Verdandi, a Norna.

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Lucia estava largada no sofá comendo batatinhas, usava pijamas largados e aos farrapos que havia levado consigo para a viagem. Havia quase uma semana que não falava com Loki, ou, era gentil com alguém na casa, estava completamente amarga, Maya percebendo o que estava acontecendo com a amiga decidiu colocar Loki contra a parede e então ele explicou para ela que não queria decepcionar Lúcia em momento algum. Que temia pelo pior. Maya estava sentada ao lado de Lucia que dava risada de boca cheia de algum desenho besta que passava a TV, nos últimos dias mais das catástrofes naturais continuaram acontecendo em diferentes pontos do mundo, achou que pudesse ser o fim dos dias, assim como em Asgard em um determinado momento aconteceu. Loki passou pela sala e tentou não fazer contato visual com ela mas foi impossível, parecia que quanto mais a evitava mais os choques e os formigamentos ficavam intensos. Como naquele momento, o formigamento estava mais forte, Lúcia apenas ignorou mas sentiu vontade de chorar. Thor passou pelo local e se sentiu constrangido devido ao silêncio ensurdecedor que havia se instalado ao recinto. Ela apenas tornou a dar risadas estéticas mais uma vez, mas completamente falsas. Loki suspirou e continuou andando. Todos estavam prontos para sair, vinham examinando todo o local que Lúcia havia descoberto desde então, estavam no que Lúcia chamada de "Semana da intensiva solidão", mesmo que não socializando de forma correta com ninguém se sentia sozinha. Maya já estava pronta portanto quis ficar próxima a amiga, mas não se dirigiram a palavra em momento algum.

—E aí pessoal, todos prontos.... - Natasha vinha caminhando energeticamente em direção da porta mas aos poucos foi diminuindo os passos em um ritardando. Olhou para Lucia assustada. —Meu deus!! - exclamou, Lúcia retirou o olhar da tv com dificuldade.

—O que é? - perguntou de forma despreocupada e completamente inocente. As bolsinhas que tinha em baixo dos olhos estavam completamente pretas, não vinha dormindo bem devido aos ataques de ansiedade, havia perdido uns quilos pois seu rosto parecia mais esquelético, só vinha comendo porcarias então o resultado não seria diferente.

—Nada, você só está... - Natasha levou o dedo a boca e pensou de forma sarcástica. —Horrivel!!! - steve, Tony e Thor se retiraram em passos silenciosos pelas portas dos fundos, Natasha se aproximou dela e segurou em seu rosto, virou os lados e observou.

—Obrigada, isso é um elogio, porque eu podia jurar, que estava a algo próximo de, definhando. - Lúcia disse de forma amarga, quase sarcástica. Maya por sua vez se sentou mais próximo da amiga e disse.

—Voce deveria tentar relaxar Lucy! Aproveite que hoje iremos sair e procure se sentir em casa, mesmo que seja por algumas horinhas, ok? - a amiga pediu de forma suave, Lúcia sentiu que iria chorar com tantos olhares em cima de si, a guarda estava finalmente abaixando, tinha conseguido em uma semana construir um muro que a separava de toda a decepção externa.

—ok... - sussurrou com a voz falha e passou a mão nos cabelos que travaram com o contato de seus dedos, sentiu dor, e então percebeu com esse primeiro chamado de realidade que estava podre de suja, que não comia nada direito, sentiu o estômago implorar por comida, que as roupas já estavam mais suadas que ela mesma devido aos pesadelos que tinha a noite, isso a fazia suar mais do que gostaria, e percebeu que estava completamente contraída, suspirou e soltou finalmente os ombros e respirou. Elas estavam certas. Natasha a deu um sorriso ao ver a garota relaxar e Maya sorriu com a confirmação dela.

—Não faça nada estúpido até estarmos de volta, ok?  - ela sentiu um estalo na mente e pode ouvir a voz de Loki ecoar em sua cabeça, tudo que havia sempre a levava a ele. Balançou a cabeça para as amigas positivamente e ambas sorriram. Se levantaram e seguiram caminho para a garagem, onde encontraram os meninos em seus lugares aguardando elas, Loki por outro lado, chegou por último, passou pela sala fazendo a curva para a garagem e pode ver Lúcia sentada ao sofá, porque era tão difícil? prendeu a respiração com a agonia que sentia, ela puxou as pernas e se agarrou a elas, sentiu um aperto, uma vontade de abraça-la, mas não o fizera, seguiu seu caminho para o carro, onde entrou calado, sentou calado e seguiu caminho, calado.

ENTRE TODAS AS VIDASOnde histórias criam vida. Descubra agora