The Real Me

Chapter 11

P.O.V Gun
Quarta, 01 de janeiro. 2 meses antes
Acordo com um pressentimento de que hoje o dia vai ser estressante. Tento tirar esse sentimento de mim enquanto me arrumo para ir trabalhar. Tomo meu café típico (arroz com porco, frutas e uma bebida), tomo meu banho e vou cortar meu cabelo.

Quando volto tomo banho novamente coloco uma calça, camisa social branca, uma gravata preta e terno. Ah sim, terno. As pessoas na empresa não costumam usar, mas eu sou gosto, me sinto mais poderoso usando, e esse terno me deixa incrivelmente sexy.

Entro no carro e me dirijo a empresa. Eu e Tawan lutamos muito por ela, e construímos do modo que queríamos, a base dela é retangular, 90% espelhada, o prédio tem 22 andares e um design especifico que intercala tons de cinzas e a garagem fica no subsolo. O primeiro andar fica a recepção e uma cafeteria, há também uma estante com livros e revistas e uma área reservada para crianças. Nos 2 primeiros andares ficam os advogados que trabalham com o direito administrativo e ambiental, depois temos 3 andares que cuidam do direto civil e do consumidor, os outros 2 andares são os do direito empresarial, 2 do direito penal, 3 do direito trabalhista, 2 do direito previdenciário, 3 do direito tributário e o resto dos andares é administrativo e auxiliar, mas a cobertura é minha e de Tay.

Depois que chego ao trabalho percebo que o sentimento estava correto. Não sei o que aconteceu, passei pela frente da empresa em direção a garagem e vejo os funcionários correndo lotados de papeis na mão, a recepção está lotada de pessoas, as recepcionistas distribuindo algo que parecia ser senhas.

Já se passaram 5 horas desde que cheguei e não vi ninguém parando para comer, pego então minha carteira, telefone e deixo meu terno na cadeira e vou para a rua comprar comida para todos.
Sempre faço isso em dias como esse, as vezes eu pago a comida e Tay a bebida, mas hoje vou pagar ambos pois Tay decidiu pagar sobremesas para eles.
Saio em direção a um restaurante que tem no final da rua, é pequeno e simples, mas bastante aconchegante, a comida é deliciosa, fazendo com que eu prefira ir nele do que em um restaurante mais 'chique'. Encomendo então comida e bebida com eles e saio em busca da tal loja de sobremesas que Tay me mandou ir.

A loja fica em frente a livraria que fui com ele no ano novo, enquanto esperava ser atendido fiquei admirando o quão linda era, não somente ela como seus cliente também. Era um homem alto, bem vestido, usava óculos, cabelo arrumado, eu poderia admirar mais se ele não estivesse correndo como se fosse um atleta. Quem sabe um dia eu venha a essa livraria. Termino a encomenda e volto para o trabalho.

Depois de 6 horas conseguimos desafogar 60% do problema. Pelo menos ninguém estava mais correndo sem rumo, mas estavam parecendo zumbis em busca de comida, já havia passado do horário de almoço há horas e a comida não havia chegado ainda. Não culpo o restaurante, pedi comida para praticamente umas 2000 pessoas, minutos depois recebo uma ligação da dona do restaurante dizendo que a comida já havia saído para entrega.

~~ Quebra de tempo ~~

Foram as 12 horas de trabalho mais cansativas que já tive, assim que terminamos liberei todos e fechei a empresa sozinho. Tay não podia me acompanhar pois ele tinha que ir namorar.
E mesmo cansado deixo o carro na garagem e corro pelas ruas a fim de verificar se a livraria ainda estava aberta. Meu inconsciente prega umas peças comigo as vezes e me permito realizar alguns atos de loucura, e hoje era um desses dias que apenas fazia as coisas sem pensar.
Assim que viro a esquina vejo que as luzes da livraria estão praticamente todas apagadas, só há luminosidade na parte exterior.
Será que cheguei tarde demais?