Lolito - Literatura LGBT

Capítulo 11

Alicia estava eufórica, com tudo que achou ter descoberto sobre Bruce. Mesmo contrariando as ordens do pai, estava indo para a fazenda, queria contar tudo para ele, assim, esperava, o pai mandaria aquele homem embora. Desceu do carro apressada, foi de encontro a Donald no escritório. Antes de entrar, escutou a voz de Bruce e decidiu ouvir a conversar.

- Eu espero que você esteja falando sério. – Ela ouviu o pai falar.

- Claro que estou senhor Lancaster. Nunca estive tão certo em minha vida.

- Eu disse que você só precisa aceitar.

- Eu admito que estava confuso, acho que assustado, mas quando eu o magoei e ele foi embora... eu só queria que ele voltasse pra mim.... que me perdoasse...

- É Bruce, aquele danadinho te pegou de jeito.

- Eu preciso perguntar... como o senhor sabia que isso iria acontecer?

- Eu vi como você olhava pra ele, claro que com desejo, mas eu vi que era mais que isso, fazia tempo que eu não via olhos tão brilhantes quanto os seus quando ele estava por perto e ele, ele deixou claro desde que te viu, que você era o escolhido. Eu faço gosto no namoro de vocês, mas não iluda o garoto.

- Se alguém vai ser iludido nessa história, serei eu, eu só consigo pensar nele... Eu tenho medo que ele se canse de mim...

- Bruce, ele não é sua ex-esposa.

- Eu sei, mas eu só estive com ela... o senhor sabe como as coisas aconteceram e se a culpa foi minha? Se eu errei com ela eu posso errar com ele também...

- Bruce, suas palavras já provam que as coisas são diferentes. Ninguém é perfeito Bruce, claro que você vai cometer erros e ele também, mas se essa chama que eu vejo, nos dois, existir, tudo dará certo.

- Eu nunca me senti assim. Eu estou apavorado... – Alicia decidiu que já era hora de entrar.

- Olá papai! Ainda bem que esse homem está aqui. Eu quero falar com o senhor sobre ele.

- O que você está fazendo aqui Alicia?

- Eu vim avisar o senhor, que esse homem é um criminoso. Ele foi preso, ele agrediu a esposa e quase matou um amigo, pois inventou que os dois tinham um caso. Ele é um foragido.

- A senhorita está errada. Eu não sou foragido. Fui julgado e inocentado. Agredi minha ex-esposa em um momento de fúria, mas foi sem querer, mesmo ela estando cavalgando no tal amigo, em quem bati sim, nada disso é novidade para seu pai, eu não sou um criminoso apenas um marido traído que perdeu a cabeça. Me culpo por ter atingido Lidya, mas espancaria Otto novamente, com prazer.

- Você está distorcendo os fatos. Eu falei com seu amigo.

- Que mentiras Otto inventou para você? Que eu sou o louco aqui, que inventei tudo em minha mente?

- Eu acredito nele, mas ele me avisou que você iria negar e dizer essas coisas, por isso logo ele vai estar aqui e meu pai vai saber a verdade.

- O que? – Bruce gritou.

- Você não pode ter convidado esse traste pra nossa casa. – Donald começou a gritar com a filha. – Eu investiguei o Bruce sua menina burra, ele diz a verdade. O tal amigo em quem você acredita é o bandido dessa história. Você acha que não sei quem são nossos funcionários?

- Mas ele foi tão sincero...

- Sua idiota, ele provavelmente só quer se vingar do Bruce. O que você disse pra ele?

- Nada de mais.. que eu achava que ele estava tendo um caso com aquela bichinha... ele riu disso...

- Yuri? Você falou do Yuri pra ele? – Bruce também gritou. – Quando ele vai chegar?

- Não grite comigo. Quem você pensa que é?

- Responda! – O grito de Bruce assustou até Donald.

- Ele vinha atrás de mim, mas ele disse que iria esperar eu falar com meu pai primeiro. – Alicia respondeu assustada.

- Pra onde ele foi? – Bruce continuava gritando.

- Ele ficou perto da vila dos funcionários. – Bruce saiu correndo, seguido por Donald.

...

- Olá! Você pode me dizer onde é a casa de Bruce Meyer, por favor? – Otto perguntou para Yuri, que falava com Violet.

- Do Bruce? É aquela ali, mas ele não está, está trabalhando agora. Você é amigo dele?

- Sim. Somos amigos de infância. Eu quis fazer uma surpresa, mas acho que vou ter que esperar no carro...

- Bom, se você é amigo dele, eu posso liberar sua entrada, assim você fica esperando por ele lá.

- Yuri! – Violet repreendeu o amigo.

- O que foi? Eles são amigos, ele não saberia que Bruce mora aqui se não fossem. Eu vou te levar lá, mas vou te deixar sozinho, eu preciso voltar pro trabalho. Qual seu nome?

- Otto. Otto Quinn.

- É um prazer. Sou Yuri Hooper.

- Realmente é um prazer Yuri. – O garoto foi para a porta da casa de Bruce, enquanto Otto estacionava o carro.

- Yuri. Eu tive um calafrio... Liga pro Bruce.

- Não seja boba Violet.

- Eu agradeço muito sua ajuda. – Otto falou se aproximando deles.

- Imagina. Vamos eu vou te mostrar a casa, assim você fica à vontade até ele chegar. - Os dois entraram. Violet decidiu ligar para o pai, pois não tinha o número de Bruce.

- Mas filha... – Jack tentou argumentar.

- Por favor pai, ache o Bruce, eu estou com uma impressão muito ruim.

- Tudo bem. Você nunca se engana... fique de olho, logo eu estou aí com ele. – Jack saiu em busca do chefe.

- Quer dizer que você é o Yuri? – Otto falou já dentro da casa.

- Ele falou de mim?

- Claro e eu posso entender, agora, por que ele se encantou por você. – Otto mediu Yuri de cima a baixo.

- Eu nunca imaginei que ele fosse falar da gente pra um amigo....

- Ele, na verdade, está bem empolgado com você. Devo admitir que estranhei, ele só falava da esposa, até outro dia.

- Esposa?

- Ops! Acho que falei demais...

- Ele foi casado. Não é mais.

- Então você sabe disso. O que ele te contou?

- Que ela o traiu com um... – Yuri deu um passo pra trás, entendendo quem Otto era. – Você.

- Sim, comigo e agora eu vou me vingar do que ele me fez. Vou me divertir com você. Com essa bunda posso entender o que ele viu em você.

- Não seja idiota de tentar colocar a mão em mim.

- Nós vamos nos divertir e não será só a mão que colocarei em você...

...

- Graças a deus você chegou. – Violet gritou assim que viu Bruce.

- Onde está o Yuri?

- Ele entrou com um cara que disse que é seu amigo...

- Merda! – Bruce correu para a casa, seguido por Donald, Violet e Jack que estava chegando. – Yuri? – Bruce gritou entrando.

Não houve resposta, mas Bruce escutou sons no quarto. Correu para lá em completo desespero.

- Se esse filho da puta fez alguma coisa.. – Bruce estacou, na porta do quarto. – Deus do céu! – Ele conseguiu exclamar.

Violet, Donald e Jack chegaram em seguida e, assim como Bruce, ficaram paralisados com a cena que viam.

- Meu deus! – Jack conseguiu falar.