capítulo II

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Você pode passar a vida inteira sem perceber que aquilo que procura está bem na sua frente.

David Nicholls

Prontas para o "combate" que seria aprontar toda a festa, limpar o salão — era mais uma casa que ficava escondida no meio da floresta —, teríamos muito o que fazer então não poderíamos nos dar ao luxo de perder tempo

Enquanto Ariela manobrava o carro em frente ao shopping, nós saímos do carro e nos dirigimos a grande porta do local, de longe se notava as fachadas exageradas para chamar a atenção dos clientes, pessoas andando pra todos os lados, crianças correndo ou ate mesmo chorando por quererem algum brinquedo, as vendedoras que tentava empurrar as coisas que a loja vendia para cima de você a todo custo.

Caminhamos em silêncio, um silêncio agradável, a ruiva não era muito de falar, acho que esse foi o principal motivo de termos colocado ela como Azriel. Já a Callidora era animada, as vezes bruta mas ainda sim sua sinceridade marcante era de fazer qualquer um perder a paciência, traduzindo uma cópia do Cassian — não acho que eles se dariam bem por serem ambos teimosos —. Eu me parecia com o Rhysand por querer protegê-las a todo custo, daria minha vida se fosse necessário por essas duas. Uma das características mais marcantes em mim é o Orgulho, a outra e a Doçura. Eu poderia mudar de humor em questão de segundos, mas isso acontecia raramente com o povo de fora do meu círculo íntimo. Não gostava de demonstrar muita emoção na frente de outras pessoas, não ligava para o que diziam de mim, eu sabia quem era e quem eu seria quando estivesse com minhas amigas, é só isso importava.

Paramos de caminhar ao notar uma certa cabeleira preta sentada em um dos bancos do corredor. Uma poltrona para ser mais exato. Callidora era morena, possuía olhos azuis divinos, seus cabelos negros caiam como uma cascata ondulada em seus ombros, a franja que lhe cobria a testa dava um ar de mais sexy. Ela era irritantemente bonita, as cicatrizes que possuía em seus braços e em alguns lugares que a roupa cobria deixavam ela mais linda ainda.

Ariela pega seu celular e disca o número da Calli. Então espera a ligação chamar e ouvimos o barulho da música que com certeza vinha do celular da morena. A ruiva fazia isso toda vez que queria ter certeza de que estava indo conversar com a pessoa certa — digamos que um dia ela confundiu uma mulher albina comigo e desde esse dia ela ficou "traumatizada" — .

Ela instantâneamente olha para frente dando de cara com o nós indo em sua direção, Calli logo se levanta da poltrona e segue caminhando em nossa direção. Abro um sorriso singelo ao vê-la. Percebo meu sorriso ser retribuído com um pequeno e quase imperceptível sorriso ladino. Ela raramente demonstrava emoções na frente de outras pessoas, acho que era por justamente sermos parecidas demais quando crianças — tinhamos uns 10 a 12 anos na época — que tudo virava motivo de briga. Desde que descobrimos os ringue, lá havia virado a nossa segunda casa. Passamos horas lutando, gravando cada detalhe e ponto fraco uma da outra, isso era a única coisa que nós acalmava naquela época.

Abracei a morena com força quando chegamos perto uma da outra e meu abraço foi retribuído, não precisava de palavras, nós sabíamos que aquele gesto era a melhor demonstração de carinho vinda de nós duas. Logo em que me soltei de Callidora, Ariela tomou a frente e imitou meu gesto abrançando Calli. Aquilo era um avanço é tanto, Ari era traumatizada com toques excessivos graças a um acontecimento que ocorreu no internato.

– Já sabe o que tem em mente para a festa desse ano Calli? — pergunto ao ver as duas se soltarem

– Já, o que acham de uma festa a fantasia? — Ela Responde e pergunta olhando para nós

A Court of Dreams and WishesOnde histórias criam vida. Descubra agora