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P.O.V Joalin

Já deve fazer muito tempo desde que eu e sav ficamos aqui no quarto dela só conversando, o objetivo era apenas eu vir, ela me emprestar algo para vestir pois minhas roupas estavam todas molhadas, e depois eu voltaria para de trás do arbusto, mas a conversa está tão boa que nem eu nem ela queríamos que acabasse. Acho que já não me sinto tão bem conversando á muito tempo, sinto que seremos muito boas amigas no futuro, ela é simpática e muito calma, porque se fosse eu já teria dito umas boas verdades aquela víbora que ela chama de mãe, mas eu não posso falar muito pois por mais que o meu pai faça coisas que eu não concordo, eu nunca me oponho... Acho que nisso temos uma coisa em comum, tirando a parte que ela chora para mostrar os sentimentos e eu prefiro gritar com as paredes e dar murros nos traveceiros, tadinhos, não me fizeram nada, mas é perfeito para descarregar as emoções kkk.

Eu acho incrível como a família dela simplesmente parece que se esquece dela, estamos desde manhã neste quarto fechado e tirando aquela vez que a mãe dela veio aqui, mais ninguém entrou, se não fosse eu a trazer comida comigo e partilhar com ela, ela não teria comido o dia todo, eles são uns mostros, não merecem a filha que têm.

Savannah é uma menina doce, não parece ser uma adolescente rebelde que falta ao respeito ou merece castigo, mas parece que a mãe gosta de a fazer sofrer, como isso se pode chamar de mãe?

Mãe... Doi dizer essa palavras, eu nunca cheguei a conhecer a minha, pelo que me disseram ela me abandonou sem dizer quem era o meu pai, eu fiquei vivendo os meus primeiros seis anos de vida com uma senhora e depois passado esses seis anos o meu pai descubriu sobre a minha existência e eu fui viver com ele.

Simon é um homem frio, olha sempre primeiro para o dinheiro e só depois para o caminho que terá que enfrentar para o conseguir, e o faz mesmo que isso custe estragar vidas, mas no fundo eu sei que ele me ama, no início foi difícil me habituar às suas rotinas, e á falta de atenção por parte da pessoa que deveria me dar carinho e ser responsável por mim, mas agora já não me importo, só que a minha vida é muito sozinha, só tenho contacto com poucas pessoas, e todas elas são ou mais velhas que eu, no caso os funcionários da empresa do meu pai, ou então da minha idade ou parecido quando são as "novas" estrelas que o meu pai escolhe, tirando-as de suas vidas normais e dando-lhes uma vida de fama e sucesso a todo o custo. Sinceramente no caso da savannah até estou feliz que ele tenha feito isso, não sei se é engoista pensar assim, mas eu finalmente terei uma "irmã", ou pelo menos alguém para conversar, e acho que ela se dará muito bem lá, além de que tudo é melhor do que viver nesta vida de inferno que a sua mãe e o resto da família a faz passar.

- Jo?- savannah fala me tirando dos pensamentos.

- sim sav?

- O que vai acontecer daqui para a frente?- ela fala com medo? Savannah é forte, eu sei que é. Ela vive nesta casa que eu prefiro chamar de inferno e mesmo assim consegue sorrir e tentar ser feliz. Mas eu a conprendo, um homem do nada, chega para ela, diz que a vai levar de tudo aquilo que ela chama de "vida" até agora e que tudo irá mudar, é compreensível ela estar com medo, mas eu estarei lá, estarei lá para a apoiar em tudo.

Limito-me a me aproximar mais dela e a abraça-la. Quando vejo que ela ja está mais calma, me separo do abraço e a encaro, não com pena, savannah não merece pena, merece que a olhem com orgulho.

- Fica calma, tudo bem?- ela assente, depois decido mudar de assunto para que ela não se assuste mais e também porque estava curiosa- você gostou do pãoo de quesoo? ( Queijo)- falo sorrindo lembrando de quando lhe dei a corda para que ela puxa-se a cesta e pode-se comer um pouco pelo menos.

- Pan de quessoo??- ela pergunta tentando imitar o que eu disse e confusa.

- Sim, lembra aquelas bolinhas com sabor de queijo que estavam dentro da cesta?- ela assente sorrindo- esse é o nome delas, é uma das melhores coisas do mundo, eu amo, conheci numa viagem que fiz ao brasil com o meu pai quando ele estava buscando um novo talento. Ainda bem que ele não achou la e acabou vindo para a Austrália- as duas rimos e concordamos. Sei que a savannah está assustada com toda esta ideia mas que ao mesmo tempo está ansiosa pelo dia apesar do receio.

- Aquilo é uma delicia- ela diz passando a lingua á volta da língua fazendo sinal que adorou a iguaria- Pena que a minha mãe chegou e deitou tudo fora... Eu só pude comer uma- ela revira os olhos e faz bico fofo chateada. Meu deus, como eu posso encarar essa carinha sem ficar com pena e ir comprar umas trezentas bolas de queijo para ela?

- Da próxima vez que eu vier cá, eu trago mais e a gente come- sorrio e ela sorri animada- Por falar em próxima vez, o dia está chegando, você já fez a mala?- pergunto.

- Não- ela arregala os olhos- eu até fazia mas a minha mãe dispensou a senhora que fazia as coisas da limpeza aqui em casa, incluindo lavar a roupa e passa-la a ferro.

- Porque ela fez isso?- olho confusa.

- Sengundo ela para me castigar. Até á uns dias era eu que fazia tudo isso. Loiça, roupa, chão, tudo limpo por mim, só que já faz uns dias que ela nem me deixa sair do quarto então nem sei como a casa está ou se precisam de ajuda para eu limpar algo.

- Você ainda pensa em "ajuda-los"? Sav você é boa de mais, eles não te merecem, e a tua mãe não pode te privar a ter roupa lavada... Tem que te deixar ao menos poder ir lá buscar a roupa no estendal, sei lá.

- Não sei Jo, ela nunca mexeu com esse tipo de coisa então o mais provável é que quando ela note a falta de roupa no armario ou a falta de louça na mesa, contrate de novo a senhora ou me tire do quarto para que eu volte a "ajudar". No meu quarto apenas tenho algumas já que também nunca fui muito de comprar roupa. Então acho que não chega nem para encher metade da mala, ainda por cima sem as que estam para lavar- ela ri.

Depois dela falar ouvimos um barulho nas escadas avisando que alguém estava subindo. Era a minha deixa, sem dizer nada , olhei para savannah que olhou para mim e assentiu, ajudou-me a colocar o pé de volta no cano para ser mais fácil saltar e depois fui me esconder no arbusto até á movimentação parar no quarto dela e as luzes serem apagadas.

Quando tudo acalmou, peguei tudo o que tinha que levar e voltei para casa onde já se encontrava o meu pai esperando pelo relatório do dia.

𝙘𝙤𝙣𝙛𝙪𝙨𝙞𝙤𝙣 / Beauvannah/ Beauclarke  [COMPLETA] (Now United) Onde histórias criam vida. Descubra agora