stir the honeypot 🍯

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toque "sorry — jess benko"

— O mel... — Jimin murmurou demoradamente, com um bico na face. — Acabou. — o pequeno pote de vidro continha só restos.

Namjoon estava na cidade há pelo menos uma semana, então não havia como dizer pra ele trazer-lhe mel das pequenas vendas. Sentiu-se de repente tristonho, pensando em como seria passar a noite sozinho no ninho e sem um pouco de mel para adicionar ao chá de erva doce - que fazia sempre que a falta do Alfa beirava o insuportável.

Suspirando, fechou o pote de mel e colocou-o de volta na bancada, junto com os demais. Encheu o cantil de chá de erva doce que de doce não teria nada porque não tinha mel nele e caminhou até a janela aberta, se sentando na poltrona frente à ela.

A bebida estava quente, aquecendo assim seus dedos e seu interior ao bebericar o conteúdo. Podia não ter um gosto exatamente bom e o cheiro ser só um representante fajuto do seu Alfa, mas ainda carregava um pouquinho dele bem ali.

O tempo estava aos poucos, esfriando. Naquele dia em específico Jimin usava uma camisa grossa de lã bege, juntamente com uma saia preta e longa de pano pesado, e meias felpudas que iam até o meio das canelas. Era o suficiente para manter-se aquecido por enquanto, mas já estava intensificando a produção de mantas e Namjoon iria trazer um pouco mais de lã para tecer.

Jungkook, o filhote, tinha crescido bastante. Precisava de roupas novas, então Jimin queria ajudar de alguma forma. Descobriu que ele gostava bastante de rosa... não via a hora de encaixar aquele filhotinho em um suéter dessa cor. Ficaria simplesmente adorável.

Quando terminou o chá do cantil, se afastou da janela. Precisava cuidar de Crimmy, que sempre ficava abalada com a moção do clima, e cortar pasto pra ela. Sua mão já tinha novas cicatrizes e calos, mas estava usando uma loção cheirosa no fim do dia que renovava sua pele. Tinha cheiro de lavanda e um pote era caro se comprado na boutique da cidadela, mas San, outro vizinho pra quem sempre vendiam leite, costumava fazê-lo e dar um pouquinho quando estava de passagem.

— Sentes falta dele também, garota? — perguntou, carinhando a cabeça da vaca. Ela fungou como se o compreendesse, e Jimin sorriu tristinho. — Peço todos os dias que ele volte logo. Estou tão sozinho...

Levantou os olhos para o céu. Quando a noite caiu, fez de novo.

E sob o manto de estrelas, percebeu. Não estava sozinho, nunca.

Mel, e Namjoon. Era questão de tempo até tê-los perto de novo. Sentia saudade de tocar os ombros do seu amor, e também sentia falta de mexer a colher dentro do pote de mel. Mas era bom, sabe, sentir saudade. Significava sentimento, significava sentir; e sentir era magnífico.

Quando Jimin, um Ômega com baixíssima possibilidade de fertilidade, atou, a família toda ficou surpresa. Ninguém ficou necessariamente feliz, já que Namjoon não é um Alfa de poderosa linhagem e repleto de riquezas, mas não era disso que Park precisava. Não era isso que queria e felizmente, não era o que tinha também.

Comendo uma fatia de pão com queijo na manhã seguinte, Jimin sentiu falta do mel de novo. E mesmo quando se sentou na janela, balançando as pernas pra fora dela enquanto sentia os tímidos raios de Sol que tomaram a colina, o sentimento persistia. E sabia que o motivo de se sentir assim nunca iria embora. Enquanto o sentisse, estava tudo bem. Sempre teria o doce-mel em algum lugar.

delicácia {minjoon}Onde histórias criam vida. Descubra agora