Amanhã incolor
Assim que Ayfer abriu a porta e deu de cara com sua amada sobrinha ela percebeu que algo estava errado. Talvez fosse pela expressão de cansaço ou pelos olhos inchados. Mas, daquele exato momento, Ayfer soube que Serkan Bolat era um homem sem palavra, ele tinha prometido proteger seu maior bem, no entanto, ali estava sua garotinha, quebrada.
-Tia. -Disse em um sussurro.
Não foram necessárias palavras, ou qualquer outra coisa, Ayfer apenas se deixou abraçar sua menininha, sua doce Eda. E elas entraram e, nada mais foi dito, apenas lágrimas derramadas e caricias que tentavam suprir a dor que sua querida sobrinha sentia.
Eda passou a noite ao lado dela, entre caricias e palavras de conforto, nenhuma das meninas entrou no quarto, ninguém disse nada.
Do outro lado de Istambul, Serkan adentrou a casa com pressa, sequer deu atenção a Sirius, ele corria pela casa e gritava por ela, já alterado pela bebida.
-EDA! VAMOS!
Era como se, ao gritar, ela fosse aparecer magicamente e, toda aquela sensação de desespero, fosse sumir dele. Porque, sim, Serkan sentia aquilo, ele se sentia na beira de um imenso precipício, prestes a cair e, ele sentia em seu ser, que a queda lhe destruiria. Sabe o instante em que você percebe que perdeu algo que, jamais, conseguira substituir? Pode ser que fosse esse momento que o Serkan percebeu o que significava isso, percebeu que nenhuma pessoa poderia ser substituída. Nem tudo era um paradoxo entre homem e maquina.
-EDA, APAREÇA, ONDE VOCÊ ESTÁ? EDA!
Sirius logo começou a latir e aquilo parecia irritar ainda mais ele.
-Sirius, pare de latir! Pare. -Ordenou, mas o animal persistiu a latir, como se não reconhecesse o dono. -SIRIUS...
Os gritos de Serkan e o latido acordaram os seguranças da casa, tal como os pais dele, Aydan vestiu o robe apressadamente e correu para a casa do filho, chegando lá, pôde o ouvir vindo da cozinha, ouviu a louça se quebrar, vidros e vidros. Seyfi apareceu ao seu lado, até ele estava assustado, então, vendo o cachorro na sala (o qual ainda latia), ele foi ao socorro do animal.
-Vamos, Sirius, vamos.
Estranhamente o cachorro o obedeceu e, ambos, voltaram para a casa dos senhores Bolat.
Os olhos de Aydan se arregalavam na medida que outra coisa era quebrada, Serkan não dava sinal de vida, nenhuma palavra era dita, mas o soar da louça despedaçada parou e passos foram ouvidos. Seu amado menino apareceu, ele estava destruído, suas roupas manchadas, seus braços vermelhos e um rosto que... Por Allah, como Aydan explicaria aquilo? Ela nunca tinha presenciado algo daquele tipo.
Ele estava tão transtornado que sequer a notou ali.
-Eda. -Sua voz carregava um tom sofrido e, até mesmo, alterado. -Onde você está?
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Dönüş
FanficDependendo da distancia entre a realidade e o sonho, ela tendia a se perder, viver em um mundo fantasioso onde sequer havia a presença daquela tristeza constante, apenas ela e as suas pequenas estrelas, não havia nenhuma constelação que se assemelha...