A Muralha Se Mantém de Pé - 27

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Santuário, 1746.

Impotência, culpa.

Teneo estava completamente envolto por esses sentimentos quando viu seu mestre sendo atacado daquela maneira. Queria que fosse ele ali e não seu mestre, seu amigo.

Pai.

Sim, o garoto o considerava como um pai que nunca teve. E Aldebaran, ou melhor, Hasgard o tirou das ruas e o acolheu como um verdadeiro filho. Tudo o que ele queria. Uma família. Não queria pensar que sua única família escapasse bem na sua frente. Queria poder fazer alguma coisa, ajudá-lo de algum jeito.

Queria poder fazer alguma coisa, ajudá-lo de alguma forma. Mas ainda era fraco para combater um espectro. Ainda era um aspirante a cavaleiro e tinha medo, ainda mais quando uma Guerra Santa acaba de explodir. Porém, tinha certeza de uma coisa: não iria se deixar levar por esse medo. Seu mestre era sua maior inspiração de coragem que alguém poderia ter. Não podia decepcioná-lo daquela maneira, tinha de se manter forte. Só que por baixo dessa força que decidiu habitar seu coração, ainda existia um menino preocupado que não se importou com uma lágrima solitária que escorreu pelo seu rosto pálido.

Ver seu companheiro ter acabado de ler um golpe mortal não estava sendo nada fácil. A névoa de poeira que se projetava ali dificultava a visualização de Aldebaran e o libriano temia pelo jeito em que o amigo se encontrava. Não imagina que Kagaho possuía uma força tão grande daquele jeito que pudesse acabar com um dourado.

"E não qualquer dourado." - lembrou a si mesmo.

Mas sim, o grande Touro que gostava de se intitular como "uma muralha impenetrável". Gostaria que não tivesse arrastado o pupilo do mesmo para ver aquele maldito espectro lançar aquele golpe um tanto covarde em sua percepção. Nessas horas queria ter a capacidade de teletransporte e sair dali num segundo, "Mas o sortudo foi Shion."

Sabia que seu amigo não desistiria assim tão fácil, ele sairia daquela e esmagaria aquele miserável do Benu. Ele não iria deixar que um inimigo - principalmente um espectro - o derrotasse. Aldebaran não se daria por vencido.

Nunca.

Mas assim que a poeira finalmente abaixou e pôde ver a situação de seu irmão de arma, mudou de ideia. Aldebaran estava morto. Não podia acreditar na cena que viu e agradeceu mentalmente por não ter se desequilibrado e caído. Pensou que o taurino estivesse em alguma espécie de estado catatônico e ainda por cima estava cheio de cortes, arranhões e queimaduras no rosto. Além de estar cego de um olho e ainda preso por aquelas chamas que simulavam adagas.

Olhou de canto e pode ver Teneo se escorando em uma das rochas para não cair. Imaginou a dor que o garoto estaria sentindo naquele momento, sabia que a relação deles era de pai e filho. "Deve estar sendo devastador para ele." Ficou mais sem graça ainda ao ver mais lágrimas rolando pelo rosto do aspirante. Aquele menino não merecia estar passando por isso.

Um misto de raiva e ódio invadiram Dohko que por impulso deixou o aspirante ali e foi para perto de Kagaho com uma imensa vontade de esganá-lo. Saltando da pedra que estava, decidiu então atacar o espectro por trás, que por sua vez olhou por cima dos ombros e se esquivou para o lado deixando que o libriano descontasse - sabe-se lá o que ele estava sentido - no chão.

- Você matou Aldebaran, seu cretino!! - bradou irritadíssimo.

- Dohko, Dohko... Parece que chegou atrasado. - falou de maneira mais serena possível. - Ele já não tem salvação, está praticamente morto. Esse círculo de fogo - apontou para as chamas que rodeavam o dourado. - captura o inimigo e o queima até a morte. Seu corpo só seria libertado depois que virassem cinzas. Contudo, ainda irá demorar um pouquinho até que isso aconteça já que estamos falando desse corpo enorme e imprestável.

- Calado! - disse ainda com mais ódio daquele espectro.

- Não percebe Dohko, que a culpa de Aldebaran estar nesse estado decadente é sua? Eu vim aqui para acabar com você e não com o Touro. Mas parece que matei dois coelhos com uma cajadada só, agora só falta te eliminar Libra.

- O q-que? Por que diz que a culpa é minha? - indagou e enquanto engolia em seco pensando na possibilidade de ter sido a causa da morte de Aldebaran.

- Porque eu queria um acerto de contas meu caro. Você não deve ter percebido mas naquele dia em que nos conhecemos, você teve a ousadia de tentar ferir o Imperador Hades. E conseguiu. - disse entre dentes. - E como sou completamente fiel ao senhor Hades, vou acabar de vez com o idiota que fez isso a ele.

- Bom saber que feri aquele infeliz. - respondeu tentando se animar um pouco.

- Ora seu... Porém, - retornou a narrativa. - seu amiguinho idiota aqui resolveu se intrometer e atrapalhar meus planos. E olhe que eu já estava pensando em várias formas de como te matar.

- Fique quieto! Não irei permitir que continue a humilhá-lo! - a cosmo energia de Dohko se elevou numa cor esverdeada em seu punho e atrás de si, a imagem de um grande tigre apareceu.

- Ótimo, vamos acabar com isso agora mesmo!! - da mesma forma que o libriano, Kagaho passou a elevar seu cosmo e um tom arroxeado se fez presente ao seu redor junto de um Benu que surgiu ao seu lado. Os dois se encaravam incessantemente como se buscassem uma falha na guarda um do outro para ver quem atacaria primeiro. Só que eles não esperavam serem interrompidos.

- E-esperem. - Aldebaran iniciou e fez um esforço para conseguir erguer sua cabeça. Dohko ficou aliviado ao ver que o amigo ainda não tinha se entregado para a morte, mas agora estava preocupado com sua situação. Teneo que havia descido da rocha que estava quando chegou ao local, foi invadido por uma onda de felicidade ao ter confirmado que seu mestre ainda estava lá, vivo. Kagaho por outro lado estava com uma cara de poucos amigos pelo Touro ainda estar vivo. Numa tentativa de Dohko avançar contra o espectro, o companheiro o repreendeu. - Dohko, afaste-se!! - dizia com dificuldade. - Não interfira nesta batalha!

- O que está dizendo?! - perguntou surpreso, mas já sabia onde aquilo iria chegar. Odiava como o taurino era carrancudo e durão daquele jeito. - Está cheio de ferimentos... Não irá conseguir pois está muito fraco.

- Já se esqueceu meu companheiro?! A luta entre cavaleiros é sempre um contra um. Enquanto eu ainda não perder meu espírito de luta e meu cosmo não se apagar, você não pode interferir nesta batalha. - cerrou os punhos. - A grande muralha não pode ser derrubada!!

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Capitulo com 1158 palavras!!

Espero que gostem desse cap e perdoem pelo atraso!!

Comentem oq estao achando e nao esqueça de deixar a estrelinha!!

Bjos e até o proximo capitulo!! :)

A União das DeusasOnde histórias criam vida. Descubra agora