Era de Ultron - 3

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Só podia ser uma piada de mal gosto, não havia outra explicação plausível. Eu aceitei ficar, mesmo sabendo o que preciso sair daqui e viver minha vida. Mas Stark... Tinha razão, por mais que me doa dizer. Querendo ou não, eu ainda vivo neste mundo, e preciso dele inteiro para poder ter uma casa um dia. Fora que existiam pessoas ─ mesmo poucas delas ─ que não mereciam isso. Pessoas que podiam se redimir, ou então crianças que precisavam crescer. E não custaria eu ajudar. Poderia lidar com Ultron, ou mesmo com os aprimorados. E depois, eles me deixariam em paz, e eu não precisaria aparecer para salvar o mundo nunca mais. Simples assim.

Tony me seguiu para dentro da casa outra vez, e alguns olhares estavam em mim em primeiro momento. Mas logo todos desviaram, provavelmente com medo da minha reação. Fury também percebeu, pois logo prosseguiu o que falava.

─ E mesmo que ele não admita, a intenção dele é destruição global. ─ trocou um olhar com Tony e depois o voltou para mim ─ Seria o fim de tudo isso aqui. Então levantem-se e acabem com o safado de platina!

─ O Steve não gosta desse linguajar. ─ Natasha falou divertida, e foi impossível segurar um sorrisinho de lado

Ele era fofo.

─ Sério mesmo Romanoff?! - Steve pareceu bravo, o que fez ele ficar mais fofo ainda

─ O que ele quer afinal? ─ perguntou Fury, claramente irritado

─ Ser melhor, melhor do que nós. ─  respondeu Steve ─Ele fica construindo um corpo.

─ Corpos humanóides. ─ o corrigi

─ A forma humana não é eficiente. Biologicamente falando, estamos ultrapassados. Mas ele insiste nela. ─ acrescentou Tony

─ Quando vocês o programaram para proteger a raça humana, falharam feio! ─ disse Natasha, olhando para Stark e Banner

Mas então, tudo à minha volta parou. As vozes deles sumiram, o lugar sumiu... E eu também. Mas eu via tudo! De cima, eu conseguia enxergar cada canto da Terra... Ou o que era para ser a Terra.

O planeta não tinha mais vida, era apocalíptico. Não havia humanos, não havia ecossistema, havia apenas caos e destruição e... Robôs! E lá estava ele, evoluído e forte, andando em linha de frente perante à legiões de milhares de humanoides, todos eles com pedras em sua cabeça, cada uma de uma cor. E ao lado deles... Ultron. Ele me viu, e sorriu, logo esticando uma mão robótica para cima, apontando. Segui a direção e então meu coração parou.

Elas caiam em legiões. As Valquírias estavam mortas, todas elas. E ao meu redor havia fogo e luz, como se eu fosse feita disso... Eu era! Eu sou a Fênix, e isso é o que eu causo... Caos! Mas eu não queria, eu não podia controlar quando ela se manifestava, era muito forte! E agora ela matava todas as Valquírias, e eu só assitia uma a uma caindo. E no meio delas a mãe de minha mãe. Que apenas aceitou e se jogou no fogo, se recusando a lutar, se recusando à ir contra a divindade que Odin criou.

Mas então tudo escureceu, e uma dor muito forte me atingiu na cabeça, me fazendo fechar os olhos com força e me levantar... Levantar. Abri os olhos outra vez e vi que todos me encaravam preocupados, e Thor agora estava ao meu lado, pronto para me segurar se necessário.

─ Astrid? ─ ele parecia preocupado, assim como Fury que me encarava à um passo de vir até mim

─ Ultron está evoluindo. ─ foi a única que saiu da minha garganta, enquanto eu ainda processava o que vi

E eu sabia o que era. Sabia o que essa divindade presa em mim significava.

─ Como? ─ não fui capaz de responder a pergunta de Steve, não conseguia processar nada

A Filha de ThorOnde histórias criam vida. Descubra agora