A primavera já não tem pressa
Nenhum anjo nos observa
O tempo nos abandonou
As flores se suicidam
Em boêmico desespero
Não vejo as mãos de Nietzsche aqui
A agonia de um olhar schopenhaueriano
Um segredo kierkegaardiano
Inconfesso em lábios mudos
Há estrelas demais nesta sala
Cegam-me no seu encanto
No otimismo dos suicidas
No entanto, não prevalecem
Sobre o nome de meu amor
Sua escuridão é minha prece
Não convide Baco para nossa festa
Não arranque as mãos de Rafael
Já deram ópio demais para o Nietzsche
Há vida demais nos seus olhos
Mas suas mãos são tão frias
Diga apenas que me ama com sua voz Agostina
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Helesponto
ПоэзияInspirado principalmente na obra de Museu, os poemas abordam o mito de Leandro e Hero que serviu de inspiração para diversos autores como Ovídio, Marlowe, Byron, Bocage e Camões. Capa: obra "Hero Chora sobre O Corpo de Leandro" de Gillis Backereel...