prólogo.

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𝗦𝗼𝗳𝘆𝗮

Acordo com meu celular tocando e tento desligar, mas vejo que a pessoa continua insistindo. Me levanto da cama brava, pego meu celular e vejo o horário. - Puta que pariu, estou atrasada. - Saio de meus pensamentos quando meu celular toca pela milésima vez e então atendo a ligação.

- Você está atrasada.
- Você jura, Shivani? Se você não tivesse me contado, eu nunca saberia.
- Sua cavala, desce logo que eu e as meninas estamos te esperando aqui embaixo.

Desligo o celular e vou me arrumar. Após ficar pronta desço as escadas correndo, pego uma maçã e caminho até o carro das meninas. Hoje seria um dia péssimo e eu sabia disso, afinal, quando você acorda atrasada pro primeiro dia de aula o melhor a se fazer é voltar para cama e fingir que aquele dia nunca aconteceu. Depois de alguns minutos, vejo Shivani estacionar o carro e as meninas saírem correndo em direção ao Noah. Desço devagar e observo um menino novo em um canto meio solitário, caminho até o mesmo para me apresentar como de costume.

- Oi, eu sou a Sofya, muito prazer. - Estendo minha mão. - O menino me olha de cima a baixo e sai dali sem falar nada.
- Você sabe quem você acabou de ignorar, seu idiota? - Meus amigos me puxam pelo braço, afinal eles não gostariam de me ver . Depois disso, fomos sentar em um banco como sempre esperando o sinal bater para irmos para a aula.

- Aquele menino novo é um gato, miau. - Sabina diz fazendo todo mundo rir.
- Sou bem mais eu. - Noah como sempre se gaba e as expressões de nojo em nossos rostos é evidente. - Vocês tem inveja de mim.
- Cala boca, Noah. - Jogo meu caderno na cabeça do mesmo que quase caí do banco, todo mundo riu menos o Noah que saiu correndo atrás de mim, quando ele estava quase conseguindo me pegar o sinal tocou e eu nunca fui tão agradecida.

Depois que acabou todas as aulas, Shivani me deu uma carona até minha casa. Ficamos conversando em meu quarto até às 20:00 e ela avisou que tinha que ir embora, fazia um mês que meus pais estavam viajando, então eu sempre fazia questão de convidar um dos meus amigos para vir aqui em casa. Liguei o som e deixei tocando Control da Halsey. Como a noite estava um pouco abafada, resolvi ir nadar um pouco na minha piscina.

- goddamn right, you should be scared of me. who is in control? - cantarolava alto quando escutei um barulho vindo do portão.
- Shivani, é você? - Gritei mas ninguém respondeu, então imaginei que fosse apenas coisa da minha cabeça, afinal, eu sempre tive medo de ficar sozinha. Aumentei a música pois era uma forma de eu me sentir mais segura e voltei a nadar. Escutei um barulho forte vindo da cozinha, já estava bem escuro então me sequei e resolvi entrar.

- Tem alguém aí? - Perguntei e mais uma vez um silêncio grande dominou a casa. - Ok, respira Sofya, isso é apenas coisa da sua imaginação. - Tentei me acalmar e resolvi ir para o meu quarto, quando estava subindo as escadas vi um vulto atrás de mim e olhei rapidamente, sentindo meu coração acelerar. - Shivani, se for você, pare agora pois isso não tem graça! - Corri para o meu quarto e me tranquei, peguei meu celular mandando mensagem para o grupo.

Whatsapp On

Sofya: Gente, tem alguém aqui e dessa vez é sério.
Sabina: De novo essa bobagem?
Noah: Uhhh Sofya, não olhe para trás, pois o lobo mal estará lá.
*Áudio da Joalin rindo*

Desliguei meu celular irritada e desci as escadas, parei na porta da cozinha, respirei fundo e gritei. - Seja quem estiver aí, saiba que eu não tenho medo e eu vou entrar com um processo contra você por aterrorizar menor de idade, seu babaca. - O medo que estava em mim se misturou com uma raiva gigante então eu estava preparada para ligar pra polícia e avisar do ocorrido quando sentir algo bater em minha cabeça. Acordei meio tonta olhando para o teto e percebendo que ainda estava em minha casa.

- Finalmente acordou a cinderela, temos muito trabalho a fazer. - Uma pessoa disse e eu tentei reconhecer a voz pois estava com uma máscara, mas sem chance.
- Quem é você?
- Poxa, Sofya, eu fico triste de você não estar lembrada de mim. - A pessoa pulou em cima de mim e encostou a faca no meu rosto. - Eu tenho certeza que depois do que eu fizer com você e com seus amiguinhos, você vai se recordar.

Após alguns minutos em silêncio, a pessoa cansou e resolveu agir, ela me arrastou até a piscina e me afogou por um pequeno tempo, sempre que eu estava quase perdendo o ar ela me levantava e depois repetia o processo.

- Você está em desvantagem, então eu vou te dar uma tentativa de sobreviver, ok? Você vai correr o máximo que conseguir e talvez você sobreviva, mas se eu te pegar você morre. Vamos brincar de pega-pega, é a minha brincadeira favorita. - Elu soltou uma risada escandalosa e eu corri o máximo que podia, pela minha casa toda e até tentei o portão mas tinha algo que não deixava ele abrir, quando cheguei em meu quarto, eu sabia que tinha corrido o máximo que eu conseguia mas mesmo assim não era o suficiente, escutei um barulho de faca no corrimão e sabia que elu estava perto. Comecei a chorar e a pedir perdão por todos meus pecados, eram muitos mas eu realmente estava arrependida de tudo.

- Te achei. - Elu gritou me dando um susto. - Hoje não é o seu dia de sorte, Sofya.
- Não, por favor, tenha piedade de mim. - Implorei.
- Você sabe que isso não é possível. - Elu pegou a faca e quando estava quase me acertando, eu consegui segurar a mão delu, elu era forte e eu estava fraca, uma batalha injusta para ser a última da minha vida.
- Isso é tudo por dinheiro? Se for eu posso dar tudo o que você quiser, eu passo essa casa para o seu nome e consigo te fazer popular. - Elu não falou uma palavra, apenas riu. Ficou uns cinco minutos rindo e então resolveu falar: - "Isso é vingança." - Eu não consegui falar mais nada, eu apenas senti uma dor enorme no coração e então vi o sangue escorrendo, cada vez menos eu respirava e eu sabia que não poderia morrer, não tão jovem.
- Por favor, uma última chance e eu prometo que tudo vai mudar. - Implorei uma última vez, com a voz abafada e sentindo minha respiração acabar.
- Sinto muito querida, talvez em uma outra vida. - Elu falou da forma mais fria e me deu as costas. Então era isso, eu morreria da forma mais cruel que alguém pode morrer: Sozinha. Senti lágrimas caírem e então respirei, pela última vez.

The revenge.Onde histórias criam vida. Descubra agora