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P.O.V. Noah

Acordo com a luz do sol a incomudar os meus olhos e me pergunto metalmelme porque esqueci de fechar a janela. Levanto da cama e encaro por alguns segundos a parede branca do meu quarto ainda meio a dormir. Nela tem uma foto minha com a savannah, lembro da discussão que tivemos ontem, eu não queria a maxucar, eu fui longe de mais, eu não o queria fazer, mas o fiz, e me sinto muito mal por isso. Eu sei que ela fica mal sempre que alguem grita, e eu fiz exatamente isso, eu estava possuído pela raiva do momento, não queria o ter feito, aposto que neste momento ela deve estar com medo de mim. Isso me magoa... Eu adoro a minha irmã, eu não queria ser assim, mas ás vezes não tenho como me controlar, e ela é quem sofre mais. Vejo um envelope perto da minha porta e uma vez que já estou um pouco mais desperto, caminho até lá e pego. Era um envelope com um papel dizendo "desculpa Noah" , logo reconheci a letra impecável de Savi, era facilmente reconhecível, abri e lá tinha uma quantidade grande de dinheiro, não o valor que eu lhe dei para compra-se o jogo, mas não deixava de ser muito. Eu sei que ela não recebe dinheiro dos nossos pais e sei que teve que trabalhar no duro para ter o pouco que tem, isso me deixou triste, eu não queria que as coisas fossem assim. Apesar de eu sempre ter convivido com a minha mãe a tratando mal, eu não queria fazer o mesmo com ela, não sabendo que ela tinha ou têm uma boa concideração para comigo. Eu tinha que lhe pedir desculpa.

Veio-me flashbacks da noite passada á mente, quando ela chocou comigo nos meios da escada, ela estava chorando, não um choro controlado ou de apenas birra, ela estava sofrendo... E eu fiz ela sofrer mais...

Foi até ao banheiro, tomei um banho bem longo para acordar e foi até ao closet escolher a roupa. Tudo me lembra ela, a roupa que agora eu estava a vestir, tinha sido engomada por ela, tenho certeza disso porque ela sempre tinha cuidado com os pequenos pormenores, mesmo sendo apenas um bolso, sempre estava tudo direitinho, e ela fazia isso tudo com muito carinho e paciência, o que só a tornava uma mulher mais incrível. Sim, a minha maninha creceu, ela é um ser humano forte, incrível,  passa por tanto coisa, eu tenho orgulho nela... Mas de uma hora para outra, eu já estou a gritar com ela e tudo volta ao normal.

Lembro do porque de ter sido ela a lavar e engomar esta roupa, apesar de termos uma empregada de limpeza que está encarregada de fazer isso. Savannah tinha chegado da escola, isto aconteceu á três dias. Ela foi tomar banho e estava sozinha em casa. Eu estava também, mas quando eu estou a jogar, nem que venha um terramoto eu ouço ou me mexo. A minha mãe chegou como sempre tarde do trabalho, e tinha esquecido da chave, tocou á campainha, e pelo barulho da água a cair sobre a banheira, savi não ouviu a campainha e minha mãe ficou esperando por 15 minutos. Nem foi tanto tempo, mas quando savi foi abrir a porta a minha mãe surtou, começou a gritar com ela e disse que na próxima semana ela teria que cuidar de tudo da casa sozinha. Minha mãe mandou mensagem á empregada da limpeza para não vir na próxima semana e savannah só assentiu como sempre tentando colocar o seu melhor sorriso no rosto. Mas em sei perfeitamente que aquele sorriso não é genuíno, ela está mal, e eu só a coloco pior.

Visto uma roupa de sair já que ainda não sei muito bem que farei hoje, um polo e umas calças jeans, mas não sem antes cheirar as peças... Não sei o que sav fazia para deixar tudo tão perfumado, mas aquilo era muito cheiroso.
Me penteio ficando alguns 10 minutos á frente do espelho me olhando e depois quando ja ja estava minimamente apresentável sai do quarto.

Vejo Savannah correr as escadas em direção ao seu quarto, mas não a podia deixar ir sem antes me desculpar.

- Savi?- digo quando ela passa correndo por mim.

Ela só me ignora com o rosto baixo e tremendo. Calma? Ela está chorando?

- Sav- a puxo pelo braço para que me encare, ela geme baixinho de dor continuando com o rosto para baixo soluçando tentando disfarçar em vão o choro.

Reparo na marca que ela tem no braço e entendo o porque da dor. Largo rapidamente e seguro no rosto dela para que me encare, a mesma só se deixa segurar, talvez por medo pois continua tremendo entre as minhas mãos e não desvia o olhar do chão tentando ao máximo não olhar nos meus olhos.

- Desculpa sav- faço carinho na sua bochecha molhada- não queria te maxucar, eu sinto muito- ela só continua  chorando e parte-me o coração a ver assim - anda, vamos tratar disso, deve estar doendo- a encaminho até ao meu quarto e ela não se opõe, acho que ainda não está q raciocinar muito do que se está a passar...

- não tem que se desculpar- diz engolindo o choro e se encolhendo quando eu passo um pouco de remédio no braço, Suponho que esteja a arder então sopro para aliviar. Ela só faz uma careta de dor mas depois me encara sem expressão esperando eu falar algo.

- Savi, eu não queria o fazer, eu só me irritei com o jogo, você sabe... Mas não queria te maxucar, foi pelo calor do momento.- digo acabando de limpar o maxucado.

- sabes noah, o que mais me magoa não é isso- ela se refere ao braço- são as palavras que me disse... Eu não queria... Eu....- agora apenas uma lágrima solitaria passava escorria pela sua bochecha.

- Ei, desculpa, eu não quis fazer isso, mas você têm que entender que eu esperei muito pelo jogo, você disse que iria, eu deixei isso nas suas mãos, e você me desiludiu- digo um pouco irritado e vejo a sua espressão ficar triste de novo, eu estava a fazendo sofrer de novo. Porque eu não paro?- me conta, onde você estava? - pergunto tentando soar um pouco mais calmo.

- Eu... Eu fui na loja..- ela diz encarando a parede atrás de mim.

- Savannah, você não foi na loja, DIZ, DIZ ONDE VOCÊ FUI, DIZ SAVANNAH!- digo com firmeza e voltando aos gritos habituais.

- Eu.... Eu não posso dizer- as lágrimas que se tinham controlado voltaram a escorrer pelo seu rosto sensível.

- Savannah, diz, dou-te uma ultima chace- digo fazendo ela entender que eu não estava brincando, e sem eu perceber já estava em pegando no braço de novo com força. Ela me olhava com uma espressão de medo, dor e tristeza.

- Eu não posso- ela engole o choro e fecha os olhos pela dor- eu solto o braço dela e a empurro para fora do quarto com força.

QUEM ELA PENSA QUE É PARA NÃO COMPRAR O MEU JOGO, E AINDA NÃO ME CONTAR O QUE ANDOU FAZENDO? QUEM AQUELA VAGABUNDA PENSA QUE É?

Fico um pouco de tempo encarando a parede e depois passado algum tempo vou fechar a porta do meu quarto que permanecia aberta desde que a tinha empurrado por lá.

Não acredito, aconteceu de novo. Gritei com ela e a machuquei mais ainda, eu não a mereço, o mundo não a merece.

Um som de um celular tocando me tira dos pensamentos. Era Xavier, o meu companheiro de jogos, nós sempre jogavamos juntos.

- Oi, noah?- ele fala animado- já tem o jogo? Está incrível não está?

Só consigo desligar a chamada e gritar bem alto o quão irrito eu estava.

NÃO ACREDITO, VOCÊ ESTRAGOU TUDO, ESTRAGOU TUDO SAVANNAH.

Grito e consigo ouvir o choro do quarto do lado, ela estava chorando muito alto e soluçando mas estava meio abafado, sei que ela não gosta de se mostrar vulnerável, o que não tem sido possível nas últimas semanas porque sempre a veijo chorando.

Quando me acalmo um pouco, retorno a chamada com o Xavier e ele me convida para uma partida num outro jogo. Aceito, já estou farto de pensar nela, se ela quisesse ajuda teria me contado onde estava. AFF...

- MATEI UM ZUMBI- Grito para xavier que está do outro lado da ligação jogando comigo. Nós estamos fazendo equipa e o jogo está a correr muito bem.

Passado algum tempo jogando já nem lembrava mais da confusão com a savannah.

𝙘𝙤𝙣𝙛𝙪𝙨𝙞𝙤𝙣 / Beauvannah/ Beauclarke  [COMPLETA] (Now United) Onde histórias criam vida. Descubra agora