Aquele em que os esbarrões são comuns

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As irmãs Orsini não poderiam estar mais atrasadas. Quando conseguiram chegar no lugar que iriam ficar- um hotel não muito caro perto o suficiente de todos os pontos turísticos a ponto de não precisar se cansar na locomoção até eles- Ártemis foi atrás de sua comida e Athena de seu descanso, as duas não poderiam demorar pois o primeiro compromisso em suas agendas feitas por Ariane, começaria em algumas horas.

Por isso, quando o relógio marcou nove horas da noite, as duas já estavam prontas e preparadas para andar até o local onde haveria o evento culinário anual de Roma, o que elas não esperavam era descobrir alguns minutos mais tarde que precisariam de um meio de transporte, pois o evento tinha sido mudado de local por conta de algum imprevisto nas últimas doze horas.

- E agora Nena, como que nós vamos chegar lá em dez minutos sendo que nem carro nós alugamos- Ártemis estava nervosa, a redatora chefe tinha pedido para as duas chegarem antecipadamente no evento para poder se apresentar como imprensa- eles não vão nos deixar entrar depois, sabe como esse pessoal da mídia é sacana.

Athena sabia muito bem como era o mundo midiático, elas só estavam indo para este evento com o propósito de agradar alguns dos patrocinadores da viagem, insistiram para que quem quer que fosse representar a revista de mochileiros, deveria participar do evento e documentar a inciativa de juntar a culinária de toda a Europa em um só lugar. Eles não podiam estar mais corretos. Tudo que se ouvia no hotel era a respeito de como este evento trazia um energia a mais para a cidade.

- Calma, vou ver se acho algum modo de ir até lá rápido. A moça da recepção disse que apesar de ser longe para ir andando, não é tão demorado se formos de carro.

A morena logo tratou de ir atrás de um táxi, deixando sua irmã a esperando na porta do hotel.
Assim que ficou sozinha Ártemis tentou ver se encontrava algum carro disponível na internet. Sem sucesso, será que seria a sina delas o atraso em eventos importantes?

- O que uma linda moça como você faz aqui fora e não lá dentro no bar tomando um drink comigo?- Ártemis vai ao céu e volta, o susto que levará fora tão forte que por um momento ela nem ao menos pode perceber que o cara que falava com ela tinha um sotaque puxado- mi scusi se a assustei, minha intenção era ser galante.

Olhando com atenção agora, Ártemis tinha certeza de que ele não era brasileiro, ele falava do mesmo modo que seu pai a algum tempo atrás enquanto tentava aprender a língua portuguesa.
O homem misterioso agora colocava a mão na cabeça de modo a mostrar que estava sem graça com a situação. E ela não poderia deixar de notar como ele era incrivelmente lindo, seus cabelos eram tão loiros que mais pareciam raios de sol e seus olhos castanhos pareciam duas amêndoas.
A loira perdeu tanto tempo admirando o desconhecido que nem notou sua irmã se aproximando ao seu lado esquerdo.

- Tudo bem aqui Art? Você parece pálida- Ártemis sabia que sua irmã estava fazendo isso só para dar o troco de hoje mais cedo quando a outra brincou com o fato de Athena estar perdida por conta de um homem- buona notte Signore.

- Buona notte signorina, non volevo disturbarti. il mio nome è Enrico (Boa noite Senhorita, não queria incomodar. Meu nome é Enrico)

Embasbacada com a cara de pau desse indivíduo, era esse o estado de Art naquele momento. Como assim ele não queria incomodar se estava até agora a pouco chamando a loira para tomar um drink usando aquele português totalmente enferrujado.
Era muita audácia mesmo, ela até tinha esquecido o quanto ele era lindo.
Como que um homem desses poderia ir de safado para santinho em dois segundos era incrível.

A Viagem de Art e NenaOnde histórias criam vida. Descubra agora