Chapter 15

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P.O.V Gun
Sexta, 03 de janeiro. 2 meses antes
Finalmente o idiota trouxe os papeis para que Off assinasse, achei que teria que lidar com ele pra que as coisas começassem a evoluir. Como eu já sabia que tudo iria ocorrer hoje, reservei uma mesa em um dos meus restaurantes favoritos para levá-lo para jantar.
Assim que entro na livraria, vejo ele dançando todo animado e não me contive, tive que pegar meu telefone e gravar a cena, provavelmente vai ser um dos melhores vídeos que vou ter na vida.
Até mesmo as caretas que ele fez quando me viu me deixa desnorteado, eu o amo. Mas não é aquele amor simples, eu o amo profundamente, tanto que com os outros só consigo brincar e descartar, mas quando o assunto é ele, mesmo ele ainda não sabendo do poder que tem, eu sou o brinquedo dele.
Foram anos e anos agindo pelas costas para que finalmente ele me encontrasse, eu nunca deixei de saber dele, desde quando ele entrou na faculdade até o momento que começou a procurar por locais para comprar. Sempre estive por perto, mas não perto o suficiente para ser visto ou reconhecido.
Posso dizer que Tay conhece quase todos os meus lados, apesar de ele saber de praticamente tudo em minha vida ele nunca soube dos meus serviços especiais. Serviços nos quais me permitiram continuar incluso na vida do Off e que me deixaram mais tranquilos quanto a nosso encontro.
Obviamente, nunca quis saber muito sobre seus gostos através de meus ajudantes, esse tipo de coisa quero ouvir da boca dele, saber de tudo que ele gosta, de suas manias, de seus objetivos.
Apesar de sempre estar agindo no escuro, ele é e sempre vai ser minha luz. Por isso digo com clareza que ele é o único que pode me destruir, em todos os sentidos.
Assim que ele vai para seu escritório pegar algo peço um copo de água e bebo em um só gole, além do alto poder de destruição, ele também me deixa nervoso de um jeito incomum.
Só de pensar que irei jantar à sós com ele meu coração bate mais rápido do que o Flash correndo.

~~~~~~~~~ Quebra de tempo ~~~~~~~~~

Assim que chegamos no restaurante recebo uma ligação de Tay, ele ia passar na minha casa para pegar uns documentos, apesar de nos conhecermos há anos e sermos praticamente irmãos, ele ainda tem a mania de me ligar para avisar que está entrando em minha casa.
- Oi baby... estou num jantar com um amigo... sim... não esquece de alimentar a bibi antes de sair... ok, tchau.
Cacete! Lá vem problema, a julgar pela cara do Off ele ouviu tudo o que eu disse e está chateado.
- Desculpe, era o meu amigo. Bem, ele é mais que um amigo... digo, somos praticamente irmãos, ele só me ligou para avisar que estava em minha casa pegando uns documentos. Nós trabalhamos juntos, ele é meu sócio também.
- Ah... tudo bem... sem problema...
Sinto em sua voz que ele ainda está abalado, mas farei de tudo para que entenda que quem eu realmente quero é ele.
Assim que sentamos na mesa o garçom nos entrega o cardápio.
- Pode escolher o que quiser, hoje é por minha conta.
- Tem certeza? Eu costumo demorar a ficar satisfeito...
Não sei se foi o tom que ele usou ao falar, mas eu tenho a absoluta certeza que há um duplo sentido em suas palavras. E confesso que estou adorando...
- Tenho certeza que você vai ficar satisfeito... pode pedir o que quiser.
- E se eu não ficar satisfeito? O que você fará pra me satisfazer? - Puta que pariu! Esse garoto me deixa louco, em um segundo ele parece irritado com o meu telefonema e no segundo seguinte ele está flertando fortemente comigo? - Baby? Fica tranquilo, eu só estava pensando em tomarmos um sorvete depois do jantar. Haha
- Ah... eu estava pensando nisso mesmo...rs, já decidiu o que quer?
- Sim, e você?
- Há muito tempo.
Essa frase não falava somente sobre a comida, e sim sobre ele. Eu o vi pela primeira vez quando estava me matriculando, ele estava sentado no refeitório com um grupo de pessoas, todos estavam rindo e brincando. Enquanto esperava a secretária trazer os papeis peguei meu telefone e comecei a fotografar a escola, até que ele apareceu do nada... Uma das fotos que nunca perdi foi essa.
- Já que está fotografando a escola, fotografe também o mais bonito dela. – Ele disse enquanto parava em frente a câmera. – Espero que a foto tenha ficado boa, bem vindo a escola.

 – Espero que a foto tenha ficado boa, bem vindo a escola

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E assim como veio, se foi, sem aviso. Acho que ele não se lembra desse dia, estava muito diferente quando realmente comecei a ter aulas, naquele dia não estava usando óculos, ainda tinha aparelho nos dentes e nem vamos comentar sobre meu cabelo....
E quem diria, que anos depois eu estaria em uma mesa tendo um 'encontro' com ele. Na escola sempre fui muito tímido, mesmo sendo considerado um popular, a maioria das pessoas que falavam comigo eram por puro interesse escolar ou por status, por isso acabei me tornando essa pessoa que não confia em ninguém além do Tay.
Será que realmente devo confiar nele? Todos esses anos eu o observei e analisei, ele continua o mesmo, mas eu mudei. Apesar de ama-lo com todas minhas forças, não acredito que possa confiar e me entregar 100% a ele.
- Ei, o que está pensando? Faz uns minutos que está parado sem reação.
Me desligo de meus pensamentos sobre o passado e foco em meu presente.
- Desculpe, estava pensando no quão bonito você está hoje...

The Real MeOnde histórias criam vida. Descubra agora