•A noite•

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Passe a imagem para o lado e vou deixar uma música que passa super a vibe do capítulo, e vai ajudar muito na leitura!

"diante daquela noite estrelada, eu me abri para a gentil indiferença do universo"

•june 22th |primavera|•

Oque houve ontem? É a pergunta que não quer calar, eu estava deitada no velho sofá cinza que havia logo na porta de entrada da casa, ouço alguém bater no meu ombro, dizendo "vamos", ainda sem entender o que está acontecendo, falo quase gritando "Eu vou tomar um ar, e já vamos", me levanto calmamente tentando sincronizar meus pensamentos, tentando acima de tudo sincronizar meu passos no chão de madeira, tudo está tão distante, mas ao mesmo tempo está perto ouço a batida da música alta em meus ouvidos, vou cambaleando até sair de dentro da casa e parar na varanda, me escoro na mureta de tijolos, no intuito de tentar respirar direito, mas segundos depois passam becky a menina de pele morena típica indiana de cabelos cacheados que conheci horas atrás, outras meninas saem correndo de dentro da casa em direção ao carro, becky me puxa pelo braço, eu ainda escorada.

Saio caminhando de um jeito desajeitado tentando acompanhar becky e as outras meninas, paro na frente do carro ainda sobre a calçada, não faço a mínima ideia de quem entrou no carro, becky me puxa para o banco da frente, antes que alguém senta-se lá, me acomodo no assento, becky gira a chave no volante e da partida, a cada segundo que se passa o barulho da casa vai se afastando, alguns quarteirões depois, quando só restava o silêncio becky liga o volume do rádio ao máximo, a vibe é muito boa não posso negar, já nada mais importa, e nem deveria importar, não sei aonde vamos, mas estamos indo a algum lugar, penso, olho para trás, uma menina com roupas azul marinho e cabelos loiros está completamente desmaiada no banco de trás, não deixo de notar a menina com as mãos para cima no acento do meio, estou com uma dor de cabeça imensa, tento perguntar para a becky para onde vamos, ela por um momento me responde mas não consigo entender, então não dou mais importância ao assunto, quando vou arrumar a mecha rebelde do meu cabelo percebo que estou com alguma coisa na cabeça, quando puxo percebo que é o óculos vermelho da verônica, mas não faço a minima ideia de quem o colocou ali, pensamentos de que eu deveria voltar para casa surgem, mas os ignoro, estamos em tempos difíceis, então quer sabe que se dane, já tem tanta merda acontecendo não posso sofrer mais do que já estou sofrendo, tenho que me dar o privilégio de recomeçar, de fazer novas amizades.

Tempos depois, becky estaciona em cima da calçada, olho melhor percebo que é a avenida, quando desço, coloco o pé para fora e mesmo de botas consigo sentir a areia fofa, sem pensar muito arranco minhas botas rapidamente, as deixo em cima do banco e saio do carro, é maravilhoso sentir a areia sobre meus pés, não entendo o porque de estamos correndo, becky já está na beira do mar, e faz um sinal para que eu vá até lá, corro em sua direção, mas tropeço e caiu, meu tornozelo está doendo, mas pro pior de tudo morremos rindo, enquanto me levanto devagar, sinto algo bater em meu cabelo, me viro de costas e percebo que a menina que estava conosco jogou areia em mim, assim que me virei ela colocou as duas mãos sobre a boca e grita algo parecido com "foi mal", me inclino fazendo uma concha com a mão e a enchendo com área, e por fim jogo na direção dela, ela faz uma cara de surpresa mas sem esperar muito já prepara para jogar de volta, pelo menos é disso que eu me lembro da noite de ontem.

Abro os olhos percebendo que estou no banco do motorista com os pés reencostados no painel, e a cabeça encostada na porta, passo a mão pelo rosto a claridade faz com que meu olho arda, vou com a mão até o cabelo para prender os fios rebeldes atrás da orelha, percebo que por algum motivo meu cabelo está úmido, abro meu olho lentamente, tento assimilar meus pensamentos para saber as seguintes respostas, 1) onde estou, 2) com quem estou, 3) como fui parar aqui, pelo que consegui identificar estou em um estacionamento vazio de uma lojinha de conveniência na estrada que vai em caminho para a praia, como vim parar aqui, bom não faço a menor ideia, me viro olhando para atrás, tem 2 meninas dormindo no banco de trás, meu deus, como vim parar aqui sussurro, ouço uma voz atrás de mim,

Meu grande talvezOnde histórias criam vida. Descubra agora