•Capítulo 14•

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(Narrado por Esme)
  Bryan e eu fomos até o banco na janela,onde Kate me levou depois da confusão com a Naomi logo que cheguei. Eu me sentei primeiro, respirei fundo e disse.
—Então? Depois de toda aquela ela cena ridícula,espero que pelo menos você queira me falar algo de importante.
Ele suspirou e passou a mão pelo cabelo,dando uma leve bagunçada.
—Por que fugiu de mim?
Olhei para ele confusa.
—Na praia quero dizer.
Ele completou e eu estalei a língua.
—É sobre isso então? Nossa que ego impressionante, olha só eu não fugi de você eu só tinha hora para voltar para casa. Sinto informar que o mundo não gira ao seu redor.
Me aproximei mais dele e percebi quando seus músculos tencionaram.
—Era só isso?
Não esperei ele responder e já me levantei do banco,ele fez o mesmo e pegou meu pulso para impedir que eu desse mais um passo.
—Não Clark, não é só isso. Eu já entendi que você está com raiva,mas será que eu posso falar?
Ele falou com uma certa urgência na voz,mas eu não me permitiria sentir pena. Não depois das coisas que eu soube.
—Então vá direto ao ponto, afinal seus 2 minutos não vão durar para sempre.
Falei com uma arrogância que até eu mesma fiquei assustada,mas ele merecia isso.
—Okay então. Eu sinto muito ter te envolvido nos meus problemas com a Naomi,mesmo que indiretamente. Enfim só queria que soubesse que nunca quis te trazer para a bagunça da minha vida, a gente mal se conhece e eu já sou um problema para você. Na verdade isso meio que é um dom meu, sabe levar caos e confusão onde eu vou.
Eu me desvencilho do seu toque no meu braço de supetão, era tão confortável e familiar que eu simplesmente tinha esquecido. Então dou alguns passos para trás e quando falo minha voz sai com uma revolta que eu nem imaginava que estava sentindo.
—Eu não estou brava com você pelo showzinho da sua namorada,nem mesmo por está envolvida em problemas que não são meus...
Faço uma pausa para tentar voltar a minha calma habitual, mas sem sucesso algum.
—Estou brava,por você ter fingido ser alguém que não é lá na praia. Estou brava,por saber de coisas suas que me impedem de continuar acreditando que você me ajudou com o Scott por pura bondade,mas sim porque queria me levar pra cama se aproveitando do fato de eu estar grata e fragilizada com os acontecimentos.
Não sei em qual momento aconteceu,mas quando me dei conta as lágrimas preencheram meu rosto e eu já estava soluçando. Eu nem sei porquê direito, raiva? decepção? tristeza? Talvez fosse uma combinação dos três. Bryan veio até mim e me envolveu em um abraço,me aninhando em seu peito. Bati em seu peito com os punhos para ele me  soltar,mas ele só me apertava mais contra seu corpo.
—Me solta...
Tentei falar com firmeza,mas minha voz saiu em um sussurro abafado pelos soluços. Eu sei que ele escutou,mas não me deu ouvidos,eu tenho que admitir que estaria mentindo se dissesse que queria que ele me obedecesse.
Bryan afaga minha cabeça e passa a mão pelos meus cabelos, então ele me conduz de volta ao banco e nos sentamos novamente, afastando-se logo em seguida.
—Desculpa.
Falei apontando para a camisa dele que estava manchada com as minhas lágrimas.
—Tá tudo bem Clark.
Ele deu um sorriso de lado e por alguns segundos ficamos em um silêncio ensurdecedor.
—Você precisa saber que a última coisa que eu pensei foi em te levar para cama aquele dia. Quando vi o Scott pegando no seu braço daquele jeito eu só pensei em te tirar das mãos dele,fazer ele pagar por aquilo e te abraçar... falar que ele jamais voltaria a encostar um só dedo em você novamente. Eu senti uma necessidade tão grande de te proteger do mundo naquele momento, e no final fui eu que te fiz chorar.
Eu não sabia o que dizer, na verdade nem sabia se devia dizer alguma coisa. Ele estava se expondo, mostrando uma vulnerabilidade que eu achava que ele não seria capaz  de ter e algo me dizia que era a primeira vez em muito tempo que ele fazia isso.
—Bryan...Eu sei que devo falar algo,mas eu realmente não tenho ideia do que.
Ele negou com a cabeça.
—Não me deve nada Clark,apenas se cuide okay,e por favor não pense que o que falaram sobre mim é mentira, a maioria dos boatos são verdadeiros.É melhor você fingir que nunca nos conhecemos, não quero seu nome associado ao meu e não quero que você tenha nada haver comigo.
De repente a revolta de antes volta,  como assim ele estava me dizendo o que eu deveria fazer,o que pensar e sentir. Bryan estava me dando adeus antes do início de qualquer coisa e por que eu estava me importando tanto com isso?
Minha mente soava um alarme tentando me alertar "terreno perigoso Esme", dizia ela,"você sabe que ele é um imbecil,um babaca de colegial, não acredite que ele se importa com você de verdade". Enquanto a droga do meu estúpido coração gritava para me fazer refletir uma outra versão "ele pode estar falando a verdade Esme", "pode realmente se importar com você e querer seu bem", "Bryan pode estar revelando a verdadeira essência para você , talvez todos estejam enganados a respeito dele, talvez até ele mesmo esteja".Que se dane, até mesmo um coração quebrado acerta duas vezes ao dia.
—E se eu não quiser fingir que nunca te conheci? Acredito que você seja alguém melhor do que diz ser, acredito que você seja bom e gentil, que se importa tanto com tudo que tem medo e por isso usa essa máscara de badboy babaca. Você tem medo de se apegar e perder.
Ele rir, é uma risada fria e sem emoção, totalmente diferente do garoto exposto e vulnerável que estava na minha frente momentos antes.
—É uma boa análise pisicológica,mas não se engane Clark,não sou essa pessoa que você pensa, sou tão imprevisivelmente destrutivo quanto uma bomba relógio,acredite em mim  quando eu digo que é melhor você esquecer que existo, eu farei o mesmo com você.
Ele põe a mão atrás da minha cabeça e beija minha testa sem desgrudar os lábios por longos instantes ,acho que ouço ele suspirar,então ele se levanta rapidamente e sai, me deixando para trás cheia de palavras não ditas,dúvidas e sentimentos conflituosos.

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