•Capítulo 13•

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(Narrado por Esme)
Kate e eu paramos diante do armário dela e ela coloca a combinação no cadeado. Quando Kate abre tira louboutins pretos de dentro e me entrega.
—Agora tira essas sapatilhas princesa.
Eu ri e fiz cara de brava,mas fiz o que ela me pediu.
—Achei que você fosse contra a opressão das classes dominantes.
Ela olhou para mim confusa.
—E sou ué.
Olhei para os sapatos.
—Sabe que o valor desses sapatos podem facilmente alimentar uma família?
Ela olhou para os pés e corou envergonhada.
—Antes de você me achar uma hipócrita eu disse o mesmo para minha mãe,mas apesar dela apoiar minhas iniciativas não tem o mesmo pensamento.
Eu ri.
—Não precisa se justificar, desculpa se pareceu que eu estava te julgando.
Ela acena com a cabeça para sinalizar que está tudo bem e me entrega um batom vermelho escarlate. Passo o batom e surpreendentemente combina perfeitamente com meu tom de pele.
Kate se aproxima e abre meu blazer então folga minha gravata,em seguida desabotoa alguns botões da blusa até que o decote fique grande o suficiente para ressaltar meus seios. Ela da um passo para trás para me observar e diz:
—Voilá.
Me olhei no espelho para conferir os toques finais e a imagem de menininha perfeita tinha desaparecido completamente, o reflexo da garota ,na verdade da mulher que me olhava era de alguém forte, decidida e que tinha total certeza dos seus propósitos. Kate entrelaça nossos braços e saímos caminhado pelo corredor até o refeitório. Quando abrimos as portas dramaticamente,todos os olhares sem excessão se concentram em nós. Joguei o cabelo para trás, levantei a cabeça e marchei confiante pelo corredor de rostos perplexos com Kate ao meu lado.
Os garotos me olhavam como se eu fosse um pedaço de carne e alguns até assobiavam quando eu passava por perto,as garotas arregalavam os olhos e sussurravam coisas umas para as outras. Quando estávamos prestes a chegar na máquina de frozen yogurt que havia no fundo do refeitório sinto um toque familiar e possessivo em meu pulso. Imediatamente paro e me viro para  dar de cara com aqueles olhos de oceano.
—Clark, o que pensa que está fazendo?
Um tom de voz completamente diferente do que ele usou comigo na praia,como se eu devesse alguma explicação para ele sobre qualquer coisa que eu faça. Assim que o vi, havia me esquecido por um instante que toda nossa conversa e as ações dele tinham sido falsas e premeditadas.
—Eu que pergunto o que pensa que está fazendo? Desde quando eu te devo satisfação da minha vida?
Falo furiosa.
—Solta ela Reed!
Kate fala com quase a mesma fúria que a minha. Bryan a olha,mas ignora completamente sua ordem. Pela lateral do olho vi Kate fechando o punho pronta para dar um soco no queixo dele e intervi.
—Está tudo bem Kate.
Falei mexendo o pulso para me desvencilhar do toque dele, que rapidamente entendeu o recado e me soltou.
—Temos que conversar.
Ele falou quase num sussurro.
—Não temos que nada Bryan, agora com licença você está no nosso caminho.
Falei o mais hostil possível e uma onda de burburinhos preencheu o local.
Não suporto mentiras e pelo que Kate me contou toda aquela conexão estranha que Bryan e eu tivemos não passou disso.
—Esme por favor, eu só tô te pedindo dois míseros minutos do seu tempo.
Ele fala quase implorando, enquanto isso todos os olhares estão vidrados em nós.
—Tudo bem,se não sai você saio eu.
Olhei para Kate e ela me deu uma permissão silenciosa para sair sem ela.
Assim que sai do refeitório já ouvi os passos dele atrás de mim nos corredores.
—Você vai mesmo me perseguir?
Perguntei parando de andar por um segundo e me virando para ele.
Foi tempo suficiente para ele correr até mim mim numa fração de segundos e me encurralar contra uma parede, colocando uma mão na minha cintura e a outra acima da minha cabeça precionando a parede.
—Me solta agora mesmo!
Falei com a voz um pouco entrecortada,pois minha respiração  estava ocilando e eu estava ofegante pela surpresa desse ato tão repentino.
—Não até que você me escute.
Olhei para ele,seus olhos já se concentravam no meu rosto e estávamos tão próximos que eu não sabia onde minha respiração começava e a dele terminava,cada parte do meu corpo estava arrepiada e meu coração martelava tanto dentro do peito que estaria surpresa se ele não estivesse ouvindo.
—Por favor.
Ele implorou.
—Por acaso eu tenho outra opção?
Na verdade eu podia chutar ele e sair correndo,mas por que ele tentaria tanto conversar comigo se não se importasse comigo?
—Desculpa,mas não.
—Okay, mas sai de cima de mim. Vamos conversar em outro lugar.

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