Fogueira em Alto Mar

Capítulo 2: Depois do Fim

Oi gente! Nesse capítulo as falas dos personagens acontecem em italiano, mas, como eu não sei muita coisa do idioma, coloquei algumas poucas expressões.

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Era uma manhã nublada e chuvosa em Roma, um tempo perfeito para ficar mais alguns instantes aconchegada na enorme cama de casal que Chiara tinha em seu quarto. Ela adorava aproveitar esses momentos, principalmente nos seus dias de sossego, para ficar um tempo mais demorado na cama e simplesmente não pensar em nada. Ou pelo menos nada que envolva a sua vida profissional ou qualquer coisa que a tirasse dos eixos.

Porém, justamente naquela manhã a cantora estava sentindo um misto de sensações que variava de raiva, tristeza, desespero e até mesmo um cansaço e frustração. E mesmo que o dia nem ao menos havia começado, sentia um peso terrível, estava exausta! Era a sua consciência chamando a sua atenção para um assunto mal resolvido. Tão mal resolvido que, ao olhar para o outro lado da cama viu que a outra metade do móvel continha um grande um espaço vazio naquele momento. Ela havia dormido sozinha naquela noite, mais uma vez!

Ao pensar no que acontecera, Chiara sente uma onda de calafrios transpassando por todo o seu corpo. Tenta se enrolar novamente no cobertor na tentativa de driblar aquelas sensações que seu inconsciente insistia em provocar. Ela queria afastar de sua memória o que aconteceu há algumas horas atrás, mas não estava conseguindo, todo os seus esforços foram em vão. No final, seus pensamentos sempre vinham à tona para levá-la a pensar diretamente nele. Percebeu que ficar deitada só iria piorar as coisas, então, mesmo com a sua mente fervilhando da forma que estava, decidiu se levantar e fazer a sua higiene matinal na suíte do seu quarto para depois finalmente começar o seu dia.

— Cazzo! Não consigo um pingo de sossego nem mesmo no dia em que tenho para ficar tranquila.

Depois de tomar aquele belo e longo banho, Chiara se veste de forma confortável, com roupas leves pois não tinha a intenção de sair de casa. Prende o seu cabelo em um frouxo rabo de cavalo e caminha em direção da cozinha para a primeira refeição do dia.

Para seu "prima colazione" (café da manhã) ela prepara um bom e quente café preto da sua forma preferida: forte e com um sabor intenso, para acompanhar um delicioso corneto* recheado com creme de avelã. Ao terminar, organizou toda a louça utilizada e caminhou em direção à sala para se sentar confortavelmente em seu sofá. Aproveitou também para fazer um carinho em Romeo, o seu gatinho fofucho de pelo muito macio. Ele era um bichinho muito bem cuidado, tinha com uma cor mesclada de mel com marrom e olhos da mesma cor que encantava qualquer um e que o olhasse, principalmente pelo fato de que em alguns momentos era totalmente carente e manhoso. Ele se aproximou para se encaixar de forma aconchegante entre as pernas de Chiara, reagindo com um leve ronronar aos carinhos de sua dona.

Ela se dedicou àqueles carinhos e atenção a Romeu por algum tempo até que foi surpreendida pelo toque da campainha. Chiara caminha a passos largos para atender a porta, e ao abrir, sentiu o seu coração acelerar. Simplesmente se recusava a acreditar que ele voltou até sua casa depois da briga que tiveram há tão pouco tempo.

— Luigi, o que você está fazendo aqui? Eu me lembro muito bem que disse ontem que gostaria de ficar sozinha. — Chiara jogou essas palavras no ar com uma intensa rigidez na sua voz, onde também estava claro na sua expressão que aquela situação não lhe agradava nem um pouco.

— Aspettami, amore mio (Espera, meu amor). Vim aqui porque nós temos que conversar. Vamos resolver de uma vez por todas os nossos problemas. Eu quero que a gente dê certo!! Eu sei que o que fiz ontem foi errado, não deveria ter falado com você daquela forma. Por isso estou aqui 'pra gente se resolver.