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Na saida vejo o tal carro, entro e mantenho-me em silêncio durante toda a viagem até minha casa. Só queria que tudo isto fosse um pesadelo e quando acordasse tudo passa-se simplesmente. Agora tudo o que eu preciso é chegar a casa, comer algo, realmente com tudo isto até tinha esquecido a minha fome e cede, e ter uma boa noite de sono.

A viagem foi rápida, ou pelo menos pareceu pois sinceramente não prestei atenção a nada, estava simplesmente mergulhada nos meus pensamentos. Quando chegamos á minha casa o senhor que dirigia o carro parou e eu esperei ele falar algo, mas nada, ele se manteve calado a viagem inteira também, na verdade , nem cheguei a ver a sua cara, estava toda tapada.... O que só tornava isto mais assustador. Como ele não disse nada, abri a porta, murmurei um breve "obrigada" e saí, agindo normalmente como Simon me pediu, mesmo que por dentro estejam passando mil e um filmes indescritíveis.

Chegando na porta de casa, bati na porta já que o meu irmão tinha ficado com a minha chave de manhã e foi o meu pai que abriu. Espera? O meu pai abriu? A minha mãe está do lado dele? Quando tempo eu fiquei fora? Eles chegam sempre muito tarde a casa, não acredito, já deve ser muito tarde mesmo. Enquando eu tinha um "pequeno" desespero interno, eles continuavam-me olhando como se pedissem explicações apenas com os olhos. Eu fiz sinal para que me deixassem passar para dentro de casa , mas eles nem se mexeram. Ai ai, já estou a ver que não saiu desta sem levar um sermão daqueles.

- Mãe.... Pai?-digo receosa.

- ONDE VOCÊ ANDOU SAVANNAH CLARKE?- o meu pai fala bravo, eu nunca o tinha visto assim, aquela expressão fez-me lembrar o meu irmão quando alguém mexe em algum dos seus video games. E confesso que não gosto nada dessa expressão, me assusta.

- Eu... Eu- tento balbuciar mas a minha mãe me interrompe me puxando para dentro pelo braço, o apertando com força, mostrando o quanto estava brava. Que horas seriam? Eu vi que já estava de noite..... Mas sinceramente estava tão embrenhada nos meus pensamentos que nem consegui razocionar algo na altura.

- VOCÊ ACHA QUE ISTO SÃO HORAS DE CHEGAR A CASA? QUE DECEPÇÃO, VOCÊ É UMA VERGONHA, NÃO TRABALHA, NÃO SE COMPORTA BEM, NÃO FAZ NADA DIREITO. VOCÊ NÃO SERVE PARA NADA! NADA! SAVANNAH CARKE, VOCÊ NÃO MERECE OS PAIS QUE TÊM- ela revira os olhos que já estam marejados por lágrimas que correm sobre eles de raiva.

- Desculpa mãe- falo já chorando com a cabeça para baixo. No momento não conseguia olhar nos olhos de ninguém. Me sentia um lixo, culpada,falhada. As palavras da minha mãe magoaram-me, muito mais que a sua mão que ainda permanecia apertando o meu braço até então.

- Savannah- falou o meu pai um pouco mais calmo porém ainda notalmente irritado- onde você estava?, nós estavamos preocupados- diz o meu pai pegando a mão da minha mãe para que ela para-se de me agarrar. Aquilo com certeza deixará uma marca feia.

- Fale por você, eu já não me preocupo mais com "isso"- diz a minha mãe me fazendo voltar a Olhar para baixo e desviar o olhar que até então estava em meu pai.

- Eu.... Eu.... Eu fui comprar uma coisa para o Noah...- digo tentando me lembrar o verdadeiro motivo pelo qual eu sai da escola e não regressei logo a casa.

- ISSO NÓS JÁ SABEMOS SAVIZINHA- diz a minha mãe com ironia, rancor e mais um sentimento na sua face que eu não consegui distinguir.

- Calma amor- o meu pai diz fazendo carinho na mão da minha mãe. Como ele pode continuar com ela? Ela não o merece... E sei que o está a trair, ainda não sei com quem, mas sei que está.- savannah, o teu irmão já nos tinha dito que foste-lhe comprar um jogo, mas segundo ele, já deverias ter chegado. Onde andas-te?- ele fala mais calmo, e fica esperando eu dizer algo me encarando enquanto eu continuava com o meu olhar voltado para o chão.

Não respondi nada, na verdade não conseguia dizer nada. Por esta altura a minha mãe já tinha subido para os quartos, mas não sem antes me lançar um olhar mortal e revirar os olhos.

- SAVANNAH- diz o meu pai agora menos calmo e com impaciência na voz.

- Eu só demorei um pouco mais para comprar pai... Estava muita fila..- menti, foi o que me lembrei na hora, sei que provavelmente tem uma desculpa melhor, mas dêem me um desconto, ainda estou abalada com as palavras da minha mãe.

- Ok, tudo bem, mas que não se volte a repetir, vc não tem celular? Eu liguei! Porque não atendeu?- fala um pouco chateado mas mais suave, talvez para não me assustar mais já que a minha expressão neste momento não deve ser das melhores.

- Deve ter ficado sem bateria, desculpa- falo entre choro e soluços.

- oh... Tudo bem princesa, não é preciso ficar assim, eu fiquei preocupado, mas sei que não faria por mal, anda cá- ele vem até mim já que eu ainda estava parada sem me mexer, e me abraçou- está tudo bem, mas não o volte a fazer, agora mostre, o jogo que comprou- ele sorri- podemos jogar todos juntos, eu tu e o teu irmão- ele me encara com um breve sorriso- sei que sente falta de momentos em família, eu estou realmente me esforçando mas.... É complicado- ele sorri triste.

- Eu sei pai- sorrio triste em modo de compreensão.

- Então? Onde está o jogo?- ele diz procurando com o olhar á minha volta ou por algum saco que eu trouxesse na mão mas, sem sucesso, até porque eu não tinha nada. ESPERA? EU NÃO TENHO NADA! AI , NÃO , NÃO...

Agora, sim, estou feita... O que vou fazer?

𝙘𝙤𝙣𝙛𝙪𝙨𝙞𝙤𝙣 / Beauvannah/ Beauclarke  [COMPLETA] (Now United) Onde histórias criam vida. Descubra agora