ᴄᴀᴘ 2 | Pᴇᴛʀɪᴄɪᴛᴀ

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ㅤDurante o temporal que assolou as terras demacianas, uma tropa vinha em direção a sua terra de origem, levando uma prisioneira em uma jaula de Petricita e carvão quente em sua volta, mesmo que a prisioneira estivesse apagada todo cuidado era pouco, afinal, aquela prisioneira não era de Demacia, ela era de terras longínquas e congeladas, mesmo que tivesse a cidania nobre de Demacia graças ao pai aristocrata, ela era uma aflingida, um termo demaciano para os nascidos magos.

ㅤChegando na prisão de magos, a moça foi levada para a enfermaria onde trataram de seu ferimento no ombro. Graças ao carvão em sua volta e ao choque térmico durante a viagem, a moça durante o curto período que ficou na enfermaria, teve febre muito alta, o que obrigaram a colocá-la cheia de panos molhados quase congelados para voltar, com sucesso, em sua temperatura normal.

ㅤMas assim que se recuperou foi presa em correntes com luvas de petricita, tampando toda suas mãos até próximo de seu cotovelo. Ainda apagada os soldados tiraram suas roupas de Freljord a deixando com uma blusa marrom rasgada onde estavam suas bandagens do ferimento, mas a deixando com a calça de couro escuro, mas pareciam não se importar com seus ferimentos, tinham a colocado praticamente estendida no ar com apenas as costas dos pés podendo tocar o chão.

ㅤー O Conde Edler já foi convocado? ー perguntou Tiana, a capitã Estemaguarda, tia de Garen e Lux.

ㅤー Sim senhora, ele está a caminho e deve chegar em algumas horas.

ㅤー Certo, tempo suficiente para essa aberração acordar...

ㅤTiana olhou a aflingida do outro lado da cela, ainda apagada graças ao remédio para dor, levaria um tempo até acordar, mas de fato, até o Conde chega ela já estaria bem acordada.

○◇○

ㅤSabe quando você toma sorvete e congela seu cérebro? É, estou sentindo isso, mas bem pior como se o sorvete tivesse me dado uma baita surra no corpo todo. Senti minhas mãos fechadas, e eu não conseguia abri-las.

ㅤー Nylaia, acorde filha.

ㅤEscutei alguém sussurrar meu nome, e eu reconheci fácil, mesmo com o som meio abafado abri meus olhos devagar erguendo o rosto, o senhor o segurou, arrumando meus cabelos.

ㅤー Ah minha pequena... o que você foi aprontar agora. Sei que está acordada, vamos, fale comigo.

ㅤー Vai me condenar a beber aquele maldito elixir e me trancafiar em casa? ー resmungando ainda de olhos fechados, mas logo subi a cabeça encarando o senhor nos olhos -ー Estão me condenando por medo, eu nunca matei ninguém, nem fiz mal a ninguém.

ー Você seguiu um criminoso, e eu tentei de tudo para você não acabar presa, e olhe onde está, seguiu aquele maníaco e agora está presa como ele esteve por quinze anos... no que eu errei, filha?

ㅤMeu velho segurou meu rosto, eu sabia que estava chateado, ele me criou sozinho depois que a mamãe faleceu, eu sei o que ele passou, ele não quer meu mal, apenas quer me proteger de Demacia, desses monstros que ele conhece tão bem e teve a infelicidade de ver de perto.

ㅤー Eles não vão te matar, mas deram duas opções... ー ele respirou fundo- ou vai pra casa e continua se tratando, ou... fica presa aqui, por no mínimo dez anos.

ㅤー Prefiro ficar presa aqui. Muito obrigada e me desculpe pai...

ㅤEle me encarou, assumindo a postura e se virando com uma expressão totalmente preocupada, ele saiu da minha cela indo de encontro a Tiana, uh, aquela mulher é muito fria, mais do que eu até ironicamente.

ㅤAmbos sumiram pelos corredores enquanto conversavam, meu pai pedindo perdão para Tiana, e a mesma dizendo que o rei queria uma audiência comigo, essa audiência vai resultar na minha pena de morte provavelmente, vou acabar soltando alguma besteira que vai enfurecer o rei, aposto; ele esta mordido desde o ataque ao Palácio, deve pensar ainda que os magos quem mataram seu pai... nós nem chegamos no velho e ele já estava morto.


○◇○


ㅤー Piedade? Está pedindo piedade a um genocida e a sua filha que o seguiu ignorando seus avisos e dos caçadores de magos? O rei não vai gostar, mas se quiser tentar, lhe desejo boa sorte.

ㅤDisse Tiana, se aproximando da sala de reuniões real onde o Rei Jarvan IV esperava pelo Conde Edler sentado em sua poltrona na ponta da mesa, com papéis e sua coroa na mesa, enquanto ele lia preferia tira-la para a mesma não cair. O conde respirou fundo, batendo na porta esperando a resposta de Jarvan, que logo permitiu sua entrada com a voz firme.

ㅤー Com licença majestade, queria falar comigo? ー perguntou o conde, ainda parado na porta.

ㅤO rei sem erguer o rosto, estava com as mãos uma sobre a outra encostadas no lábio inferior, respirou fundo concordando com a cabeça, respondendo:

ㅤー Chamei conde, precisamos muito colocar as notícias em dia.

ㅤEdler suavemente nervoso concordou com a cabeça, sussurrando um 'sim sim majestade', fechando a porta atrás de si e de aproximando do rei, usando sua bengala de apoio, que usava a menos de seis anos, talvez quatro ou cinco anos depois de um incidente com um mago na capital que o deixava com o joelho e tornozelo fracos, mas ele não se importava, iria usar bengala mais cedo ou mais tarde como todo homem de sua família, pai, avô, bisavô e por assim seguirá.

ㅤー Conde, sobre sua f-

ㅤー Peço que considere a ausência dela durante a revolta dos magos Majestade, ela não se envolveu diretamente nem indiretamente com aquele ataque, apenas... pegou a carroça andando, se é que o senhor me entende.

ㅤー Não precisa ser tão formal assim Edler, você me viu crescer, é quase um tio para mim... e por essa aproximação Nylaia seria uma parente também, é sei o que quer dizer, você quer que eu a poupe, mas não iria fazer nada, se escutei bem de meu escudeiro ela mesma se condenou por dez anos não? Nossa, isso que é teimosia.

Ele riu suavemente, entregando papeladas antigas para o Conde, da ex esposa do mesmo, onde tinha informações da freljordiana. Vinte anos atrás o rei Jarvan III, pai do atual rei, pediu para o Conde fazer uma cidadania para a mulher, onde podiam oficializar o casamento, e dar para a moça cidadania Demaciana sem problemas.

ㅤー am... o que tem esses documentos? ー perguntou o conde- estão todos certos... mesmo com a minha esposa falecido.

ㅤー Sim sim, mas aqui, meu pai anotou a região de origem dela, onde ela iria se fosse exilada, isso se aplica a Nylaia, se permitir, irei exila-la para lá, e ela não vai ser condenada e viverá com a família da mãe dela, sem problemas, como uma freljordiana daqui duas semanas.

ㅤO conde o olhou, abaixando o olhar para os papéis o lendo, respirou fundo fechando os olhos e o deixando sobre a mesa em sequência, meio derrotado pela tristeza dessa situação toda com sua única filha.


ㅤー Certo, meu rei. Irei arrumar as coisas dela.

Ice between the JusticeOnde histórias criam vida. Descubra agora