ATÉ QUE EU MORRA parte 1

Revelações

Eu e a Jessie, aos poucos ficavamos mais próximos! Não conseguia acreditar. Estavamos a conversar mais do que o costume!

3 meses depois, eu e ela nos tornamos grandes amigos; ela deixou a arrogância, e deixou de me responder como se me tivesse a despachar.

Comecei a amar ela cada vez mais. Não me cansava de olhar para aqueles olhos, nem de conversar com ela!

O Jorge, sempre se emplicava comigo, mas de nada me importava, pois eu ficava surdo quando ele via com os insultos!

O Jorge, porém, também gostava da Jessie. Mas ela parou de estar com ele desde aquele dia. Logo, ele começou a ter certas intenções erradas.

Certo dia, a Jessie me diz que quer falar comigo a sós! Então levou-me ao pátio da escola, e ela estava meio que preocupada ou ansiosa.

Jessie: Olha Ed... Eu sei que já faz um tempo em que a gente se tornou amigo! E isso é muito bom pra mim! Mas, eu preciso te falar uma coisa.

Ed: Sim...e o quê é? Estou meio preocupado.

Jessie: Bem...vou ser realista. Naqueles dias, eu te ignorava, ou tentava te ignorar, porque me foram ditas algumas palavras a respeito da vossa raça! As coisas que me contaram sobre a raça negra arrepio-me, me encheu de ódio, que mesmo sem que os negros me fizessem nada, eu os desprezava. Admito que eu "era racista", mas agora, eu decidi mudar um pouco de rota, decidi ver se realmente vocês são assim, da forma que os meus pais me disseram. Mas as palavras do meu pai estava tão arraigados no meu coração, que mesmo tentando ser amigável contigo, sentia medo... Mas tu parecias normal, nada haver com oque meus pais disseram. Então, quando eu fui pra casa quando te conheci, eu falei nos meus pais que o meu colega, que é negro, me pareceu normal! Eles ficaram tão assustados, que me disseram: "É assim que começam, depois eles ão de te mostrar o verdadeiro eu deles, por favor filha, evita ter contacto com eles". Eu claramente estava com dúvida, mas eu acreditava nos meus pais! Então, quando te fiz aquilo, que até agora me arrependo, era pra te evitar, para que você se afastasse de mim. Mas eu senti peso de consciência, me sentia inútil tratar assim os negros, por terem simplesmente uma tonalidade de pele mais negra em relação a nossa! Eu vi que os sentimentos, gostos, prazeres, são totalmente o mesmos que os nossos...vi que vocês e nós, somos exatamente iguais, apenas a cor é diferente! Então, eu meio me obriguei a nunca te tratar mal, me obriguei porque queria mudar! Eu odeio o racismo, odeio ver essa gente a te tratar com injustiça, odeio ver todos eles a não verem como eu, a iludirem as suas mentes com contos e lendas... Eu não aguento te ver a sofrer. Eu só quero deixar claro que sou diferente, eu não sou igual a essa gente; o meu pai odeia me ver contigo, porque eu disse que você é alguém legal, e ele me proibiu de te ver... Mas eu não aceito isso! Eu sou alguém obediente, mas quando a coisa em que me é exigido é errado, eu não faço...

Ed: U...Uau! Bem... Acho que agora faz...mais sentido...mas tipo, o-o quê que falavam de nós!

Jessie: Prefiro não lembrar! É melhor, acredita. Eu não posso andar contigo perto do portão da escola, se não os meus pais nos vejam.

Ed: Eh, realmente! Caraca... até me arrepiei.

(Rindo ela diz)
Jessie: Não exagera! Mas era pra te deixar claro. Eu já não me vou associar com gente racista! Pode contar comigo.

Ed: Não imaginas o quanto eu estou feliz! Pucha... Muito obrigado mesmo!

Jessie: Pois...

De repente, ela ficou simplesmente a me olhar, sem dizer uma única palavra. Eu estava a ficar sem jeito, mesmo sem ser gago, com ela eu ficava.

Ed: Hey...Posso te...te pergunta algo?

Jessie: Sim, podes!

Ed: Porquê que me olhas assim?

(Rindo ela diz)
Jessie: Gosto de te olhar, nunca olhei por tanto tempo em alguém... negro. E além disso...tu até que es giro.

Envergonhado, fiquei a rir! Eu mal conseguia olhar diretamente nela, mas ela sempre fixava os olhos diretamente pra mim. Ela me concentrava tanto, que eu até estava com o coração aos pulos, porque não sabia se ela queria que eu fizesse algo... Tipo, será que ela quer que eu o elogie, que o abraçe, que o beije...?

Eu olhava para baixo, quando olhava nela, ela simplesmente a me olhar, sem dizer nada! Eu parecia um idiota a rir-se átoa! Eu praticamente fiquei tímido. Então eu volto a tocar no assunto:

Ed: Hey...assim eu fico sem jeito!

(Dando sorrisos leves, ela diz)
Jessie: Eu gosto de te olhar! Já agora, eu sou muito direita nas coisas! Oquê eu gosto eu falo e faço!

Ed: Já dei conta! E você gosta mim?

(Eu fiquei tipo...eu disse àquilo?? Oh não!!! Porquê que disse isso, sou mesmo idiota!)

Jessie: Até de mais! Es muito legal!

Eu fiquei tipo...mas ela está mesmo a falar a sério? Ou só está a brincar com o meu coração? Porquê ta praticamente claro que eu estou caidinho por ela!

Depois umas amigas da Jessie chamam ela! Então ela diz:

Jessie: Sempre que veres um côco, lembra que estarei sempre contigo dentro!

E foi-se embora!

Eu não entendi! Espera... O côco e castanho...mas dentro é...Ah!! Percebi! Uau! Uma palavra simples, mas significou muito pra mim, apesar de ser estranho, mas gostei!

Eu acho que, se esse sentimento evoluir, não vou impedir!