in your home

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Point of view Emily.

Sigo as comandas de Zoe e me deparo com uma porta toda pixada e com avisos.

— Não se aproxime. — sorrio ao ler a placa enorme. — Qual é a próxima, "Cuidado! Cão nervoso!"

— Emily?

— A gente já discutiu isso, e eu não li a bíblia. — entro no quarto.

Pra alguém com tanto dinheiro aquilo estava uma bagunça. Só não tanto quanto meu quarto, mamãe iria pirar vendo isso.

— Você tá bem? — arrumamos os materiais no chão.

— Não, perdi minha caneta roxa, se você não tivesse dinheiro o suficiente pra encher um avião de canetas eu te acusaria de a roubar.

— Não respondeu minha pergunta.

— Estou bem.

Estou acostumada a dizer "Tudo bem" quando na verdade não está.

Conversamos sobre o trabalho, lemos alguns livros e paramos um pouco pra descansar.

— Vou dar uma festa no sábado, quer vir?

— Não.

— Se fazendo de difícil? — ri de lado.

— Não, estou te dando um fora. — pisco de lado.

— Vamos, vai ser divertido...

— Desiste.

— É a última vez que falo por bem.

— Isso foi uma ameaça? Sorte sua que eu gosto do perigo.

Ele começa a fazer cosquinha em mim, se tem uma coisa que eu odeio mais do que crianças, são cosquinhas.

— Pode ir parando agora! — tento me soltar, mas suas mãos travam minha cintura, e por dois segundos nos encaramos novamente, mas agora eu estava a centímetros de seu rosto.

— Aceita, por favor.

— Só se sair de cima de mim! — o empurro rindo.

Talvez eu tivesse me rendendo por pena. Não dele, mas de mim.

Ninguém chama a estranha pra festa, quer dizer, não mais. E ele insistiu, não quero nem pensar em sua reação quando souber quem sou eu de verdade.

Aquele momento estava sendo ótimo, pela primeira vez eu ria, queria que aquilo nunca acabasse.

Nosso trabalho estava completo depois de mais algumas horas de cansaço e piadas idiotas.

Pego minhas coisas e ele me acompanha até a porta.

— Dinheiro pra volta. — coloca bem mais que cinquenta dólares em minha mão.

— Eu tenho cara de mendiga? — o deixo sem reação. — Ótimo, minha brincadeira favorita é tirar dinheiro de idiota.

Entro no meu carro e ele sorri dando tchau.

— Só pra você saber — abaixo o vidro do carro. — A passagem é só dez dólares.

Antes que eu pudesse ouvir suas risadas altas ou xingamentos, o carro acelera e me leva pra longe.

A sensação era muito boa. Para as pessoas que dizem que não podem fazer nada, sim vocês podem, pelo menos por algumas horas. Então, se estiver lendo isso, torne o dia de alguém melhor, mostre pra ela que ela é especial.

Sabia que aquela sensação não iria durar, que o que eu estava sentindo era passageiro, afinal, foi só uma tarde.

Ja estava anoitecendo, tentei ir domir mais cedo, talvez a insônia me abandonasse.

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love me is suicide, chase hudson.Onde histórias criam vida. Descubra agora