•Capítulo 28•

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(Narrado por Bryan)

  Não sei como, mas eu consegui a proeza de não mandar nenhuma mensagem para a Esme no dia do beijo/segunda fuga dela. Aconteceu tanta coisa no entremeio da ligação do Ethan para Kate para pedir o número da Clark, e a própria dizendo que queria dar o número pessoalmente que tanto eu como ela não conseguimos trocar os contatos, mas felizmente eu tenho um amigo que parece prever essas minhas desventuras e pegou o número dela com a Kate no dia que minha fama de "fodão" foi jogada na lama, ou seja o dia do beijo/segunda fuga. Eu precisei de muito, bastante , sério mesmo uma quantidade exorbitante, de autocontrole.  Nunca fui de correr atrás de nada ou ninguém, então deveria ser fácil certo?
Errado, respeitar o espaço que a Clark pediu foi um verdadeiro teste de resistência no qual eu quase surtei. Agora , 22:40 da noite , faltando exatas 1h e 19min para acabar o dia e sem nenhum sussurro de informação sobre ela eu finalmente decretei minha derrota. Precisava mandar mensagem, mesmo tendo a leve sensação que ela não iria responder, eu precisava tentar. Olhei para poltrona e minha mãe estava enrolada em uma manta, já num sono profundo. Ela finalmente convenceu o Ethan a ir para casa descansar e eles trocaram de lugar. Me estiquei e alcancei meu celular no criado mudo que continha uma jarra de água e alguns copos.
Eu:Clark?
Digitei com um leve tremor nos dedos. Esperei uns dois minutos e não obtive resposta.
Eu: Juro que não sou um controlador insistente
Eu:Mas eu tô enlouquecendo com essa espera, a gente mal conversou sobre o que aconteceu. E eu quero conversar Clark.
Eu:Prometo que não vou mais te mandar mensagem, mas você precisa pelo menos me dizer que não quer falar comigo.
Outros dois minutos se passam, depois mais cinco. Enquanto olho compenetrado para a tela esperando sua resposta, finalmente completam dez minutos e estou prestes a travar o celular quando a mensagem dela surge.
Ela:Oi
Uma única palavra monossilábica que me enche de ansiedade e paz ao mesmo tempo. Então ela continua:
Ela:Eu sinto muito, por tudo.
Ela:Fui egoísta e covarde, fugi e ignorei como você também estava se sentindo.
Suspiro, sim ela fez tudo isso, mas eu nunca acharia que ela estava sendo egoísta e covarde. Só tão assustada quanto eu com isso...com nós.
Digito de volta:
Eu:Pelo menos você admitiu que fugiu de mim.
Alguns instantes sem resposta então manda.
Ela: Sei que tá tarde, mas eu posso te ligar?
Respondo de volta:
Eu:Não precisa nem perguntar Clark.
Pouco tempo depois meu celular vibra na minha mão com sua chamada.
Ligação on:
"Boa noite, Clark"
Minha voz sai rouca e sussurrada, para não acordar minha mãe.
"Boa noite, Bry"
Ela fala com sua voz suave e também em um volume bem mais baixo. Com certeza  não vou para o céu,porque todo esse clima de sussurros para não acordar as pessoas ao nosso redor me deixou completamente excitado.
"Eu sinto muito"
Ela fala num sussurro quase inaudível e eu digo:
"Você já disse isso Clark"
Ela suspira.
"Eu sei, mas queria que você ouvisse na minha voz"
Eu sorrio.
"Bom eu não disse antes, mas tá tudo bem"
Um silêncio se instalar dos dois lados da linha, mas não do tipo constrangedor. Era mais contemplativo, então ouço um farfalhar de lençóis e de repente me pego imaginando como seria se eu estivesse subindo por esses lençóis até a cama da Esme até meus lábios estarem nos dela e meu corpo sob o seu...
"Bry? Ainda está aí?"
Ela fala me tirando dos meus devaneios, me trazendo de volta a uma realidade em que não estávamos ocupando o mesmo ambiente.
"Estou, desculpa eu só me distraí por um momento."
"Com o que?"
Ela pergunta curiosa e eu respondo honestamente:
"Pensamentos nenhum pouco puritanos envolvendo você, sua cama, seus lençóis e eu entre eles"
Ouço uma sua tosse abafada do outro lado da linha como se tivesse se engasgado com minhas palavras e posso tranquilamente imaginá-la com as bochechas vermelhas e quentes, tão fofa.
"Meu Deus."
Ela fala em um arfado se recuperando e eu digo:
"Pois é, meu Deus mesmo. Agora estou completamente duro, minha mãe está dormindo na minha frente e a acessibilidade para um banho gelado está bem complicada no momento."
De novo ela se engasga e eu digo:
"Acho melhor manter esses detalhes só para mim ou você vai acabar se asfixiando"
Novamente ela se recupera e diz:
"Concordo, se eu por milagre não tiver acordado minha tia até agora, aposto que no próximo acesso de tosse eu acordo e ela vem até meu quarto ver se estou sendo sufocada por algum maníaco."
Dou uma gargalhada e na mesma hora cubro a boca me lembrando da minha mãe, mas ela não mexe um músculo na poltrona.
"Eu com certeza diria que minha intenção não é sufocar você, no máximo beijar sua boca e chupar seu pescoço até nós dois ficarmos sem fôlego."
Ela arfa e solta gemido, não de desaprovação,mas prazer e que pelo jeito tenta abafar com a mão, mas sem muito resultado. Ainda bem que não sou o único explodindo de desejo.
"Okay, já chega."
Ela diz desesperada e sorrio.
"Por que?"
Ouço seu suspiro.
"Porque você tá me enlouquecendo de..."
"Vontade de mim? Excitação?"
Sugiro para completar seu raciocínio.
"Isso"
Ela concorda sem defesas. Realmente continuar nessa ligação só vai torturar nós dois ou nos levar a fazer uma loucura, então digo:
"Durma bem, linda"
Ouço seu riso baixo.
"Durma bem,Bry. E antes que eu esqueça, sim realmente precisamos conversar, amanhã okay?"
"Okay"
Ligação off.
Digo e ela desliga, deixando eu e meu corpo excitado para trás.

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