Entre Segredos e Sangue

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Não houve tempo, não houve reações, se não a de se proteger contra um grande impulso eletromagnético que fora liberado pelos eletrócitos.

Tudo ali foi eletrocutado, pequenos filetes de plasma ricochetearam nas paredes, atingindo quem estivesse mais perto, em questão de segundos, metade da equipe estava morta, incluindo a cobaia. Dante deu seu último sopro de vida, suas feridas extremamente fundas, queimadas, braços e pernas, medula espinhal à mostra com os eletrócitos ainda em atividade, mandando pulsos eletromagnéticos para o corpo já sem vida, caído ao chão.

O homem levantou-se pesaroso, certo de que a experiência funcionaria. Tudo estava perdido, Dante era sua última carta, agora que fracassara, não lhe restou mais nada. Mas as coisas piorariam, pois Dante era amado por alguém, mesmo ele se referindo a uma pessoa sem nada. Ele tinha o amor, o amor de uma garota.

O alarme de invasão foi soado, o homem olhou abruptamente para Nilly.

– Precisamos sair daqui. – Disse Nilly o levantando.

Gritos foram ouvidos, seguido de sons de tiros, o lugar estava sendo invadido. Nilly levantou o homem às pressas, abriu uma porta no canto da sala e sumiram na escuridão.

Logo em seguida, a porta vermelha fora explodida, lançando os que restavam ali dentro contra as paredes. Um grupo de cinco pessoas, muito bem armado e equipado entrou. O que estava no meio era imponente, olhos castanhos fortes, sua barba quase grisalha e seus cabelos extremamente negros penteados para trás o sobrepujava acima de qualquer um, armadura negra com desenhos de penas flamejantes, apenas contornos em uma cor flamejante que pareciam cintilar de tão quente. Armadura para combate extremo.

Ao seu lado esquerdo, dois rapazes, à sua direita, uma garota de armadura bordô, cabelos lisos e amarrados com um cordão enfeitado com penas azuis peroladas, olhos verdes intensos, um rosto angelical no meio do inferno, carregava uma espada em suas costas, seus lábios se contraíram. Seus olhos começaram a lacrimejar quando viu Dante ali, caído e esfolado naquele chão frio.

Ela correu em direção a Dante, um garoto que estava a ponto de morrer, ao seu lado direito, tentou segurá-la.

Alice correu e ao chegar perto de seu melhor amigo, ajoelhou-se e o pegou em seu colo.

– Filha... eu sinto muito. – O homem imponente falou.

– Dan... acorda... por favor... você prometeu! – falava Alice o abraçando, de modo que seus narizes se encostasse um no outro.

– Filha, ele se foi! – Disse Georgean se aproximando, encostando sua mão no ombro de Alice.

Alice olhou para o corpo mutilado de Dante, carne rasgada, ossos espinhais aparecendo. Direcionou seu olhar para o pai.

– O que foi que fizeram com você? Não posso deixar você ir!

– Não, filha! Você não deve fazer isso! Não usamos Reencarnação de Sangue para trazer mortos à vida! – Georgean a advertiu.

– Esqueceu do nosso dever, pai? Esqueceu que ele é o ultimo? Os King tinham apenas uma missão. E ele é o meu melhor amigo, meu irmão, meu confidente... estou ciente das leis, mas darei todo o meu sangue se for preciso, pra trazê-lo de volta pra mim. – Disse Alice o abraçando ainda mais forte.

Assim que Alice fez um corte na palma de sua mão, os três soldados que estavam juntos deram um passo para trás, com suas armas em punhos. Georgean levantou sua mão esquerda e apertou seu punho com força.

– Ousam afrontar minha filha? – perguntou com muita calma, o ar em volta a eles tomou uma temperatura absurdamente alta e insuportável.

– Senhor, ela fere as leis dos Nômades, o que está morto, não pode voltar! – um dos soldados falou pesadamente.

Saga Nômade Vl.1: CriaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora