Capítulo 15 - Parte II

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Luisa

Acordo cedinho e decido ir para a piscina. Faço minhahigiene, visto uma roupa de banho e desço para tomar café damanhã. Quando chego à sala, me deparo com meu pai conversando com um homem gordo, alto e com cara de mau.

 - Bom dia! – cumprimento-os já passando para asala de jantar. 

– Ah, ela acordou. – Doutor Otávio esboça um sorriso. – Luísa, quero te apresentar o delegado Cerqueira. Éele quem está tomando conta do seu caso. 

– Cuidando de quê? – pergunto exasperada. 

– Sou o responsável pela investigação do seu sequestro, Luísa. 

– O homem se aproxima já me estendendo sua mão.– Prazer! – Foi a única coisa que conseguiu sair daminha boca.

 – Igualmente. Vim aqui para a gente conversar umpouquinho. Pode ser? – Tenta ser simpático. 

– Na verdade, eu estava indo tomar café... 

– Oh, não se preocupe! Será uma conversa informale bem rápida. Eu espero o tempo que for necessário. 

– Bem... Eu... É... 

Tento encontrar uma maneira dedespistá-lo. Não quero ter que colaborar com investigaçãonenhuma. Eu ficaria péssima se ajudasse a polícia a prendero meu ogro. 

– Ah, já que é uma conversa informal, o delegadoCerqueira pode até tomar café conosco enquanto conversam. O que acham? – papai sugere educadamente. – A nãoser que tenha algo que eu não possa escutar. 

– Oh não, doutor Otávio. Da minha parte não temproblema nenhum até porque eu sei que posso contar como seu sigilo. 

– Por mim também não tem problema, só não sei sepoderei ajudá-lo, delegado – digo tentando disfarçar meudesinteresse. 

– É óbvio que sim, Luísa. Nesses casos cada informação ou detalhe vale ouro. 

– Então, vamos à mesa do café? – chamo-o já lhevirando as costas.

Sento e começo a me servir em silêncio. Não mesinto à vontade em relatar tudo o que aconteceu naquelecativeiro. Muitos desses momentos eu quero esquecer, mas,já outros, sei que guardarei para sempre no meu coração.

 – Bem, Luísa... Em primeiro lugar quero que saibaque farei o possível para colocar esses bandidos atrás dasgrades. Pelas fotos que seu pai me mostrou, tenho certezaque são extremamente perigosos e pessoas assim não podem ficar circulando livremente por aí. 

Sorrio tentandoparecer calma, mas, na verdade, estou tremendo por receiode falar o que não devo, ou melhor, o que não quero.

 – Diga-me: como eles eram? – pergunta, retirando do bolso umbloquinho de papel e uma caneta. 

– Não sei. Eles permaneceram o tempo inteiro disfarçados com uma espécie de meia na cabeça.– Todos?

 – Sim. 

– Quantos bandidos você viu durante o período emque ficou presa? 

– Bom, no dia em que me raptaram contei quatrohomens no cativeiro, mas no restante do tempo só tive contato com três. 

– E eles deixaram escapar algum nome? Você viualguma tatuagem ou marca que nos ajude a identificá-los?– pergunta atentamente. 

– O único nome que eu me lembro de ter ouvido foio do Caveira. 

– Caveira? 

– Isso. Seu porte era diferente dos outros. Ele é muito alto e muito magro. E também lembro que seus olhossão esbugalhados. – Bom, acho que desse posso falar, já quequero mais é que ele se exploda. 

Paixão em CativeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora