Depois de conversar bastante com Violet, Yuri criou coragem e abriu as mais de setenta mensagens enviadas por Bruce. Em todas elas, o administrador, pedia perdão pelo que havia feito. Em algumas dizia que sabia que não tinha perdão por ter sido tão idiota, o que Yuri concordou, em outras dizia que faria o possível para provar que não era o monstro que Yuri pensava, mas foi a última mensagem que fez Yuri pular da cama quando leu.
"Por favor, briga comigo. Só assim eu vou saber que você ainda se importa."
- Que merda ele quis dizer? – Falou sozinho. Releu e, muitas outras vezes, mas não chegou a uma conclusão, precisava entender aquilo e a única maneira era respondendo.
"Senhor Meyer, agradeço sua preocupação comigo. Sou eu quem devo me desculpar por ter causado tantos problemas e não o senhor, por apenas ter sido sincero. Espero que o senhor consiga um bom empregado, que não aja como eu."
Ele releu, pensou um pouco mais e decidiu enviar. Foram exatos quinze segundos, até que a foto de Bruce aparecesse na tela. Ele estava ligando. E agora? Deveria ou não atender? Claro que sim, afinal ele queria ouvir aquela voz novamente.
- Olá senhor Meyer. O senhor não precisava ligar.
- Bruce, Yuri. Nunca mais me chame assim, eu prefiro que você me chame de filho da puta ao invés de senhor Meyer. Nunca antes, foi tão frio ser chamado assim... Por favor... me perdoa... eu nunca... – Yuri o interrompeu.
- Não se preocupe mais com isso. Na verdade, eu acho que preciso te agradecer. Obrigado por me lembrar quem eu sou... Por me fazer encarar a realidade, deixar de sonhar...
- Não Yuri! Não diz isso, por favor, eu fui um estúpido... eu nunca vou me perdoar por machucar você....
- Eu nunca deveria ter me machucado com a verdade. Eu sou mesmo gay, foi grosseria sua me chamar de viado, mas tudo bem, eu precisava do choque de realidade, é assim que as pessoas me veem e eu vou escutar isso muitas vezes durante minha vida.... As pessoas acham que todo gay é promíscuo e sai transando com qualquer um, esquecem que héteros, homens e mulheres, também fazem isso, mas os gays... só pensam nisso, não é?
- Por favor Yuri, eu não penso assim. Eu sei que não tem como eu apagar o que eu fiz... mas me dá uma chance de provar que eu não sou assim. Volta pra casa, pro trabalho, pros seus amigos...
- Você só quer que eu volte por se sentir culpado.
- Não! Sim, também, mas... eu me importo com você. Muito. Falando com você, eu estou ainda mais preocupado e, sim, culpado. Você sempre foi tão intenso, na alegria, na tristeza ou na sua braveza... Nem parece que é com você que eu tô falando.... Me diz como, o que eu preciso fazer pra consertar isso?
- Nada. Você não precisa fazer nada. Eu só preciso ficar aqui com a minha tia, um pouco. Pensar na minha vida, no que eu quero pra mim em como eu não envergonho mais as pessoas...
- Ninguém tem vergonha de você!
- Eu vi em seus olhos, quando você me chamou de viado...
- O que você viu foi sim vergonha, mas era de mim mesmo, por ter dito aquilo.... por ser um idiota, por ter visto nos seus olhos o quanto eu te machuquei... Eu sinto tanto...
- Um dia, quando por um motivo qualquer, nos lembrarmos um do outro, nós dois riremos disso tudo. Eu, de como fui um bobo por me apaixonar por uma ilusão que eu criei e, você, de como um garoto atrevido te tirou do sério com suas ilusões. Seremos apenas uma vaga lembrança um para o outro, então, não sinta.
- Você está se despedindo de mim?
- Ainda não, mas, inevitavelmente, isso acontecerá.
- A culpa é minha, Yuri. Fica bravo, grita, me xinga, qualquer coisa. Você é o caos, sabia? Um furacão. Uma força da natureza... você chega e vira tudo de cabeça pra baixo, destrói os alicerces que a gente acha que nos sustentam, destrói cada tijolo dos muros que a gente constrói, devasta tudo o que a gente acredita, só pra mostrar que a gente não é nada.... Eu não vou me despedir de você, você nunca será uma vaga lembrança pra mim....
- Eu preciso desligar agora...
- Volta pra casa... Volta pra m.... – Ele se calou.
- Eu vou voltar, na hora certa. Até lá, nós podemos conversar pelo telefone ou uma chamada de vídeo talvez. Tchau. Bruce.
Nos dias que se seguiram, os dois trocaram várias mensagens, conversaram algumas vezes, Bruce falou sobre a organização do escritório, quis saber algumas coisas sobre as atualizações no computador, feitas por Yuri, o rapaz prometeu que, a noite fariam uma chamada de vídeo, pois ele iria sair e Bruce teria mais tempo após resolver todas as coisas.
Yuri, com o aval da tia e da avó, foi contente fazer uma tatuagem, sua primeira. Escolheu um desenho tribal, com rosas e borboletas, o desenho saia abaixo das costelas e ia até o começo da bunda, pela lateral do corpo. Chegou eufórico em casa, tirou algumas fotos e enviou para Violet, queria mostrar para Bruce e, quando os dois fizeram a chamada de vídeo, foi logo dizendo:
- Eu quero te mostrar uma coisa.
- O que é?
- Olha! – Ele arrancou a camiseta e começou a descer o short, mostrando uma parte da bunda.
- O que você está fazendo? – Bruce falou, quase engasgando.
- Minha tatuagem. Não é linda?
- Pelo amor de deus, se vista... – Bruce implorou ofegante e fechando os olhos.
- Mas eu quero que você veja. Por que você tá de olho fechado?
- Eu... eu... sou de carne e osso... pelo amor de deus... eu não sou de ferro... – Ele respondeu ainda ofegante, mas olhando as imagens na tela.
- O que? Eu não tô ente... – Yuri finalmente entendeu o que acontecia, sorrindo maliciosamente para a tela, desceu um pouco mais o short. – Então? Você gosta?
- Por que você faz isso comigo? – Bruce foi obrigado a abrir a calça, liberando o membro completamente duro, imaginando que Yuri não tivesse percebido.
- Você tá achando bonita? – Obviamente a pergunta já não era sobre a tatuagem e ele acabou de baixar o short, ficando completamente nu, mas de lado.
- Muito... – Bruce mordeu o lábio, se controlando para não se masturbar e Yuri perceber sua excitação, mas ele já havia percebido.
- Sabe, eu escolhi uma tatuadora, eu não queria um homem qualquer colocando a mão a mim. – Ele deslizou a mão pela tatuagem indo até a cocha, passando devagar pela bunda. Ele pode ouvir Bruce grunhir. Os dois estavam completamente excitados. Yuri levou sua mão até seu mamilo, que estava completamente duro e, provocante, o alisou. – Acho que a próxima eu vou fazer aqui.
- Eu não consigo mais... eu vou desligar... – Ele viu Bruce se contorcer na cadeira e baixar a cabeça.
- Por que? Se eu estivesse aí, o que você faria?
- Pelo amor de deus Yuri... – Ele não conseguiu mais se conter, levou sua mão ao membro e começou a se masturbar. Ele arfava.
- Bom, eu sei o que eu faria, seria minha mão e não a sua que estaria aí agora, talvez a boca...
- Ahhhh. – Foi tudo que Bruce conseguiu dizer enquanto, sem controle algum, atingia o orgasmo. – Yuri... – Ele tentou falar, mas ainda ofegava.
- Uma pena você não ter me mostrado... mas ver seu rosto, tendo prazer, foi lindo.
- Yuri... – Ele falou recuperando o folego. – Isso não deveria ter acontecido....
- Bom, eu não planejei isso, mas eu gostei bastante que tenha acontecido, acho que vai ser muito boa, nossa primeira vez real.
- Eu... eu.... eu perdi o controle.... isso não foi direito....
- Não me venha com arrependimento agora. Você gostou e muito.
- Meu deus do céu...
- Vá se limpar Bruce. Você está no escritório. Depois nós conversamos mais.
- Yuri... eu... não sei o que dizer.... como eu vou te olhar depois disso?
- Eu espero que com o mesmo desejo, por que eu não quero mesmo ficar só no virtual. Boa noite Bruce. Até amanhã... ah, um beijo. – Ele encerrou a chamada deixando Bruce completamente apavorado.
- Meu deus! – Bruce se levantou procurando algo para se limpar e ir pra casa tentar entender o que havia feito.
- Amanhã à noite Bruce. – Yuri falou após desligar. – Eu estarei aí. – Ele começou a recolher suas coisas e arrumar sua mala.
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Lolito - Literatura LGBT
RomanceQuando Bruce Meyer aceitou o emprego de administrador das fazendas Lancaster, queria apenas refazer sua vida, longe dos problemas que o atormentavam. Nunca imaginou que iria lidar com um jovem atrevido, capaz de leva-lo a insanidade. Yuri Hooper, fo...