drogas e prostituição — respondeu o detetive, e ainda continuou. — Ele esta na lista dos homens mais procurados por comércio ilícito na Europa, e em mais quatro países fora, incluindo aqui, nos Estados Unidos — murmurou, Jackson estava entrando em seu carro enquanto continuava prestando atenção nos detalhes. — Seja lá o que ele e seu pai... - interrompido.

— Onde este cara foi visto? — perguntou Campbell, já ansioso para ir atrás do sujeito. Iria para o Inferno apenas para se vingar de seu pai.

— Na Holanda... esta em Amsterdã —respondeu. — Cuidado, garoto, lá suas influências não servem de nada, você estará indo para um caminho sujo e não terá volta — o detetive parecia esta sendo sincero, chegava a ser irônico um desconhecido alertar Jack, um desconhecido era capaz disso. Para alguém de nunca recebeu qualquer afeto por parte dos pais, tal coisa o deixava ainda mais perturbado. Sangue não serve para nada, aqueles que possuem o mesmo DNA que você podem muito bem te matar. A morte do Jackson foi mental.

Em seguida, o jovem empresário pediu cada mínimo detalhe que o detetive havia encontrado, Jack anotava tudo em uma folha que havia em sua pasta. Encerrou a ligação um tanto quanto animado pela notícia, afinal, o seu segundo maior sonho foi alcançado, iria colocar o empresário corrupto atrás das grades, e sentiria prazer em ver Caon com algemas invés de relógios importados. Voltando ao momento presente dos acontecimentos, Jackson se despertou rapidamente a vaga lembrança do que havia ocorrido, encarou novamente Leeann, entretanto dessa vez, a mulher estava acordada lendo um livro.

— Não sabia que gostava de Jane Austen — comentou o mesmo, afinal, o livro que estava nas mãos de Leeann era Orgulho e Preconceito.

Ela levantou seu olhar e deu um sorriso lambido de lado. Desafiador.

— Não sabia que você conhecia Jane Austen — respondeu a mesma piscando para o homem, Campbell deu um leve sorriso fino enquanto balançava a cabeça.

— Vou perguntar para o piloto se estamos chegando — avisou o rapaz, levantando de sua poltrona, caminhou até a cabine do piloto.

O ar frio, o vento suave e o chão molhado denunciava uma chuva que ocorreu pela tarde, e o tempo não iria mudar tanto. Leeann estava com seu casaco pesado de pele, caminhando em passos firmes em direção ao carro estacionado que já estava os esperando, Jack se aproximou logo após, com as mãos nos bolsos de seu sobretudo escuro. O motorista abriu a porta do passageiro para Leeann entrar, juntamente com Jackson. Com o automóvel entrando em movimento, a mulher mordia os lábios nervosa enquanto encarava toda a magnífica noite holandesa.

— Algo te incomoda? — perguntou seu companheiro.

Parecia que ela iria falar algo*, entretanto não ocorreu, pois sua boca logo se fechou e por fim, soltou-se um estralo de língua.

— Não gosto de estar em um lugar a qual não conheço as regras, não gosto de estar fora do controle — murmurou a mesma*, sentiu Jackson segurar sua mão, e dar um leve aperto, o que a fez encarar o homem ao seu lado.

— Logo vamos ditar as regras, só precisamos de tempo para agir — respondeu ele, a puxou delicadamente para encostar sua cabeça no ombro largo deste.

Um minuto de silêncio se fez por um instante, então, em uma fala que lembrava a assovio de um pássaro.

— Você tem um plano, imagino — a mexicana disse, não era uma pergunta, era uma confirmação.

Não existia ninguém que conhecia tão bem tudo que passava na cabeça de Jackson, ninguém além de Leeann conseguia ler os pensamentos conturbadas do jovem Campbell. Ele acenou devagar com a cabeça, seus olhos se voltaram para as luzes dançantes de Amsterdã, para as ruas apertadas que estariam por vir, e principalmente, pelo seu futuro.

— Faria de tudo para se vingar de seu pai?

Jackson demorou um pouco para responder essa pergunta. Estava distraído demais prestando atenção no que estava em sua frente, na frente de seus pensamentos.

— Você sabe a resposta, Leeann — murmurou o homem, ele a encarou e a mesma o observará de volta, com a mesma intensidade. — Não vou parar até deter o meu pai, fiz uma promessa para ele, e eu vou cumprir.

— Mesmo que tenha que virar um vilão como ele? — perguntou a mulher com os lábios serrados.

Jackson Campbell soltou uma risadinha cruel.

— Somos todos vilões na história de alguém.

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*Posso ser um bêbado, drogado e prostituto, entretanto, uma vez passei de frente a uma igreja, peguei essa parte do culto. Achei interessante o fato de que pessoas lutam para conquistar o tal Paraíso, passei um bom tempo refletindo pois estava claramente chapado, como uma pessoa acredita em algo que nunca viu ou tocou? E porque você continua lendo a merda das notas de um drogado e escritor fodido que observa a vida alheia e julga? Volte para a historia, neste livro não existe Paraíso, apenas o tão quente Inferno.
*Devo parar de passar por igrejas quando estou chapado, acabarei escrevendo uma bíblia.
*Em algumas das vezes, alegava que era apenas cansaço do seu trabalho, e Jack no fundo tentava concordar com tal resposta.
* Por um instante era iria dizer o que a tormenta.
* Não está totalmente mentido, se existe uma mulher mais controladora, está é Leeann. Não qualquer Leeann, mas sim aquela garota selvagem do México, que se pintava em dias de comemoração e chorava no túmulo da mãe morta.

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