capítulo III

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Sentado aqui, noite fria, sinto o sangue correr quente pelas minhas veias, minhas sinapses estão cada vez mais ativas influenciadas por pensamentos estapafúrdios.
Lá fora os fantasmas me esperam, porém, não tenho coragem para enfrenta-los, não hoje, nem agora...

Samuel Santana Silva

Quando saímos da loja eu fiquei imensamente feliz por termos achando algo que a gente realmente gostou. Ariela era meio chata com decotes e fendas, Callidora gostava de algo que chamasse atenção — uma morringan da vida —, meu estilo era algo complicado, dependia do meu humor do dia, caso contrário eu pegaria qualquer trapo que eu tivesse em casa e vestiria dizendo que era uma fantasia.

Seguimos as compras, precisávamos de enfeites. A festa era algo mais medieval e relembrava a época dos deuses gregos.

Depois de comprar a benção dos enfeites — que inclusive Callidora mandou entregar na casa dela, porquê se a gente fosse levar pra casa aquele tanto de coisa nas mãos, nós iriamos voltar sem a coluna no lugar — . De lá nos fomos para um bufê, quase rolou um barraco lá, porque eu queria torta de morango nos docinhos e a aniversariante não gosta de morango.

Depois de várias horas provando comidas, bebidas e refrescos que seriam servidos na festa. Nós finalmente saímos do shopping com quase tudo pronto, só faltava a faxina no bendito salão de festa que ficava em cima de uma montanha — sim, nós escolhemos esse salão justamente por causa da vista que ele dava — .

Entramos no carro mais mortas do que vivas, com muito sacrifício eu consegui levar todas nós para casa sem que nos batêssemos em algum poste, ou outros carros. Ari e Calli iriam dormi lá em casa hoje.

— Acorda, Callidora — Bato em seu ombro, sem sucesso. Ela havia desmaiado de sono no banco da frente. Olhei para trás e Ari se encontrava na mesma situação.

— beleza, vocês não vão se levantar? — Falo e ouço um ronco anasalado vindo de Ari.

Abro a porta do carro e saio dele, fecho a minha porta, abro a porta do banco de trás, pego as compras, fecho a porta e encaixo a chave no encaixe da minha porta, mas no lugar de girar para travar eu faço o movimento contrário é giro para o alarme. Fazendo um som estrondoso que fez as duas pularem de susto e acordarem na hora.

— Puta merda Katie!! — ouço Calli me xingar e isso só me faz sorrir maldosa

— Maldade, eu não tenho culpa das picuinhas de vocês duas — resmunga Ari levando as mãos aos olhos e coçando ambos. Logo em seguida ela solta um bocejo que me faz ficar com pena da carinha de sono que ela fez.

Aperto o botão de desligar o alarme e destravei as portas. Calli e Ari sairam rapidamente do carro, ambas mortas. Acho que depois de comer que nem nós comemos no bufê, ninguém ali teria estômago pra comer mais nada.

Me aproximei de Ari para ajudá-la com as sacolas, ela havia comprado mais coisas que eu e Callidora juntas. Calli saiu cambaleando como se estivesse bêbada, então ela simplesmente abriu a porta com a chave reserva que eu havia lhe dado na semana seguinte em que comprei a casa.

Foquei em Ari que andava como um bebê. Entrei na casa e larguei as compras em cima do sofá, vi Callidora largada e jogada no meu tapete. Sim, quando elas vinham para a minha casa, elas nunca dormiam na cama — por escolha das próprias, ate eu dormia no tapete felpudo que a minha sala possuía — .

— Vocês estão destruídas — reclamo sendo irônica, já que eu também estava, me joguei no chão junto a elas.

— Você fala como se não estivesse — resmunga Callidora.

A Court of Dreams and WishesOnde histórias criam vida. Descubra agora