love me is suicide, chase hudson.

walking in secrets

Point of view Emily.

Acordo ainda sonolenta, não queria levantar. Preparo um café. Motivação resulta em comida para mim, e considerando que consegui dormir me sinto um pouco motivada.

Encaro o quadro de minha irmã na parede, não sabia se isso era um soco no estômago ou um abraço.

Mais um dia na escola, mais um dia vivido, mais um dia escuro e sem ninguém.

Vejo Chase, ele não estava nada mal, e isso era chato, se é que me entendem.

— Olá madame. — caminha até mim.

— Caí fora idiota.

— Vou levar isso como um elogio, você também está radiante hoje. — diz com aquele sotaque italiano, um tanto quanto bobo.

O sinal bate e me livra de ficar falando sobre como ontem foi maravilhoso.

Todos meus "amantes" me observam, isso devia se tornar costume. Mas um olhar me deixou mais eletrizada do que nunca.

Lembram daquela especificação que fiz? Mabel era a personificação daquilo, e muito mais. É como se os sete pecados capitais tivessem se fundido em um ser, a sucessora do demônio.

— Amizades erradas Chase, ela não vai te enturmar por aqui. — joga seu cabelo com cheiro de frutas na nossa cara.

— Efregou seu cabelo em um mix de tuti-fruti? — murmuro revirando os olhos.

— Não preciso de ninguém dizendo com quem devo andar. — Chase responde direto.

Minha boca poderia abrir, impressionante, ninguém nega alguém como Mabel.

— Tem certeza?

— Tenho, como tenho certeza que você tem que cair fora daqui.

Ela entende o recado e sai, mas não antes de me lançar um olhar venenoso. É claro, o novato rebelde, vou levar culpa por seu ato mais tarde.

— Agora entendi o porque do "cão raivoso".

A professora chega e ficamos todos em silêncio. O garoto era meio irritante, ficava lançando charadas e criando metáforas o tempo inteiro, mas ele ainda era o único que falava comigo.

Ao mesmo tempo que eu me divertia, eu sabia que o que eu estava fazendo era errado. Não podia estragar a vida dele também. Precisava fazer ele se afastar de mim o mais rápido possível. Por que? Porque todos que se aproximam de mim acabam machucados de algum jeito.

Ele precisa saber disso.

"Pessoas confusas machucam pessoas incríveis".

Fiquei o almoço inteiro pensando como falaria pra ele se manter longe.
Volto pra classe e apresento nosso trabalho. Tiramos dez, é claro, minha vida melancólica tem a obrigação de me trazer pelo menos bons resultados em atividades.

Quando o sinal bate saio rápido, mas me surpreendo encontrando Chase encostado na frente de seu carro.

— Tá tentando fazer pose de bad boy em um daqueles filmes idiotas? Porque combina com sua idiotice de rosto.

— É, e é nessa cena que você entra no meu carro e eu te levo pra sair.

— Se eu disser que não vai me torturar de novo?

— Talvez. — sorri malicioso.

— Tanto faz, se me levar pra um restaurante romântico te mato. — resmungo caminhando até o mesmo, e batendo a porta.

— Pontos pro garanhão. — susurra.

Ele me leva até uma praça, onde a mesma menina do dia anterior nos esperava, na companhia de um garoto.

— Por que não disse que teria mais gente?

— Essa é a chata da Zoe, mas você já conhece ela. — a garota sorri. — E esse é meu melhor amigo Ryland, lembre-se de nunca apresentar sua irmã pra esse cara.

Ele teria que fazer coisas bem loucas para isso.

— Prazer.

Nós conversamos por horas, eles vieram de Atlanta. Seus pais estão em uma viagem longa, sem previsão de volta, disseram que ainda não sabem muito sobre isso.

— Tá congelando. — Zoe geme de frio.

— Aqui, fica com isso. — o namorado dela coloca seu moletom nela.

— Emily, poderia fazer o favor de tirar o casaco e me esquentar? — Hudson me cutuca.

— Não.

— Que cavalheirismo. — me encara irônico.

Ouvi mais algumas histórias sobre corais, e cavalos-marinhos. Quando anoiteceu, Ryland levou Zoe pra dormir em sua casa, e passei meu endereço pra Chase me deixar em casa.

— Até a festa, estressadinha.

— Torci pra que tivesse esquecido. — destranco a porta.

— Não tão cedo. — se despede.

Estou exausta. É como disse, gosto de sua presença, mas não quero o magoar.

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