A primavera Já Não Tem Pressa

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A primavera já não tem pressa

Nenhum anjo nos observa

O tempo nos abandonou


As flores se suicidam

Em boêmico desespero

Não vejo as mãos de Nietzsche aqui


A agonia de um olhar schopenhaueriano

Um segredo kierkegaardiano

Inconfesso em lábios mudos


Há estrelas demais nesta sala

Cegam-me no seu encanto

No otimismo dos suicidas


No entanto, não prevalecem

Sobre o nome de meu amor

Sua escuridão é minha prece


Não convide Baco para nossa festa

Não arranque as mãos de Rafael

Já deram ópio demais para o Nietzsche


Há vida demais nos seus olhos

Mas suas mãos são tão frias

Diga apenas que me ama com sua voz Agostina

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