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P.O.V Savannah

Acordo com muita dor da parte baixa da zona abdominal. Queria que tudo aquilo não tivesse passado de um pesadelo, mas sentir aquela dor espalhada por todo o meu corpo, faz-me acordar para a realidade.

Tudo foi real...

Estou destruída, me sinto culpada por tudo, por ter confiado em Jorge, por ter ido me encontrar mesmo tendo sido indicação de Marília, por não contar a ninguém, e por estar a por em risco a vida da Joalin. A culpa é, e sempre será minha... Suspiro.

Todo o meu corpo está dolorido, não me consigo mexer direito sem soltar um gemido de dor. Os braços, as pernas, o tronco, tudo me doi. Me sinto um pouco melhor ao sentir una braços suaves me envolvendo sabendo que Joalin cumpriu a promessa e não saiu do meu lado o tempo todo.

Joalin se mexe um pouco na cama me tocando em pontos que no momento estão muito sensíveis e eu gemo de dor tentando não fazer barulho.

- Sav? Você está bem?- Joalin pergunta com uma voz preocupada e com sono pois acabou de acordar.

- Estou sim- falo com uma voz fraca, não tinha forças para mais que isso.

- Como se sente? Está melhor? Menos assustada?- ela pergunta com calma se sentando na cama e faço um esforço para também me sentar apesar da dor que sinto.

- Sim- digo simples sendo sincera pois estou um pouco melhor que ontem em questão a estar assustada pois sei que Joalin não saiu do meu lado um segundo.

- Ainda bem- ela me abraça forte me causando uma dor infernal mas me mantenho em silêncio sofrendo até que ela se afaste.

- Vamos, Vamos tomar o café da manhã, se sentirá melhor depois de comer- ela sorri me puxando, causando ainda mais dor.

Vou com ela, apesar da dificuldade para andar, estava-me habituando á dor aos poucos e poucos. Desço as escadas com cuidado, cada degrau de cada vez e finalmente chego á cozinho com Joalin logo atrás de mim.

- Sav, Jo, Bom dia- diz Josh nos vindo cumprimentar com um beijinho carinhoso na bochecha- dormiram bem?

- Ótima, Savannah é um anjinho na cama, nem se mexe, fiquei com o dobro do espaço, tadinha, deve ter dormido encolhida- diz Joalin na brincadeira,, pois realmente eu não me mexi nada, ela só não sabe é que eu não me mexi pois doia qualquer movimento que eu fizesse.

- E você Sav? Está melhor?- pergunta preocupado se aproximando de mim.

- Estou sim, Obrigada- esforço um sorriso que saí mais como uma careta.

- Ainda bem- ele sorri- bom, Simon disse que depois de tomar o café da manhã, eu e Joalin iremos para a empresa. Ele disse que acha melhor você ficar em casa para te dar tempo para decorar o roteiro da audição do filme. Marília e Amanda ainda não chegaram do casamento do irmão, mas elas dizem que voltam depois de almoço. Jorge está em casa se você precisar de alguma coisa- ele sorri.

- NÃO- grito desesperada.

- Sav? Você está bem?- Joalin pergunta confusa.

- É... Eu estou- falo nervosa tentando me recompor e parecer bem- Só prefiro ir com vocês... Eu acho que me concentraria mais num dos escritórios da empresa do que no meu quarto, só isso- eles assentem.

- Tudo bem, acho que não deve haver problema em você ir, vou só avisar o Simon, vão tomando o café da manhã- fala Josh indo até ao escritório do Simon.

Ficamos eu e Joalin na cozinha tomando o café da manhã enquanto Josh não vinha. Só espero que Simon deixe eu ir.

- Oi- Josh diz ao voltar- lamento Savannah, senhor fuller disse que pelo desfile, estão todos os escritórios dos pisos de baixo ocupados, e os de cima são os das reuniões. Mas ele deu uma solução, disse que você pode ficar no escritório do andar de baixo da mansão, aquele entre o quarto da Amanda e de Jorge.- ele para e depois continua a falar- Aaahhh, já me ia esquecendo, Simon avisou que Jorge precisou de viajar com urgência para Londres e que só volta daqui a uns quatro dias. Desculpa Sav, acho que você vai ficar sozinha, mas se quiser companhia, quando eu não estiver em reunião eu mando mensagen e fazemos videochamada- ele diz fofo e eu sorrio aliviada que ficarei sozinha.

Melhor sozinha que mal acompanhada....

- Tudo bem- sorrio- sim, depois você me liga quando não estiver ocupado, podem ir, eu fico bem- esforço um sorriso. Não queria ficar sozinha, mas pelo menos sabia que Jorge não poderia fazer nada a quilómetros de distância.

[.....]

- Fica bem princesa- Josh se despede me dando um beijo no topo da cabeça e indo apressado para o carro já que senhor Fuller não gosta de atrasos.

- Até logo Sav- Joalin me dá um abraço indo também para o carro.

Acabo de arrumar tudo na cozinha, e subo para o quarto me arrumando para um novo dia. Sim, eu ainda estava de pijama.

Tomei mais dois remédios para a dor por isso ela agora estava suportável. Suspiro. O único problema é que nunca terá remédio que apague as lembranças que tenho de ontem....

Confesso que foi um pouco difícil me olhar no espelho hoje antes do banho. Toda a minha pele estava marcada. Hematomas roxos, arranhões, maxucados, tudo dolorido...

Depois que termino tudo, desço até ao andar de baixo, onde entro no tal escritório que Simon tinha falado. Começo a estudar o texto da audição e passado umas duas horas decorando, já sabia quase tudo, só faltava por em ação, essa era a parte mais dificil. Passar os sentimentos através da personagem e do texto decorado.

Estava recitando o roteiro, quando reparei numa trilha sonora me acompanhando. Era a melodia do piano de novo... Eu tinha que saber de onde aquilo vinha. Procuro uma conduta/ventilação no escritório e acho uma atrás da mesa grande. Abro a grade que tapa a conduta e enfio lá a cabeça tentando ver de onde aquilo vem e para onde aquilo vai. O som vinha debaixo, isso eu tinha a certeza, o que não faz sentido porque pelo que eu sei este é o andar mais a baixo que a mansão tem.

Depois de fazer algumas contas chego á conclusão que se olhar para cima, e seguir esse caminho inclinado, irei chegar ao pequeno quartinho do andar de cima. Então acho que apenas tenho que seguir pelo caminho de baixo e chegarei ao lugar de onde a melodia vem.

Pego no celular para usar como lanterna e entro na ventilação, aquele era um caminho longo, e tinha algumas curvas o que me fazia pensar de como eu voltaria para trás, mas era simples até. Deixei uma luz ligada no escritório, por isso seria só seguir o caminho que tem mais luz para regressar. Pelo menos em uma coisa na vida fui esperta.

Depois de muito caminhar ao longo daquela conduta, cheguei a um caminho sem fim e abri a grade que a fechava. Encontrei uma sala enorme. A melodia já não tocava, o que me intrigava, mas tenho a certeza que ela vinha daqui pois a sala tinha um piano no cantinho.

 A melodia já não tocava, o que me intrigava, mas tenho a certeza que ela vinha daqui pois a sala tinha um piano no cantinho

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(Figura 7- imaginem um porão muito grande, com pouca luz e com um piano num canto.

Tudo estava abandonado, provávelmente isto seria uma sala secreta que não é usada á muito tempo. Apesar da quantidade grande de pó que estava sobre toda a superfície da sala, as teclas do piano estavam estranhamente limpas o que fazia parecer que ele foi utilizado á pouco tempo.

Quem será que estava tocando piano á uns minutos atrás?

Me assusto ao ouvir um barulho atrás de mim e me viro rapidamente encontrando um pedaço de papelão ao alto escondendo algo. Chego mais perto e avisto uma ponta de um pé. Estranho.

Vou me chegando mais perto até começar ouvir um soluçar desesperado e um choro baixinho. Assim que chego lá retiro o papelão revelando uma menina com cabelo loiro voltada de costas toda encolhida escondendo q cara entre os joelhos.

- Por favor não me faça mal, eu lhe imploro- a menina fala com muito medo se escondendo de mim.

Tem uma pessoa vivendo por baixo de nós, na mansão e nós não sabiamos?? Seria ela quem todas as noites tocava aquela linda melodia no piano?

𝙘𝙤𝙣𝙛𝙪𝙨𝙞𝙤𝙣 / Beauvannah/ Beauclarke  [COMPLETA] (Now United) Onde histórias criam vida. Descubra agora