Capítulo 1 - Homem Elétrico

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Era um belo dia ensolarado, estava bastante calor, o que não era muito normal, pois estávamos a meio do inverno. Estava no meu quarto, a jogar um jogo de futebol, enquanto esperava o meu melhor amigo, Jack Morgan, me ligar, pois íamos nos encontrar no nosso mini laboratório, que ambos construímos no meio de uma sucata abandonada! (Nós éramos muito inteligentes na questão de arquitetura e eletricidade, então construir o edifício e adicionar luzes não foi muito complicado)

Passou-se umas horas, e recebo uma chamada. Era ele, a dizer para o encontrar no mini laboratório, cujo nome não tínhamos eleito.

Chegando lá, era perto das 16:30, eu o vi, comprimentei e entramos no mini laboratório.

Fomos à sala principal, que chamamos de "Pátrio", e logo vi uma máquina que não havia no último dia que lá fui. Logo lhe perguntei:

-Meu, o que é aquilo e para que serve?

-Mano, nem te digo nem te conto! - dizia ele com um amor de orgulhoso, notava-se entusiasmado- É uma máquina que analisa o ADN humano, mas com informações adicionais, que muitas máquinas no país não conseguem analisar!

-Mas isso vai nos ajudar em...? -perguntei, com um amor de curioso e entusiasmado também.

-Em... - dramatizava ele, enquanto teclava no pc para me mostrar as informações úteis- ...descobrir que tipo de alergias, ou doenças que tenhas e desconheças, ou saber o nível de oxigénio presente no teu sangue, ou até mesmo ajudar a criar vacinas desconhecidas para certas doenças contagiosas!

-Meu, isso é brutal, como é que funciona? -perguntei, pois queria testar a máquina o mais rápido possível!

-É fácil, tenho esta seringa própria para recolha de ADN humano, é só eu enfiar em alguma das tuas veias no braço, recolher um pouco de ADN, adicionar naquele buraco na parte lateral da máquina, e o resto, ela faz em 5 minutos! - já me sentia burro à beira dele, ele esteve a preparar aquela máquina à meses, vendo as folhas que me mostrara depois de falar.

-Ok mano, ainda bem que não tenho fobia a agulhas! - disse eu, com ar de riso.

Deitei-me no sofá, estendi o braço, e ele enfiou a seringa no meu braço. Mas nada correu como esperado...

Começou uma tempestade não prevista na cidade, e isso desestabilizou a eletricidade, mas ele não podia remover a seringa rapidamente do meu braço, ou podia me cortar a veia!

Enquanto ele removia lentamente a seringa do braço, um carro acabou por atingir um poste de luz perto do nosso mini laboratório, fazendo com que ele caísse em cima do telhado, (o material que usamos para fazer o nosso telhado, não era muito resistente) rasgando o telhado e caíndo diretamente em cima de mim, Jack Morgan conseguiu dar um salto para trás, e não foi atingido, porém a seringa ficou no meu braço, e como tava deitado, não tive reação. Na hora em que o poste de luz caíu em cima de mim, o pouco de ADN que tinha dentro da seringa, foi entrando de novo na veia, mas durante o processo, a eletricidade do poste de luz modificou o ADN, fazendo com que circulasse eletricidade dentro do meu organismo, e não sangue. Não, eu já não era um humano normal, era algo maior, alguém maior.

-Meu acorda! Estás bem? Sobreviveste? - ouvia o Jack a falar, um pouco baixo, pois ainda estava atordoado com o choque de eletricidade.

-Sim mano, tou bem... Mas espera um pouco... Eu não estou a ver normal... Vejo tudo azul, com raios de eletricidade a passar na minha visão, e tudo que tenha energia dentro, fica com uma cor azul escuro... o que aconteceu comigo? -estava assustado, não sabia se aquilo era alucinação ou sonho.

-Mano, os teus olhos... estão azuis! Tens olhos azuis! Não é normal, sendo que tinhas olhos castanhos à minutos atrás... -dizia ele, impressionado com algo impossível - deixa-me analisar o teu ADN!

Ele recolheu a amostra de ADN do meu corpo, por sorte, a máquina funcionava por bateria e não tinha de estar constantemente ligada à ficha... Ele examinou o ADN, e dava para ver na cara dele que algo não estava certo...

-Então, que se passa? - perguntei.

-Não faz sentido... o teu ADN, aqui mostra que tens 5% de fluxo sanguíneo, e 95% de eletricidade no teu ADN, o teu sangue tem 10x mais oxigénio que o normal, não tens alergias nenhumas nem doenças, o que é ótimo mas não muito normal, principalmente as alergias, e o mais estranho, é que tens benefícios que ninguém tem... Ah, sim, esqueci de dizer! A máquina mostra benefícios que o teu ADN te fornece, que maior parte das pessoas não têm! - disse ele com um ar espantado.

-Isso não faz sentido, eletricidade no sangue? Conta-me os benefícios também!

-Por norma, o ser humano tem uma velocidade de cura lenta, bem lenta pois os componentes do sangue levam tempo para regenerar a pele, ou curar ossos partidos! Mas aqui diz que tu.. Que a tua cura... É super rápida! Umas 30x mais rápida que o normal! Também tens um equilíbrio fora do normal, pois o ADN mostra que tem muita flexibilidade, por conta da eletricidade que circula no teu corpo! E segundo os dados que estão presentes aqui, tens um poder de controlar a eletricidade, de uma maneira que ninguém consegue! -ele estava mesmo impressionado, é raro ver ele assim...

-Poder de controlar eletricidade? Não faz sentido, deixa-me ver isso... -pedi.

Ele não me deixava, empurrava-me sempre para trás, a dizer que não ia entender o que estava lá apresentado, pois não sou muito bom em medicina e coisas relacionadas a sangue.
Isso deixou-me com raiva, olhei pra ele, e gritei:

-DEIXA-ME VER ISSO!

Nesse momento, raios de eletricidade começaram a sair das minhas mãos, e começaram a circular raios de eletricidade nos meus olhos.

O homem elétricoOnde histórias criam vida. Descubra agora