"Querido diário,
Puta merda"Guardo meu diário novamente debaixo da mesa, não posso arriscar ser pega. E sim, foi a única anotação necessária para descrever esse momento.
Ela entra, e começa a conversar com a professora. Não me importo. Por que eu passo todo o tempo do relógio analisando ela, com seus cabelos curtos ondulados, que ao bater do sol - vindo da janela - se assemelham a fios reluzentes. Seu sorriso, que ao se formar com sarcasmo em seu rosto, deixa a mostra seus dentes brancos perfeitamente alinhados, e seus caninos afiado. Seu olhar, me transmite uma onda de pensamentos com sua profundidade, me mostrando os mais belos tons de azul turquesa e âmbar.
Meu coração erra uma única batida. Que sensação é essa no meu peito? Estou tendo um infarto?
Tento virar meu olhar para frente, mas não consigo, é como um ímã, um tipo de magnetismo puxando os meus olhos para lá, para ela.
A vejo conversar com a professora, possivelmente levando uma bronca por chegar atrasada. Mas ela não se importa. Ou pelo menos, seu olhar de desinteresse parece não se importar. Ouço meu nome ser dito na sua conversa. E ela cruza seu olhar com o meu por um instante. Sinto um estranha descarga elétrica percorrer meu corpo. Eu tomei um raio?
Ela vem em minha direção, em passos preguiçosos e cara entediada. Viro meu rosto para frente, e, pela minha visão periférica, a vejo se sentar ao meu lada. O que? Foi por isso que meu nome foi dito naquela conversa? Ela é minha dupla na aula de filosofia? Aí, fudeu.
Viro meu rosto levemente par ao lado. Ela ainda está ali, sentada de forma desleixada e relaxada.
— O que está olhando? — seu tom não é muito amigável, diria que meio grosseiro. Não me deixo levar.
— Nada — viro meu rosto para frente de novo, mas uma única dúvida, originada pela minha lerdeza natural, vem a minha mente — Você vai ser minha dupla?
— O que você acha? — ok, ela não é muito sociável. Peguei o recado, principalmente com essa sua risadinha sarcástica depois do comentário
Passo a prestar atenção no que a professora tenta falar. Eles ainda discutem sobre o que Zenão de Eleia disse: "O movimento é impossível"
Me interesso pelo assunto, e uma força interior, que eu desconheço, me faz levantar minha mão subitamente. A professora pede para o que eu fale:
— Isso é ridículo — me levanto da minha cadeira, apoiando minhas mãos na mesa, todos me encaram — O movimento é completamente possível, olha — mexo meu braço, em exemplo — Viu, estou me mexendo
A professora da de ombros, aceitando minha resposta. São interpretações, afinal. Ela me manda sentar na cadeira novamente
Sentei-me, e sinto o olhar heterocromático da morena sobre mim. Estranho.[..]
— Você é dupla da novata na aula de filosofia? — Bow pergunta animado. Estamos no intervalo, dividindo a mesma mesa no almoço, no caso: Eu, Glimmer, Bow, Frosta, Mermista, Sea Hawk e Perfuma.
— É — redondo sem animação, não é como se fosse a coisa mais surpreendente do mundo. Não há nada demais nisso. É só uma garota. Atraente. Uma garota atraente. Uma garota muito atraente. Uma garota muito mu- vocês entenderam.
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"Querido diário..." - Catradora
FanfictionAdora Grayskull, de 16 anos, é uma adolescente amante das estrelas, todos os dias vendo, da sua casa na árvore, o brilho delas. Ela sempre foi uma pessoa romântica, mas nunca esteve apaixonada. A pedido da terapeuta da escola, ela começa a escrever...